Pela primeira vez desde 2008, quando começou a pacificação de favelas do Rio, o processo de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) será acompanhado do Quartel-General da Polícia Militar, no Centro.
É lá que está o Centro de Comando e Controle da PM, de onde a cúpula da segurança estadual vai monitorar em tempo real a entrada das tropas no Complexo de Manguinhos e na Favela do Jacarezinho, que começam a ser pacificadas domingo. Será a 29ª UPP.
Em operação desde a Rio+20, conferência da ONU que aconteceu em junho, o centro funciona 24 horas. Mas, a partir deste sábado, começa a funcionar com a presença de representantes de todas as instituições que vão participar da operação.
Desde cedo, os agentes já estarão monitorando a movimentação no Jacarezinho e Manguinhos. Mandela e Varginha também serão ocupadas pelas polícias Civil e Militar.
Tecnologia
E a tecnologia é uma das aliadas nesse processo de pacificação. Os agentes vão trabalhar com informações do rádio-escuta e monitorar o deslocamento das viaturas através do GPS exibido em telões. A reunião de autoridades e informações num mesmo lugar permitirá à cúpula da Segurança Pública tomar decisões.
A região concentra, pelo menos, 10 bandidos considerados perigosos. Há décadas, a área se tornou uma das mais violentas do Rio, devido aos intensos confrontos. A operação terá blindados da Marinha, além de “caveirões” e helicópteros da polícias.
A Polícia Rodoviária Federal, agentes da Secretaria de Estado de Assistência Social e da Guarda Municipal participarão da ação. A sede da UPP deve ser inaugurada no fim do ano e pelo menos 70 mil pessoas serão beneficiadas.
Nesta quinta-feira, no site Youtube, foi postado funk no qual o tráfico na região é exaltado e a polícia, ameaçada. “Vai morrer ‘polícia’ se invadir”, dizia.
Ousadia forçou decisão
A ocupação foi decidida há três meses, após bandidos resgatarem da 25ª DP (Engenho Novo) Diogo de Souza Feitoza, o DG. Ele integra lista dos 10 bandidos mais procurados da região divulgada pelo Disque-Denúncia (2253-1177).
Entre eles estão Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto; Wallace Carlos da Conceição, o Churrasquinho; e Davi Moraes de Sá, o Davi Paraíba, acusados de participarem do resgate a DG. Luiz Claudio Ferreira da Silva, o Foca, forneceria armas. Luís Augusto Oliveira de Farias, o Índio do Mandela, participou da emboscada a policiais em 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário