Polícia vai aumentar efetivo diário na capital de 4 mil para 6,5 mil por turno. Soldados receberão por horas-extras trabalhadas
Policiais militares durante operação. A PM vai suspender folgas e cursos para pôr mais homens na rua na Rio+20
A Polícia Militar do Rio vai colocar 2.500 homens a mais nas ruas
entre 5 e 29 de junho, para a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas para
o Desenvolvimento Sustentável), que reunirá mais de 100 chefes de
Estado e de governo do mundo.
Como não sobra efetivo, será necessário otimizar ao máximo a tropa,
de cerca de 45 mil policiais. Isso vai significar suspender folgas,
cursos de aperfeiçoamento, mobilizar recrutas recém-formados (470 se
formaram nesta segunda-feira, 28). A corporação estuda até cassar as
férias programadas para o período, se for necessário.
Como no dia a dia, de fato são apenas cerca de 4 mil policiais de
serviço por turno na capital – no Estado são 7 mil –, o aumento de 2.500
PMs representa 60% do pessoal em um turno normal na cidade.
Isso vai demandar enorme esforço da corporação. Por isso, serão suspensos os cursos de formação de cabos e soldados.
Isso vai demandar enorme esforço da corporação. Por isso, serão suspensos os cursos de formação de cabos e soldados.
PMs receberão horas-extras por trabalho na Rio+20
Diferentemente de outras situações semelhantes do passado, porém, os
PMs mobilizados vão receber horas-extras pelos serviços prestados. A
Rio+20 vai inaugurar a prática em grandes eventos. Isso ocorrerá ainda
no Carnaval, Copa das Confederações, em 2013, Copa do Mundo de 2014.
Bope fará parte do efetivo de segurança durante a Rio+20
De acordo com o chefe de Comunicação Social da PM, coronel Frederico
Caldas, esta semana, o chefe do Estado-Maior operacional, coronel
Pinheiro Neto, vai definir junto com sua equipe no comando as medidas
finais para mobilizar os homens.
A intenção do aparato, coordenado pelo Comando Militar do Leste (CML)
do Exército, é fazer operações de visibilidade para aumentar a sensação
de segurança da população. Daí a opção de empregar 15 mil homens das
Forças Armadas (8 mil), e polícias estaduais e federais.
As UPPs terão o policiamento reforçado e algumas comunidades-chaves,
como o Complexo da Maré – não pacificado – serão ocupados durante o
evento.
Uma preocupação da Polícia Militar atualmente é com a profusão de
eventos paralelos à Rio+20, que possam vir a demandar pessoal, o que
poria em xeque o planejamento atual. “Estamos atentos ao surgimento de
novos eventos paralelos e faremos o controle para que esses não se
multipliquem”, afirmou Caldas.
As linhas Vermelha e Amarela, importantes vias de acesso da cidade,
ficarão sob responsabilidade dos Fuzileiros Navais da Marinha
Brasileira.
RJ: Rio+20 terá unidades de combate ao terrorismo e crimes cibernéticos
O
combate a possíveis atos de terrorismo e de crimes cibernéticos
durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20) será feito por duas unidades especiais criadas
para o evento. O grupo encarregado de combate ao terror é formado por
integrantes da Brigada de Operações Especiais do Exército, Fuzileiros
Navais da Marinha, Polícia Federal e Polícia Militar. O centro de
inteligência vai funcionar na sede do Comando Militar do Leste (CML),
no Centro do Rio.
O
coordenador de Segurança da Rio+20 e comandante militar do Leste,
general Adriano Pereira Júnior, considera baixas as possibilidades de
atos terroristas no país, mas destacou que todas as informações serão
trabalhadas pelo grupo de contraterror. Ele participou ontem, ao lado do
ministro da Defesa, Celso Amorim, da apresentação do esquema de
segurança para a conferência, que disponibilizará, a partir do dia 5 de
junho, cerca de 15 mil homens das Forças Armadas e das diversas
polícias nas ruas do Rio.
“Na
área externa, a Agência Brasileira de Inteligência [Abin] está fazendo
todos os levantamentos de possíveis ameaças. [Quanto ao terror,] não
acredito que nós sejamos imunes a isso. A probabilidade é baixa, mas
teremos uma preocupação e vamos adotar dispositivos para que essas
ameaças não se concretizem”, disse o general.
Os
crimes cibernéticos são outra preocupação dos militares, que montaram
uma equipe de especialistas. O grupo atuará diretamente no Riocentro,
onde ocorrerá a cúpula dos chefes de Estado e de governo, para evitar
que hackers invadam a rede oficial ou que possam até provocar
danos às redes de energia elétrica ou de telecomunicações, que hoje em
dia são totalmente controladas por sistemas de informática. O Centro de
Monitoramento Cibernético também será coordenado pelo Exército, com a
ajuda da Abin, Polícia Federal e Polícia Civil.
O
general ressaltou que não haverá qualquer apoio estrangeiro na
operação das redes contraterror ou contra crimes cibernéticos. “Nós
temos meios para fazermos isso. Só teremos apoio [estrangeiro] na área
de inteligência. Qualquer chefe de Estado que vier aqui terá segurança
necessária, de acordo com o grau de risco.”
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