Agentes do Batalhão Especial entrarão na comunidade por volta das 10h Secretário de Segurança do Rio disse que população local agora é 'livre'.
Um dia após o sucesso da operação de ocupação das comunidades de Manguinhos, Mandela, Varginha e Jacarezinho, no subúrbio do Rio de Janeiro, o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, confirmou que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entrará no Jacarezinho na manhã desta terça-feira (16). Os agentes entrarão na comunidade por volta das 10h, segundo Beltrame.
"Estou vendo hoje no Jacarezinho uma população livre para expressar o que quer, o que precisa e o que o pretende", disse Beltrame nesta segunda (15), em visita à comunidade do Jacarezinho, após passar por Manguinhos.
No domingo, logo após a ocupação, Beltrame explicou que o planejamento da Secretaria de Segurança é instalar até janeiro as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nessas comunidades. "A data limite máxima para o planejamento é janeiro. As duas [Manguinhos e Jacarezinho] serão inauguradas muito próximas. A Polícia Civil vai ficar 24 horas até terça-feira com uma ocupação permanente, depois serão executadas ações diárias sistemáticas. Se Deus quiser a partir de hoje não teremos mais uma Faixa de Gaza”, ressaltou o secretário na ocasião.
Durante entrevista ao RJTV nesta segunda, o secretário também sinalizou que a próxima UPP pode ser implantada no conjunto de favelas da Maré. “Eu acho que com as ações que vem sendo desenvolvidas, é muito fácil o trabalho das pessoas de identificar aonde serão os próximos caminhos. Eu, dentro da minha maneira de ver, não vou revelar nunca essa questão. Mas eu acho que por eliminação e a medida que a gente vai ocupando, a possibilidade de esconder isso, de se fazer segredo, diminui”, disse Beltrame, ao ser questionado se a próxima comunidade a receber uma UPP seria a da Maré.
Mesmo com o feriado do Dia do Comércio, nesta segunda-feira os estabelecimentos da comunidade do Jacarezinho abriram normalmente. Segundo os comerciantes, é rotina no local o comércio abrir de domingo a domingo, demonstrando que o clima é de normalidade na região.
Beltrame também fez questão de parabenizar o serviço da Comlurb, que desde domingo (14) intensifica o serviço de limpeza nas comunidades, após a ocupação das forças de segurança. A previsão é que sejam recolhidas mais de 200 toneladas de resíduos acumulados nos últimos dias. Nesta segunda, 110 garis estão distribuídos nas comunidades. "Espero que outros serviços públicos entrem nas comunidades porque isso impacta muito no trabalho da polícia e da segurança pública", completou.
A atuação da força-tarefa da prefeitura foi planejada em acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e contará com mais de 100 homens e diversos equipamentos. De acordo com a Prefeitura do Rio, as ações feitas nas comunidades de Manguinhos e do Jacarezinho seguem os mesmos padrões das ações realizadas em outras áreas pacificadas.
28 UPPs
O Rio de Janeiro tem hoje 28 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), ponta de lança do processo de pacificação iniciado pelo governo do estado há quatro anos. Cerca de 370 mil moradores são beneficiados. A primeira UPP foi instalada em dezembro de 2008, no Morro Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul da cidade.
Em 2009, o Rio ganhou mais quatro Unidades de Polícia Pacificadora, nas comunidades da Cidade de Deus, Jardim Batan, Babilônia/Chapéu Mangueira e Pavão-Pavãozinho/Cantagalo.
No ano seguinte, as UPPs chegaram a mais oito localidades: Ladeira dos Tabajaras/Cabritos, Morro da Providência, Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro, Turano e Macacos.
Em 2011, as comunidades de São João Quieto/Matriz, Coroa Fallet/Fogueteiro, Morro dos Prazeres/Escondidinho, Complexo de São Carlos e Mangueira/ Tuiuti ganharam UPPs.
O Morro do Vidigal, no Leblon, recebeu a primeira UPP de 2012. Em seguida, as unidades foram instaladas ao Morro do Alemão, Fazendinha, Nova Brasíllia, Adeus/Baiana, Chatuba, Fé/Sereno, Parque Proletário, Vila Cruzeiro e, em setembro, à Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro.
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