sábado, 13 de outubro de 2012

13/10/2012 09h31 - Atualizado em 13/10/2012 14h00 Polícia confirma fuga de traficantes de Manguinhos e Jacarezinho


Bope está monitorando movimentação de bandidos para outros locais.
Cinco suspeitos foram mortos em operação no Morro do Juramento.


Arte sobre fuga de traficantes antes de operação (Foto: Editoria de Arte)

A fuga de traficantes das favelas de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha, no subúrbio do Rio, que devem ser ocupadas pelas forças estaduais de segurança, neste domingo (14), para início do processo de pacificação, foi confirmada pela polícia neste sábado (13) e já está causando repercussão em outras comunidades.
Na manhã deste sábado, uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio, terminou com cinco suspeitos mortos. De acordo com o porta-voz do Bope, major Ivan Blaz, a incursão foi realizada por volta das 4h, após o batalhão receber denúncias de que traficantes estariam se deslocando para o morro do Juramento.
Ao chegar à comunidade, os policiais foram atacados a tiros por traficantes. No confronto, cinco suspeitos foram baleados e chegaram a ser levados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas morreram.
" Desde sexta-feira, nós estamos monitorando a movimentação de marginais por causa das operações previstas para os próximos dias", afirmou o major Ivan Blaz, acrescentando que o batalhão tem recebido denúncias anônimas sobre a fuga de traficantes.
No Morro do Juramento, a polícia apreendeu uma submetralhadora, três pistolas e três granadas defensivas. O material foi encaminhado para a 38ª DP (Brás de Pina), Central de Flagrantes neste sábado.
Na sexta-feira (12), o Bope já tinha realizado uma operação no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcelos, no subúrbio da cidade. A incursão também foi motivada por denúncias. Não houve tiroteio e a polícia apreendeu um fuzil na comunidade.

Policiamento é reforçado em Manguinhos e Jacarezinho


POSTADO EM PLANTÃO POLICIAL
O policiamento nas regiões dos complexos do Jacarezinho e Manguinhos segue reforçado na manhã desta sexta-feira. Carros do Batalhão de Operações Especiais (Bope) são vistos no local. Na Avenida Dom Hélder Câmara, há uma blitz para revistar quem entra e sai das comunidades.
Os pontos onde há concentração de usuários de crack estão vazios. De acordo com a assessoria de comunicação da PM, também circulam pela área viaturas do 22 BPM (Maré) e 3 BPM (Méier), além do Batalhão de Choque.
No domingo, as comunidades de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha serão ocupadas. A região, na Zona Norte, constitui o maior reduto da maior facção criminosa do Rio. Foi dali que partiram os bandidos que, em 3 de julho deste ano, resgataram de dentro da 25ª DP (Engenho Novo) o traficante Diogo de Souza Feitosa, o DG. O criminoso é um dos chefes da venda de drogas na área.

Bandidos em fuga às vésperas da ocupação da Mandela, Jacarezinho e Chapadão


POSTADO EM PLANTÃO POLICIAL
Um dia após o anúncio da ocupação pela polícia das favelas do Jacarezinho, de Manguinhos, Mandela e Varginha, alguns traficantes daquela região já começaram a fugir das comunidades, em busca de outros esconderijos. A área, uma das mais perigosas do Rio, se tornou o principal reduto da maior facção criminosa do estado.
A inteligência das polícias Civil e Militar já detectou que os traficantes estão fugindo para as comunidades do Cajueiro, em Madureira, Jorge Turco e Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, Antares, em Santa Cruz, Vila Kennedy, Juramento, em Vicente de Carvalho, e até para o Morro da Coruja, em São Gonçalo.
Investigadores da 40 DP (Honório Gurgel) tiveram informações de que uma picape com bandidos armados de fuzis subiu, na manhã de ontem, um dos acessos ao Morro Jorge Turco. De imediato, o 9 BPM (Rocha Miranda) ocupou a comunidade. Os bandidos, porém, não foram encontrados.
Apesar disso, ontem pela manhã a movimentação de pessoas suspeitas e usuários de crack ainda era muito grande nas imediações das quatro comunidades. Bandidos armados circulavam pelos trilhos dos trens. Um deles, com uma pistola, chegou a apontar a arma em direção à equipe do EXTRA. O local onde ele foi flagrado é um dos principais pontos de vendas de crack. Muitos viciados estavam a seu lado.
A operação está programada para o próximo domingo. As forças de segurança do estado contarão com o apoio da Marinha, que cederá homens e blindados, a exemplo do que aconteceu na tomada dos complexos do Alemão e da Penha e da favela da Rocinha. Nas três comunidades, já há UPPs.
Polícia no Chapadão
No alto do Morro do Chapadão, em Costa Barros, bandidos deixaram gravada num muro a admiração por companheiros mortos. Ao lado de uma pomba branca, está uma lista com o nome dos criminosos, acima da frase “saudades eternas”. O local, de acordo com policiais do 9 BPM (Rocha Miranda), é o principal ponto de concentração do tráfico na região.
Há dois dias, a área foi ocupada pela Polícia Militar. O objetivo é impedir que traficantes de Manguinhos e do Jacarezinho migrem para lá antes da ocupação. O Chapadão passou a ser um dos quartéis-generais da facção após os complexos do Alemão e da Penha serem tomados pelas forças de segurança, em novembro de 2010.
Desde 1 de janeiro deste ano, o Disque-Denúncia (2253-1177) já recebeu 258 informações sobre o tráfico em Manguinhos, 251 sobre a Mandela e 289 denunciando criminosos do Jacarezinho.
O Disque-Denúncia acredita que, após a ocupação, as informações sobre a movimentação dos traficantes para outras comunidades deve começar a aparecer. Segundo o órgão, com a ocupação dos complexos do Alemão e da Penha, muitas denúncias começaram a chegar a respeito do deslocamento e paradeiro dos criminosos.
Caçada aos criminosos
Operações
A Polícia Militar realizou operações, ontem, em pelo menos nove comunidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nesses locais, o tráfico é dominado pela mesma facção de Manguinhos e do Jacarezinho. Vinte e uma pessoas foram detidas.
Apreensões
Foram apreendidos um fuzil, duas pistolas, um revólver calibre 38, 598 pedras de crack, grande quantidade de cocaína e maconha, granadas e morteiros. Oito carros e 14 motos foram recuperados.
Zona Oeste
Nas favelas de Antares e do Rola, em Santa Cruz, 60 policiais militares foram recebidos a tiros, quando entravam nas comunidades com o apoio de um blindado.
Lins
No Complexo do Lins, policiais do 3 BPM (Méier) também fizeram operação. Traficantes do Jacarezinho, que não fica muito longe do Lins de Vasconcelos, teriam ido para lá.
São Gonçalo
As ações se estenderam até o outro lado da Baía de Guanabara. No Morro do Salgueiro, em São Gonçalo, policiais do 7 BPM (São Gonçalo), também procuraram por bandidos.
Arará
Na favela do Arará, em Benfica, próximos das quatro comunidades que serão ocupadas no próximo domingo, dois suspeitos foram presos por policiais do 22 BPM (Maré). Com eles, foram encontrados dois radiotransmissores.

Fonte: Jornal Extra

Começa a pacificação em Manguinhos e Jacarezinho


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Dois dos principais redutos do tráfico no Rio, o Complexo de Manguinhos e a Favela do Jacarezinho vão finalmente ser ocupados pelas forças de segurança pública.

A ação, programada para este fim de semana, abrirá caminho para a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A previsão é que a primeira fase da ocupação dure até o fim do ano, quando a sede da unidade deverá ser inaugurada. A Secretaria de Segurança não confirmou a operação, que pode ainda sofrer alterações.

A retomada do território em Manguinhos e no Jacarezinho vai beneficiar mais de 70 mil pessoas, entre moradores e população que circula pela região.
Dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) há décadas, a área se tornou uma das mais perigosas do Rio, devido aos intensos confrontos armados.
As favelas do Mandela e Varginha, vizinhas dos complexos, também vão ser ocupadas. Um grande aparato será usado pelas equipes das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal.
A operação deverá contar com apoio de veículos blindados da Marinha, além dos ‘caveirões’ das polícias e alguns helicópteros. Os equipamentos incluem blindados anfíbios e tecnologia de ponta para facilitar a comunicação entre os agentes em campo.
O aparato foi usado nas duas últimas grandes ocupações: Rocinha, em novembro, e Mangueira, em junho de 2011. O número de policiais na ação ainda não foi definido. Outros órgãos, como a Secretaria de Estado de Assistência Social e a Guarda Municipal, também participarão da ação.
A decisão do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, de ocupar Manguinhos foi tomada há três meses, quando 15 bandidos da favela desafiaram a polícia ao resgatar um comparsa de dentro da carceragem da 25ª DP, no Engenho Novo.
Policiais e pessoas que registravam ocorrências na unidade foram obrigados a deitar no chão, enquanto os criminosos cortavam com alicate o cadeado da cela que, durante três horas, manteve preso o traficante Diogo de Souza Feitosa, o DG.
Ele é o segundo na hierarquia do crime em Manguinhos e Mandela e continua foragido. Na época, o secretário Beltrame classificou o episódio como “inaceitável”.
Um desafio para a cidade
Manguinhos e Jacarezinho representam grande desafio. Por ali, passam algumas das mais importantes vias da Zona Norte, como as avenidas Democráticos, Dom Hélder Câmara e Leopoldo Bulhões. Esta última ficou conhecida como “Faixa de Gaza”, por conta dos confrontos entre a polícia e os traficantes.
Durante os últimos anos, estes acessos foram constantemente alvos de ladrões para atacar motoristas e pedestres. Outra grande preocupação da Secretaria de Segurança é que Manguinhos e Jacarezinho viraram um dos principais entrepostos de drogas do Comando Vermelho.
O comércio de entorpecentes gerou o surgimento de cracolândias em vários pontos das comunidades, alvos constantes das operações policiais e das secretarias de Assistência Social do estado e do município, que encaminham os viciados para abrigos.
Sede da UPP será instalada até o fim do ano
A comunidade deve receber a sede da unidade até o fim do ano. Outras bases avançadas serão erguidas no Jacarezinho e Mandela, em 2013, além de policiamento na comunidade Varginha, fechando o cerco da polícia naquela região.
Outro importante projeto também vai contribuir para a pacificação dos bairros vizinhos aos conjuntos de favelas: a inauguração da Cidade da Polícia, no Jacarezinho, prevista para ocorrer em abril.
O complexo abrigará 32 delegacias especializadas da Polícia Civil em dez prédios, além de centros de instrução com favela cenográfica e estande de tiros, canil e carceragem para presos. O projeto custou R$ 40 milhões e por lá devem circular cerca de três mil agentes.

Disque-Denúncia divulga fotos dos traficantes mais procurados de Manguinhos e Jacarezinho


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O Disque-Denúncia divulgou a lista dos principais traficantes que atuam no Complexo de Manguinhos e da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, que devem ser ocupados pela força de segurança do Estado no próximo domingo (14).
As comunidades que formam atualmente a maior cracolândia da cidade são da mesma facção. Entre os traficantes da região, o Disque Denúncia destacou os homens conhecidos como Churrasquinho, Davi Paraíba, Foca, Índio do Mandela, Marcelo Piloto, DG, Picasso, Lacraia, Avião e Fábio Bernard. Veja abaixo os crimes pelos quais são suspeitos.
Wallace Carlos da Conceição, o Churrasquinho, é apontado como chefe do tráfico em parte de Manguinhos. Ele faz parte do grupo de dez traficantes, acusados de participar do resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, de 29 anos, na Delegacia de Engenho Novo (25ª DP), no dia 3 de julho de 2012.
Davi Moraes de Sá, o Davi Paraíba, gerencia pontos de drogas em favelas de Manguinhos. Ele também participou da ação na 25ª DP.
Luiz Claudio Ferreira da Silva, o Foca, é integrante do tráfico de drogas que nas favelas de Manguinhos, Jacarezinho e Mandela I e II. Seria um dos principais fornecedores de armas da facção.
Luis Augusto Oliveira de Farias, Índio do Mandela, participou da emboscada a policiais da DRFA (Delegacia Roubo e Furto de Automóveis), em novembro de 2008 no bairro de Manguinhos. Aliado a facção, ele seria um dos gerentes de pontos de drogas da localidade de Manguinhos e Mandela.
Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto ou Celo, chefia o tráfico de drogas comunidades Mandela I, II e III, no Complexo de Manguinhos. Ele participou do resgate de DG na 25ª DP.
Diogo de Souza Feitoza, o DG, faz parte do tráfico de drogas que age no Complexo de Manguinhos. Ele participaria dos “bondes de traficantes”, que são comboios de traficantes fortemente armados em carros e motos, transportando drogas e armas de um ponto a outro na localidade conhecida como Faixa de Gaza, situada na rua Leopoldo Bulhões, em Manguinhos.
Pedro Carlos Corrêa Menezes, o Picasso, é integrante do tráfico de drogas que age na favela do Arará, em Benfica. Ele seria o encarregado do controle e descarregamento das mercadorias roubadas nas proximidades da favela.
André Luiz Cabral dos Santos, o André Lacraia, chefia o tráfico de drogas da favela do Arará, em Benfica, e teria herdado o posto, após Valmir Juvenal da Silva, o Mandacaru, fugir para o norte do país.
Ex-homem de confiança de Marcelinho Niterói, Eduardo Herculano da Silva, o Avião, estaria gerenciando pontos de drogas na favela do Jacarezinho.
Fábio Gonçalves da Silva, o Fabinho Bernard, age no Jacarezinho e está ligado a mesma facção dos outros suspeito.

Olhar eletrônico monitora o avanço das tropas em Manguinhos e Jacarezinho


POSTADO EM PLANTÃO POLICIAL
Pela primeira vez desde 2008, quando começou a pacificação de favelas do Rio, o processo de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) será acompanhado do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro.

É lá que está o Centro de Comando e Controle da PM, de onde a cúpula da segurança estadual vai monitorar em tempo real a entrada das tropas no Complexo de Manguinhos e na Favela do Jacarezinho, que começam a ser pacificadas domingo. Será a 29ª UPP.

Em operação desde a Rio+20, conferência da ONU que aconteceu em junho, o centro funciona 24 horas. Mas, a partir deste sábado, começa a funcionar com a presença de representantes de todas as instituições que vão participar da operação.
Desde cedo, os agentes já estarão monitorando a movimentação no Jacarezinho e Manguinhos. Mandela e Varginha também serão ocupadas pelas polícias Civil e Militar.
Tecnologia
E a tecnologia é uma das aliadas nesse processo de pacificação. Os agentes vão trabalhar com informações do rádio-escuta e monitorar o deslocamento das viaturas através do GPS exibido em telões. A reunião de autoridades e informações num mesmo lugar permitirá à cúpula da Segurança Pública tomar decisões.
A região concentra, pelo menos, 10 bandidos considerados perigosos. Há décadas, a área se tornou uma das mais violentas do Rio, devido aos intensos confrontos. A operação terá blindados da Marinha, além de “caveirões” e helicópteros da polícias.
A Polícia Rodoviária Federal, agentes da Secretaria de Estado de Assistência Social e da Guarda Municipal participarão da ação. A sede da UPP deve ser inaugurada no fim do ano e pelo menos 70 mil pessoas serão beneficiadas.
Nesta quinta-feira, no site Youtube, foi postado funk no qual o tráfico na região é exaltado e a polícia, ameaçada. “Vai morrer ‘polícia’ se invadir”, dizia.
Ousadia forçou decisão
A ocupação foi decidida há três meses, após bandidos resgatarem da 25ª DP (Engenho Novo) Diogo de Souza Feitoza, o DG. Ele integra lista dos 10 bandidos mais procurados da região divulgada pelo Disque-Denúncia (2253-1177).
Entre eles estão Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto; Wallace Carlos da Conceição, o Churrasquinho; e Davi Moraes de Sá, o Davi Paraíba, acusados de participarem do resgate a DG. Luiz Claudio Ferreira da Silva, o Foca, forneceria armas. Luís Augusto Oliveira de Farias, o Índio do Mandela, participou da emboscada a policiais em 2008.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O CERCO ESTÁ FECHANDO E A IMPUNIDADE ESTA FICANDO IMPOSSÍVEL DE TOLERAR

Manifestantes exigem prisão de Cabral por corrupção

Esquina do governador do Rio de Janeiro está ocupada por tempo indeterminado desde o dia 26 de julho
 
Um grupo de pessoas realiza desde o dia 26 de julho uma manifestação permanente na esquina da avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espínola, em frente à casa do governador Sérgio Cabral Filho, na Praia do Leblon, zona sul do Rio, e diz ter sido ameaçado de morte na terça-feira por homens armados no local. Eles estão exigindo a prisão de Cabral por suspeitas de envolvimento em uma série de crimes, como suas ligações com milícias e com o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, acusada de estar no centro do esquema de corrupção comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, e isenções fiscais concedidas a boates termas (prostíbulos de luxo), entre outras suspeitas.
Nesta sexta-feira os manifestantes fizeram a ‘festa do guardanapo’. Com guardanapos na cabeça, encenaram a festança de Cabral em Paris com Fernando Cavendish e os secretários Wilson Carlos, Sérgio Côrtes, Julio Lopes e Régis Fichtner, amigo de Cavendish escalado por Cabral para investigar os contratos da Delta com o governo do estado, supostamente paga com dinheiro público e cujas fotos vazaram para a imprensa.
“O governador Sérgio Cabral Filho é líder de uma quadrilha que transformou o Rio de Janeiro em uma ditadura de mafiosos”, falava ao megafone o cinegrafista independente e ativista Pedro Rios Leão, que iniciou a manifestação.
Os manifestantes carregam cartazes com dizeres como "nesta rua mora um ladrão", “Cabral: chefe de milícia”, “rouba nosso dinheiro e isenta imposto de puteiro”, “assassino de hospital”, “vergonha do Rio” e “Fora Cabral? Buzine!” Enquanto o Epoch Times permaneceu no local, no início da noite, houve buzinaço em diversos momentos e moradores de passagem pararam para conversar com os manifestantes e mostrar apoio.
“A gente está fazendo uma resistência pacífica, tendo um bom relacionamento com os vizinhos e uma adesão massiva de quem passa. De repente, quando as coisas começaram a ganhar corpo, a gente começou a sofrer ameaças. Eu estava saindo daqui e um policial da guarda do governador identificado como Pacheco me abordou agressivamente, me revistou e falou que eu não sabia o que ia acontecer comigo se eu continuasse com isso”, conta Leão.
“Nessa mesma noite, por volta das 22h, dois homens desceram de uma motocicleta sem placa, nos fotografaram, nos mostraram armas e falaram que nós estávamos mesmo com muita pressa de morrer, que estávamos incomodando o governador. Há imagens das câmeras de segurança”, diz Pedro informando que fizeram em seguida uma denúncia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e um boletim de ocorrência no 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no Leblon.


A professora universitária Sarah Nery, de 30 anos veio de Niterói depois de saber das ameaças. “Eu fiquei ainda mais indignada e vim, porque a manifestação é pacífica e a causa é totalmente legítima, até funcionários do poder público que passam aqui apoiam e a polícia está dando cobertura”, diz Nery destacando o caráter apartidário e sem lideranças do movimento, que classifica como da sociedade civil. “Qualquer um pode vir. Somos cidadãos indignados que não aguentam mais essa situação.”Pedro se diz surpreendido com as ameaças. “No início eu achava que ele (governador Sérgio Cabral) nunca ia tentar fazer nada com a gente, agora eu não estou mais tão tranquilo, porque o cara é protegido pelo governo federal e é realmente crente da impunidade. Ele se filma com empreiteiros corruptos em Paris, então eu não sei realmente em que nível ele está. E as provas são claras, eu adoraria se ele me processasse por eu estar chamando ele de ladrão, porque aí eu poderia pôr os contratos no meu processo, mas ele não vai me processar”, diz Leão apontando também para a residência do empreiteiro Fernando Cavendish, que mora na rua ao lado. “Podia instalar uma UPP aqui para combater a criminalidade.”
Para Sarah, o maior crime do governador é tirar o dinheiro da população e usar em benefício próprio. “Eu estou aqui porque a gente precisa fazer alguma coisa para mudar o que está acontecendo na nossa cara, todo mundo sabe, a gente já se acostumou com a corrupção, a gente já acha que faz parte, mas não faz parte. O Brasil é um país riquíssimo, cheio de possibilidades incríveis, e o que está acontecendo há 500 anos nesse país está destruindo totalmente o território, a população, a fauna e a flora. Então chega num ponto que a gente precisa dar um basta mesmo, a gente precisa gritar na rua, a gente precisa ocupar um espaço, sentar e falar ‘eu vou ficar aqui, esse espaço é público, eu sou o público e o poder público e nós vamos nos manifestar contra o que está acontecendo, porque todos esses recursos são nossos, não dessas pessoas que foram escolhidas para nos representar mas estão representando somente seus interesses particulares”.
“O capital entrou totalmente no poder do estado, o estado vive a serviço de uma máfia de empresas, e as pessoas não têm hospital, não têm educação, não têm transporte, passam fome, e ele sabe disso. Ele sabe que enquanto ele tem uma vida classe AAA+, tem pessoas vivendo em classe E, F, Z, e ele simplesmente tira o dinheiro dessas pessoas em benefício próprio, esse é o maior crime dele”, afirma.
O estudante de jornalismo X, de 18 anos, que preferiu não se identificar por razões de segurança, também veio de longe. “Eu moro na Tijuca (zona norte da cidade), e eu estou aqui na zona sul para cobrar porque eu acho que não está bom, e quando a gente acha que não está bom não adianta ficar em casa de braços cruzados. Eu vim para cá mostrar que tem jovem que está engajado, que quer mudar e eu vou até onde for preciso. Eu gostaria que cada jovem e cada pessoa não ficasse desacreditado, vale a pena lutar e se todo mundo se juntar a gente consegue tirar ele (Cabral) do poder.”
A ocupação é por tempo indeterminado e foi organizada nas redes sociais. Os manifestantes realizam hoje uma marcha até o Arpoador.


Alegados crimes da gestão Sérgio Cabral Filho


“O que a gente está fazendo aqui é simplesmente demonstrando para o Ministério Público que a gente sabe o que é um contrato sem licitação, superfaturado, fraudado e com aditivos ilegais. A gente sabe que se o Cabral não sofre nada é porque tem mais bandidos ajudando ele. As provas que pesam contra o governador são gigantescas e até foram divulgadas no Jornal Nacional, mas existe uma blindagem em cima dele pelo Governo Federal, que é comprometido com o caso Delta, uma blindagem no Congresso Nacional, na Alerj e existe um bandido no Tribunal de Contas do Estado chamado Aloisio Neves”, explica Pedro Rios Leão.

“Já que o estado não faz nada, o cara vai ter que aturar a gente aqui porque ele ainda está matando gente. Impeachment ele tinha que ter sofrido quando aceitou o jatinho do Eike Batista. Esse cara tem que ir para a cadeia, ele é uma ameaça à sociedade, cada dia que ele passa solto mais pessoas morrem por sua causa, ele realmente é um caso de segurança, ele tem que ser preso.”
Além dos contratos suspeitos de 1,5 bilhão de reais com a construtora Delta, os manifestantes lembram também a isenção fiscal de 50 bilhões de reais entre 2007 e 2010 para empresas que vão desde motéis e boates ao cabeleireiro do governador e a ligação de Cabral com milícias.
“O governador Cabral não tem noção da realidade, ele perdeu completamente a vergonha. O cara lançou no Diário Oficial do estado isenção fiscal de 425 mil reais para boates termas como a Solarium e a Monte Carlo, puteiros na Lagoa Rodrigo de Freitas e em Copacabana. Isenção fiscal é dinheiro público, agora me diz o que leva o governador a fazer isso, é muita cara de pau. Senhor governador, a gente sabe o que é uma boate termas.”
“O vídeo daquela festinha dele em um evento público na zona oeste com os milicianos "Jerominho" e "Natalino"... Quer dizer, quem é que manda ali? Ele estava ali incauto? Os milicianos foram presos em decorrência da CPI das Milícias, mas eles sempre obedecem a um poder maior, o dinheiro sempre sobe”, diz Pedro, para quem a pacificação das favelas é um roubo e um projeto de dominação.
“O processo de pacificação das UPPs servem em primeiro lugar a um projeto de expansão imobiliária para expulsar os pobres da zona sul, e em segundo lugar como projeto de fortalecimento das milícias. Porque só tem UPP em favelas tradicionalmente dominadas pelo tráfico. A única favela de milícia que recebeu UPP foi a do Batan, porque dois jornalistas foram assassinados lá. Aliás, só por isso foi instalada a CPI das Milícias na Alerj e só por isso o Jerominho e o Natalino foram presos, e é óbvio que ouve algum acordo para poupar cabeças maiores. A gestão do governador coincide com o crescimento das milícias no estado.”
O cinegrafista denuncia também a desapropriação de 1500 famílias que há 150 anos vivem de suas terras na região do Açu, área rural no município de São João da Barra, norte do estado, para dar lugar a um parque industrial da empresa LLX, do empresário Eike Batista. “O Sérgio Cabral mandou a polícia, expulsou todo mundo e tem dado 3 mil reais de indenização, isso é crime.”
Pedro lembra também o crescimento espetacular do escritório de advocacia da esposa do governador, Adriana Ancelmo Cabral, que advoga para empresas e concessionárias do estado; o caso da siderúrgica alemã ThyssenKrupp, em Santa Cruz, denunciada pelo Ministério Público por crimes ambientais como a emissão de ferro-gusa, que tem causado sérios danos de saúde à população local; o envio de bombeiros que reivindicavam melhores salários em fevereiro desde ano para o presídio de segurança máxima Bangu I; o caso do sucateamento dos bondes de Santa Teresa que resultou na morte de seis pessoas e mais de 50 feridos num acidente em agosto do ano passado; a isenção fiscal de 4,16 milhões de reais para a Coca-Cola exibir as Olimpíadas de Londres num telão instalado na Quinta da Boa Vista, que até hoje não funciona; e a precarização da saúde e a ordem de demolição do Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), que atende 80 mil pacientes, para dar lugar a um laboratório que custará cerca de 500 milhões de reais, segundo o governo. “Pela ficha do governador e sua gente, vê-se que não são pessoas idôneas”, conclui Leão.
(Bruno Menezes/The Epoch Times)
(Bruno Menezes/The Epoch Times)
(Bruno Menezes/The Epoch Times)

 FONTE: EPOCHTIMES.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

UPP: o outro lado da moeda, que só os policiais que estão nelas conhecem

UPP: o outro lado da moeda, que só os policiais que estão nelas conhecem


A morte da polícia militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, na segunda-feira (23), assassinada com um tiro de fuzil no peito, próximo à sede da Unidade de Policia Pacificadora (UPP) da comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão, pode não ter sido um fato isolado.

Foi a primeira baixa entre os policiais recém-contratados, especificamente para atuarem nas UPPs. Como o governo está sendo pressionado a ampliar estas Unidades - o secretário interino de Segurança Pública, Roberto Sá, revelou ao jornal O Globo que aumentará o efetivo policial lotado nelas - isto acaba sendo feito sem os devidos preparos. Desta forma, aumentam os riscos e a falta de infraestrutura para quem ali trabalha.

Este outro lado da moeda foi relatado ao Jornal do Brasil por um destes policiais militares formados às pressas para atuar em uma das 21 UPPs. Ele, aqui identificado como "X" para evitar represálias, conta, por exemplo, o que já é voz comum dentro da corporação: algumas UPPs estão entregue às baratas, como a do Complexo do Alemão.

Fuzil travado

A questão da falta de estrutura começa no próprio armamento com que estes policiais podem contar. Por conta da ordem de “não ostentar armamento”, cada guarnição só dispõe de um fuzil. Todo resto do efetivo conta apenas com pistolas, cada uma com dois carregadores. No dia dos ataques à UPP do Alemão, como já se sabe, os fuzis dos policiais travaram e não funcionaram.

“Não tem (armas) para todo mundo. É um fuzil para cada guarnição, e os que têm, travam, dão pane. No dia em que atacaram as duas UPPs, os policiais trocaram tiro, e depois de cinco ou seis disparos, as armas travaram”, revelou o que soube entre os colegas.

Segundo o policial "X", a relação de problemas é extensa no cotidiano das UPPs. Um que salta aos olhos - e é difícil acreditar em tempos de comunicação multimídia - é a de que poucos rádios funcionam. Segundo ele, a grande maioria dos aparelhos só recebe chamadas, sem conseguir entrar em contato com outras estações, inclusive as que estão nas "viaturas policiais".

A falta de sinal não é o único problema: “Não tem rádio para todo mundo. Às vezes, não tem a bateria reserva, e de noite o aparelho está descarregado. Já trabalhei sem rádio, por exemplo.”, afirma.

A assessoria de Imprensa do Comando de Polícia Pacificadora (CPP) nega que sejam insuficientes os rádios e as baterias. Também informou que "a quantidade de armamento é definida de acordo com as necessidades. Não há falta de fuzis". Admitiu que as armas falharam, a causa, porém, é "desconhecida e está sendo investigada".

Spray controlado

Outra questão levantada pela fonte do JB está no excessivo controle do uso do spray de pimenta, tido como uma possibilidade de dissolver multidões e distúrbios civis de forma menos violenta. Os policiais precisam justificar, em documento, a quantidade utilizada e o motivo. E só há um para cada guarnição. No caso de uma grande agitação, eles não dispõem de bombas de gás lacrimogênio, necessárias para dispersar aglomerações. "Muitas vezes, apartamos as confusões na mão mesmo.", diz.

Ao rebater a denúncia, a assessoria do CPP destacou que "os policiais da UPP não são policiais de confronto e guerra, e sim de mediação e de relação com as comunidades. A opção pelo uso do spray de pimenta e do "taser" (pistola de choque) no lugar da bomba de gás lacrimogênio é exatamente para minimizar atos de violência. É necessário o controle dos equipamentos para não haver uso abusivo", diz a nota.

Benefícios não pagos

Além do equipamento precário, o policial conta que muitos colegas que têm direito a R$ 200 por mês para a alimentação, há seis meses não recebem. O mais crítico é que não há um lugar onde os policiais de algumas UPPs possam comer. No caso do Complexo do Alemão, além de faltar opção à alimentação, ele conta ser comum que policiais militares utilizem o banheiro do teleférico, pois não há sanitários disponíveis nos postos (contêineres) de policiamento.

“Na hora do almoço, há casos de policiais que comem no chão porque não têm onde comer ou ficam dentro dos contêineres, cujos ar-condicionados funcionam mal. É um absurdo”, diz.

Nas explicações enviadas ao JB pela assessoria do CPP, ocorre, sim, a falta de pagamento, mas ela é específica: "As UPPs do Complexo do Alemão são recentes e é necessário um trâmite junto à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Estado para que o valor adicional pago para a alimentação seja incluído no salário dos agentes. Esse trâmite demandou um tempo, mas já foi resolvido e eles terão o auxílio alimentação depositado em suas contas, junto com o próximo salário", justificou o comunicado, acrescentando que "as novas sedes possuem copas estruturadas com micro-ondas, geladeiras, mesas e cadeiras".

Segundo a nota, o pagamento do auxílio transporte no valor de R$ 100 tem sido realizado regularmente. "Se algum policial não está recebendo, ele deve procurar a base administrativa da unidade em que está lotado para que o caso dele seja avaliado e solucionado".

Outra gratificação que, segundo a fonte do JB muitos PMs ainda não viram a cor, foi a ajuda prometida pela prefeitura do município, no valor de R$ 500. Na quarta-feira passada (25), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, prometeu aumentar a quantia para R$ 750. Pareceu promessa de campanha eleitoral pois, segundo o policial "X", vários de seus colegas jamais receberam qualquer valor.

Burocracia

Outro obstáculo do serviço, diz a fonte, é a burocracia. Se ele estiver insatisfeito no lugar em que está lotado, o pedido de transferência lhe criará problemas. Segundo relata, "aí é que não recebo o que me devem mesmo. É um dinheiro com o qual não se pode contar", revela. O mesmo acontece com as férias, que, segundo a fonte, é "outra burocracia".

O policial "X" informa que, pelo mesmo motivo - burocracia -, não pôde retirar da loja a arma que comprou para utilizar fora do serviço. Ele tem direito a andar armado, mas só pode pegar o equipamento após ser liberado um documento específico da PM. A pistola, comprada no início do ano, continua estocada na loja, por conta do atraso do papel.

Formação

O policial "X" também faz duras críticas ao curso de formação dos soldados da UPP. Sua preparação durou nove meses, sendo que nos três últimos, diz que não fez nada. Apesar da pouca ênfase dada nas ações práticas, ele considerou que teve uma boa formação teórica.

“Foram três meses em que ficamos à toa lá, sem fazer nada. As aulas de tiro foram muito básicas. E a matéria de sobrevivência urbana, que ensina conduta de patrulhamento na cidade, não teve nenhuma aula. Teve turma que se formou e foi jogada imediatamente dentro do Complexo do Alemão, sem qualquer prática anterior".

Morte da soldado

No caso da morte da soldado Fabiana Aparecida de Souza, a fonte do JB analisa que a policial, ao sair para lanchar desacompanhada, contrariou as condutas de segurança do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio. “Não podemos andar sozinhos na favela. Ela foi pega desprevenida. O que falam é que ela deu de cara com os traficantes”.

Ele também disse que o tráfico de drogas permanece em algumas comunidades, em especial no Alemão, onde, segundo os policiais ali lotados, em dois meses de atividade já ocorreram, pelo menos, confrontos com trocas de tiros, mas sem nenhuma baixa de policial.

“Aquele lugar ali (Alemão) é o quartel-general do Comando Vermelho. O tráfico continua na cara de pau. Em dois meses, já soubemos de, pelo menos, quatro trocas de tiros com traficantes", relata o que ficou sabendo. “À noite, as trocas de tiro são com fuzil. Mas ninguém sabe porque a CPP sempre abafa as notícias, muitas vezes porque é a Globo quem vai noticiar, e ela é conivente com o governo”.

A assessoria do CPP não desmente a existência de traficantes, apenas ressalta que, "com as UPPs, acaba a venda aberta de drogas e o ir e vir de bandidos armados à luz do dia. Tráfico de drogas é um problema mundial que não se resolve da noite para o dia".

"Caldeirão de merda"

O policial "X" conta o comentário feito por um sargento do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para um grupo de soldados lotados na UPP do Alemão, que já demonstra a situação a que estão sujeitos: "jogaram vocês no caldeirão de merda!".

Na reflexão que faz sobre a política de pacificação das comunidades, diz que na maioria delas "a única coisa que funciona é o governo ter entrado (nas favelas, antes dominadas pelo tráfico). Aí, cobra IPTU, a Light conserta o relógio de todo mundo, regularizaram Internet, e acabam os desfiles de bandido com fuzil. Mas continua a mesma coisa. Os bandidos só não andam com fuzil, mas têm pistola de calibre pesado, como .45.”

Segundo ele admite, em algumas destas áreas onde a polícia não tinha acesso, "muitas armas permanecem escondidas, bem como marginais que nunca haviam sido fichados antes". Isto ocorreria, por exemplo, no Alemão onde, segundo contam os policiais ali lotados, “poucas pessoas passam e dão bom dia e boa noite. Ninguém quer falar nada. Todo mundo é conivente com o tráfico de drogas. Quando se vai abordá-los, muitos saem em defesa dos bandidos. Sei que no começo da UPP é assim, mas ali é demais”.

 
Menina dos olhos

Ao final do relato, ele desabafa: “Não tem estrutura, todo mundo está insatisfeito. A maioria não ganha nem ajuda de custo da passagem. Tem gente pagando para trabalhar. Na Zona Sul, por exemplo, é diferente. Tudo funciona, porque a Zona Sul é a menina dos olhos do governo”.
 
 
 
Jornal do Brasil
 




terça-feira, 31 de julho de 2012

Bico oficial dá polêmica na PM

Bico oficial dá polêmica na PM

Regime de horas-extras obrigatório da Polícia Militar é mal recebido e começa a ser revisto

Rio - Nunca o recebimento de horas-extras foi tão contestado pelos beneficiários. Após ser anunciado como voluntário, o ‘bico oficial’ de policiais militares passou a ser obrigatório.
Muitos praças reclamaram da medida, que acabou revogada pelo comando da corporação, após menos de um mês, diante da insatisfação da tropa e da constatação da falta de necessidade de reforço em algumas áreas.
A Secretaria de Segurança e a Polícia Militar implantaram dois projetos — Proeis (Programa Estadual de Integração na Segurança) e RAS (Regime Adicional de Serviço) — para oficializar o trabalho extra dos policiais, largamente praticado nas folgas, como O DIA anunciou no dia 17 de junho.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Com o Proeis, PMs atuam nas horas de extras em áreas de concessionárias e prefeituras, entre outras | Foto: André Mourão / Agência O Dia
O Proeis ‘empresta’ voluntários para atuar em prefeituras, órgãos oficiais e concessionárias de serviço público; o RAS aumenta o efetivo em áreas carentes de PMs.
O que irritou os policiais foi a publicação de boletim em 18 de junho com o anúncio da implantação do RAS Obrigatório, valendo a partir de 1º de julho, para 13 dos 40 batalhões da PM. Segundo o Boletim da PM, cada policial pode trabalhar até 96 horas por mês, em turnos de 6h, 8h ou 12h, recebendo R$ 150 a cada 8h - oficiais recebem R$ 175.
“Comandantes, chefes, diretores e coordenadores de todas as unidades deverão cumprir rigorosamente o cronograma abaixo estabelecido (...)”, diz trecho do documento.
Como os ‘bicos’ de muitos já se transformaram em ‘empregos informais’, a obrigatoriedade determinada pela PM pegou muitos de surpresa. Atuando sozinho e sem proteção adequada, a atividade informal gera riscos para o profissional.
Números do efetivo a mais impressionam
Em alguns batalhões, o efetivo extra empregado chegou a 237 PMs — caso do 20º BPM (Mesquita) —, 192 (15º BPM, Duque de Caxias), 180 (12º BPM, Niterói) e 160 (9º BPM, Rocha Miranda). Em média, um batalhão tem cerca de 400 homens.
Em 10 de julho, o governo estadual informou ter pago 356 gratificações a PMs do Proeis que atuaram na Prefeitura do Rio e em Queimados, num total de R$ 275 mil. Embora proibido, o bico sempre existiu.
Nas escolas, conforme O DIA mostrou nesta segunda-feira, aumentou em 20% o total de escolas com policiais reforçado. Hoje, são 110 com homens armados, graças ao Proeis.
Números são revisados
As secretarias estaduais de Saúde e de Segurança começaram a fazer a revisão dos índices de homicídios entre os anos de 2007 e 2010.
A correção será feita para determinar a causa das mortes registradas como indeterminadas, o que pode mudar no decorrer da investigação policial, classificando-as como homicídio, acidente ou suicídio.
Nos índices de 2010, que já foram revisados, o número de mortes indeterminadas foi de 1.405 — o que representa queda de 61% em relação a 2009, quando foram registradas 3.619 mortes por causa indeterminada.
Segundo a Secretaria de Saúde, está em curso atualmente a revisão dos dados referentes a 2009.
Reportagem de Raphael Gomide, do iG

domingo, 22 de julho de 2012

Cartões de crédito no Brasil cobram o juro mais alto da AL, mas Dilma e o BC do B não intervêm na usura


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cartões de crédito no Brasil cobram o juro mais alto da AL, mas Dilma e o BC do B não intervêm na usura

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alertawww.fiquealerta.net

Por Jorge Serrão

Por que o Governo da Presidenta Dilma Rousseff, que promove a pirotecnia com os juros, ainda não agiu de maneira mais dura contundente com o cartel dos cartões de crédito no Brasil? Motivos não faltariam para o Banco Central do Brasil realizar uma “intervenção”. As empresas do setor – parceiras de bancos – são as recordidas em queixas nos Procons. Além disso, o que justifica que o Brasil tenha os juros de cartão mais elevados da América Latina? São perguntas que o BC do B se nega a responder com medidas que defendam o consumidor.

Por ano, o brasileiro, que efetua parte do pagamento da fatura, paga uma taxa média de 323,14%, mas a autoridade monetária nada faz. Jogando a culpa em uma pretensa inadimplência, os bancos que administram cartões fizeram seus juros crescerem de 237,9% para 323,14%, no mesmo período em que a taxa básica de juros da economia (Selic) caiu de 11% para 8,5% ao ano, de janeiro a junho. Os números foram tabulados em uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), durante o mês de junho, em 13 bancos e financeiras em sete países da América Latina. Aliás, os juros do cartão não caem há dois anos e quatro meses por aqui.

O Brasil pratica os maiores juros de cartão de crédito na região. Nossos imbatíveis e insuportáveis 323,14% de usura anual ficam longe do segundo colocado, o Peru, onde se cobra uma taxa média anual de elevados 55% no cartão. O Chile vem pertinho, na terceira colocação, com 54,24%. Argentina em quarto, com 50%. México vem na sequencia com 33,8%, quase empatado com a Venezuela (33%). A Colômbia registrou a menor taxa, com 29,23%.

A ProTeste dá uma dica importantíssima. Se não quiser cair na armadilha dessa usura absurda, o consumidor nunca deve tomar a decisão errada de pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito. O saldo devedor financiado se torna inviável, com taxas variando entre 9% e 20% ao mês – o que causa realmente aumento da inadimplência. Se fez tal bobagem, antes de acabar com o nome sujo, sai mais barato fazer um empréstimo bancário para quitar essa dívida imediatamente. Os juros da operação serão menores que os juros rotativos cobrados do cartão de crédito.

Perigos da Selic em queda

As nóticias negativas sobre “crise internacional” e a queda da taxa selic no Brasil estão afugentando quem trazia dólares para cá.

Por isso, a equipe econômica de Guido Mantega já teme que o BC do B seja obrigado a intervir pesado para manter o dólar na faixa dos 2 reais.

Se a fuga ou não entrada de moeda norte-americana continuar, o dólar deve passar fácil de R$ 2,20 – o que pode trazer uma crise, com inflação, para cá.

Funcionárias modelo do Senado

Quantas belas moças são contradadas pelo regime especial de frequência, ganhando mais de quatro paus (ops) por mês e não sendo obrigadas a bater ponto no Senado?

A pergunta deveria ser respondida depois da exoneração forçada da escultural assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Denise Leitão Rocha, uma advogada de 29 anos de idade, que foi vítima do criminoso vazamento de um vídeo em que ela fazia picantes cenas de sexo.

Denise, que tem uma ousada tatuagem de Fênix bem localizada em seu corpo de modelo, fazia sucesso transitando na Comissão Parlamentar de Inquérito do Cachoeira, onde Ciro Nogueira era membro.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de sexta-feira 20 de Julho de 2012.

sábado, 21 de julho de 2012

Currais eleitorais das milícias



A Secretaria de Segurança Pública do Rio já começou a rastrear todos os policiais e bombeiros que se lançaram como candidatos a vereador este ano, para tentar descobrir se eles têm envolvimento com as milícias. O subsecretário de Inteligência da secretaria, o delegado da PF Fábio Galvão, informou que já tem uma equipe investigando a campanha dos policiais.
Numa reunião de quase duas horas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi montada a estratégia para evitar que o crime organizado interfira nos resultados das eleições em seus redutos criminosos, principalmente os dominados pelas milícias.
Entre as novidades está a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que controla as atividades de inteligência no país, na força-tarefa formada pelo Comando Militar do Leste (CML), pelas polícias Federal e Rodoviária Federal, pela Secretaria de Segurança e pelo Ministério Público Federal, sob o comando do presidente do TRE, Luiz Zveiter.
— Já fizemos um levantamento dos currais eleitorais das milícias. Agora, estamos analisando os nomes dos policiais e bombeiros que estão licenciados com o objetivo de concorrer. Isso não quer dizer que todos têm ligações com as milícias, mas queremos identificar os que se aliaram aos milicianos para intimidar os moradores a votar neles — explicou o subsecretário Galvão. 
Na segunda-feira, O GLOBO revelou que a Secretaria de Segurança tem mapeadas 184 áreas dominadas por milícias e que os criminosos já estavam se articulando em seus currais eleitorais para cooptar os moradores a votar nos candidatos milicianos. Daí a criação da força-tarefa para evitar que isso ocorra nas eleições do Rio. Segundo Galvão, as denúncias já estão chegando e estão sendo analisadas pelos agentes. Ele lembrou que as informações são sigilosas, para a segurança dos moradores.
Outra medida tomada pela Polícia Federal nestas eleições é a utilização de agentes infiltrados para levantar os candidatos apoiados pelas milícias:
— Já estamos trabalhando nisso há algum tempo. Nosso apoio ao Judiciário nas eleições é permanente. Estamos com equipes disfarçadas para levantar os dados. Muita gente ainda não se deu conta que o processo eleitoral já começou — disse o superintendente da PF, Valmir Lemos de Oliveira. TRE processa denúncias sobre currais eleitorais 

O presidente do TRE, Luiz Zveiter, disse que as reuniões ocorrerão todas as terças-feiras e que, desde ontem está sendo montado o Centro de Controle e Comando do TRE, para processar todas as denúncias sobre currais eleitorais.
— Na nossa próxima reunião, já teremos todo o mapeamento detalhado das áreas onde
o crime organizado atua, sejam as milícias, os traficantes ou outros grupos criminosos. As denúncias estão chegando ao juiz responsável pela fiscalização eleitoral. A força-tarefa vai atuar até o fim das eleições — explicou o presidente.
O coronel Caio Augusto Salgado de Oliveira, do Comando Militar do Leste, disse que o serviço de inteligência do Exército já foi acionado. Segundo ele, o número de homens que dará segurança às eleições será definido pelo Ministério da Defesa. 

O superintendente do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, Alexandre Bueno, disse que os agentes estarão nas rodovias colhendo dados.
— Nas últimas eleições, em Magé, conseguimos garantir o pleito, cooperando com outras forças — disse Bueno.
Segundo o procurador regional eleitoral do Ministério Público Federal (MPF), Maurício da Rocha Ribeiro, a integração entre os órgãos é fundamental:
— Assim que recebermos as denúncias, vamos repassar aos promotores eleitorais de cada região, que irão fazer as denúncias para a apreciação dos juizes eleitorais. A parceria fará com que identifiquemos os focos problemáticos com mais agilidade.

VITÓRIA CONSEGUIDA NA JUSTIÇA - A REINTEGRAÇÃO DOS 3 POLICIAS QUE FORAM EXPULSOS POR LUTAR POR DIGNIDADE

VITÓRIA CONSEGUIDA NA JUSTIÇA - A REINTEGRAÇÃO DOS 3 POLICIAS QUE FORAM EXPULSOS POR LUTAR POR DIGNIDADE

BOL PM 129
3. REINTEGRAÇÃO DE PRAÇAS

O Comandante Geral no uso de suas atribuições legais, reintegra no estado efetivo da Corporação, o CB PM RG 79.829 CARLOS ALBERTO CAMPOS DE OLIVEIRA, o SD PM RG 83.024 LEANDRO AZEVEDO MAGALHÃES e o SD PM RG 84.139 MARCOS VINÍCIUS DA CRUZ SILVA, de acordo com a decisão judicial em caráter liminar, proferida nos autos do mandado de segurança nº 0017557-74.2012.8.19.0066 da 1ª Vara Cível da Comarca de Volta Redonda.

Em conseqüência providencie a DCP quanto a implantação na FOPAG, DGP/SISPES
quanto a atualização cadastral e DPA/SM quanto a classificação conforme abaixo:


CB PM RG 79.829 CARLOS ALBERTO CAMPOS DE OLIVEIRA - 20º BPM
SD PM RG 83.024 LEANDRO AZEVEDO MAGALHÃES - 24º BPM
SD PM RG 84.139 MARCOS VINÍCIUS DA CRUZ SILVA - 39º BPM

sexta-feira, 20 de julho de 2012

DENUNCIAS DE CORRUPÇÃO NO PROEIS CAUSAM INDIGNAÇÃO NA TROPA DA PMERJ



DENUNCIAS DE CORRUPÇÃO NO PROEIS CAUSAM INDIGNAÇÃO NA TROPA DA PMERJ

Olá amigos ! É só começar um programa novo do governo, seja em qual esfera for, que começam tambem as fraudes. Com o PROEIS - programa implantado pelo governo do estado do Rio de Janeiro e que garante aos policiais militares uma gratificação para que os mesmos trabalhem em suas folgas - não foi diferente. Denuncias dos próprios policiais relatam que os "ESCALANTES" do CPROEIS estariam recebendo r$ 20 ( vinte reais ) de cada policial para o escalar. Segundo as denuncias, o esquema funciona da seguinte forma: O policial, na maioria das vezes, colega de turma de algum dos escalantes, entrava em contato com os mesmos e pedia para ser escalado por mais vezes, o que lhe garantiria uma renda maior - tendo em vista que quanto mais serviços ele tirar,mais dinheiro vai receber no pagamento - em troca o policial depositaria a quantia de r$ 20 por cada serviço que foi escalado, diretamente na conta do escalante ou pessoalmente, já que se trata de colegas de turma. As denuncias estão causando indignação na tropa da PM, tendo em vista que o programa deveria beneficiar a todos, principalmente os policiais que dependem do "bico" para complementarem suas rendas. Os policiais que estavam pagando para serem escalados estavam tirando em média 7 ou 8 serviços por mês, enquanto outros tiravam 2 ou 3, e em alguns casos, apesar de estarem inscritos, se quer estavam sendo escalados.

http://www.blogdaverdade.co.cc/2012/07/denuncias-de-fraudes-no-proeis-causa.html

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ditadura na Internet Brasileira (AI5)

Estão querendo implantar o AI5 (ditadura) na Internet Brasileira

Comissão da Câmara se reúne para votar projeto nesta quarta-feira.
Veja como a proposta pode mudar a maneira com que você navega.

Uma comissão da Câmara se reúne nesta quarta-feira (11) para votar o projeto do Marco Civil da internet no Brasil, que tem a intenção de regulamentar a navegação na rede no país. Entenda o que é o projeto de lei e o que ele pode mudar na sua rotina diária pela web:
O que é o Marco Civil da Internet?
O Marco Civil tem a intenção de reunir os princípios que vão guiar as leis e futuras decisões envolvendo a internet no Brasil, o que inclui uma série de princípios fundamentais. De acordo com o Ministério da Justiça, o projeto “estabelece direitos e responsabilidades de usuários, provedores e poder público no uso da internet”.
“O principal ponto é que ele regula as questões básicas da internet. Ele vem fazer uma fundação, para depois haver a criação de projetos específicos. Guardadas as devidas proporções, é como se fosse uma constituição da internet”, explica Marcio Cots, advogado especialista em Direito Digital da Cots advogados. Segundo ele, serão criados alguns princípios básicos, como a não intervenção do Estado na internet, que seja um ambiente livre e democrático.
A proposta foi elaborada em conjunto com a população, que pode fazer observações no texto por meio da internet. O ministério afirma que foram recebidos mais de 2,3 mil comentários, que resultaram no texto enviado ao poder executivo no congresso em 2011.
Atualmente, o projeto tramita na Câmara dos Deputados, onde uma comissão especial tem a função de realizar audiências públicas e discutir o projeto para leva-lo à votação, que deve acontecer nesta quarta-feira (11). O relator do projeto é o deputado Alessandro Molón.

 
Quais são os pontos mais polêmicos do projeto, como ele é hoje?
O ponto mais polêmico, segundo os advogados consultados pelo G1, é a questão de retirada de conteúdos da internet. “Isso envolve questões como a liberdade de expressão e o julgamento do que deve sair do ar”, explica Cots.
Renato Ópice Blum, advogado especializado em direito digital, conta que o artigo 15 do projeto que foi submetido à comissão diz que os provedores de conteúdo só serão responsabilizados pela não retirada de um conteúdo do ar se a vítima tiver obtido uma ordem judicial para a remoção.
“Hoje em dia, você manda um e-mail na hora que você tem o conhecimento do conteúdo prejudicial. O provedor recebe e retira, porque ele sabe que a jurisprudência diz que ele tem que agir assim que souber, ou pagará indenização”, explica Ópice Blum. Para ele, o maior problema da necessidade da ordem judicial é o tempo: “Na melhor das hipóteses, isso leva de dois a três dias.” Na internet, o conteúdo se espalha em poucos minutos.
Cots afirma que a justiça como um todo vai dar uma resposta do que é razoável ou não diante do Marco.
Ópice Blum também vê uma polêmica em o que diz ser uma contradição no artigo 5 do projeto. “O legislador definiu o que é um registro de conexão (o número de IP da máquina) e um registro de acesso, que é guardado por aplicações como o Facebook ou o Twitter. Mas, no lugar de fazer duas definições distintas, houve um erro na redação e ficou tudo a mesma coisa”, explica. Ele afirma que espera que o erro técnico seja resolvido.
O advogado também conta que o Marco estipula que os provedores de internet (a Net e o Speedy, por exemplo) guardem dados dos usuários por um ano, enquanto os provedores de aplicações (o Facebook e o Orkut, por exemplo) só podem manter as informações se o usuário concordar com isso. “Você acha que alguém que está fazendo algo errado vai deixar que o Facebook guarde suas informações?”, questiona.
O que ficou faltando no texto submetido à comissão?
O projeto não aborda a questão dos direitos autorais e dos crimes cibernéticos.
Além disso, segundo Cots, faltam ferramentas para que as pessoas possam exercer seus direitos, que são criados com o projeto. “Poderia ser criado um sistema de responsabilidades para quem, por exemplo, fornece internet em hotéis e cafés”, explica o advogado, que vê no anonimato uma questão complicada da internet. “A lei perdeu uma oportunidade de passar responsabilidades de uma forma mais específica.”
Se aprovado como está hoje, o que o projeto muda na rotina do internauta?
Os advogados consultados pelo G1 concordam que o internauta que for vítima de algum problema on-line pode ter sua vida facilitada com a chegada do Marco Civil. “Existe essa possibilidade um pouco maior de tirar conteúdo do ar e ser responsabilizado”, explica Cots.
Para Cots, também existe a possibilidade de uma internet mais segura e estável.
Se aprovado como está hoje, o que o projeto muda na rotina das empresas?
Para Marcio Cots, as companhias que atuam na internet poderão ter que criar estruturar para administrar os novos aspectos da lei. As redes sociais, por exemplo, terão que criar mais controles.
Os provedores de conteúdo também terão que se adaptar, afirma Ópice Blum. Eles terão que adaptar seu modo de trabalho ao que será permitida a remoção ou modificação de conteúdo criado pelo usuário.
O Marco Civil vai regular a internet, mas quem irá fiscalizar?
A sociedade como um todo poderá fazer essa fiscalização e o judiciário ficará responsável pela aplicação da lei, afirma Cots. “Qualquer um que se sinta prejudicado pode fiscalizar”, diz. Algumas questões também ficarão à cargo do Ministério Público, que deve se preocupar com o coletivo.
Feita a denúncia, a violação na lei poderá ficar a cargo do Ministério Público, dos Procons e até da Anatel, explica Ópice Blum.

Se a comissão decidir mudar alguma parte do texto nesta quarta-feira, o que acontece com o projeto? 
Isso depende de como isso for decidido. Ele pode voltar a ser discutido mesmo na internet ou de um modo diferente, dentro da própria comissão.
Mas existem várias opções, como um deputado escolher um pedido de vista, para fazer uma maior análise do projeto. Pode ser também que apenas uma parte seja aprovada e ele seja desmembrado.
Se aprovado sem revisões, qual o destino do projeto?
A partir do momento que o texto é aprovado, ele segue para votação na própria Câmara dos Deputados ou para outra comissão, como a de Constituição e Justiça. Quando aprovado pela Câmara, ele segue para o Senado.
Aprovado no Senado, o Marco Civil segue para o gabinete da presidente Dilma Rousseff, onde será promulgado ou vetado.
Existe alguma previsão de tempo de quanto tempo ele leva para começar a valer no Brasil?
Não há como estimar uma data.
Outros tribunais brasileiros já tomaram diversas decisões sobre a internet, como isso fica depois do Marco Civil?
Os julgamentos concluídos permanecem, mas as novas decisões que a serem tomadas serão baseadas no Marco Civil. “A partir do momento que você tem uma decisão, uma lei posterior não pode mudar ela. A lei passa a valer daquele momento em diante”, explica Cots.
As decisões dos tribunais atualmente são tomadas desta maneira, porque não existe um texto específico sobre a internet. “O juiz não pode se negar a julgar o caso quando não há uma lei, então ele toma uma decisão em cima de outras fontes do direito”, conta o advogado. “Mas quando você tem uma lei, ela prevalece.”
Depois de aprovado, poderão ser feitas mudanças no Marco Civil? Como isso será feito?
Só uma outra lei poderá mudar o Marco Civil.
Ópice Blum ressalta que os tribunais brasileiros também poderão declarar alguns artigos nulos ou inconstitucionais.
Fonte: G1