sexta-feira, 25 de maio de 2012

Deputado classifica venda do QG da PM como ilegal; MP investiga transação

ESTADO VENDE A CASA DA PM 

 

A venda do Quartel General da Polícia Militar, no coração do Centro do Rio, para a Petrobras está sendo duramente criticada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Isso porque a oposição aponta o prédio como histórico: o QG sediou o Corpo de Guardas Permanentes, que era comandado por Duque de Caxias de 1832 a 1839. 
"A venda é ilegal, pois trata-se de um patrimônio histórico", disse Paulo Ramos em sessão na Alerj nesta quarta-feira (23). Segundo nota do Palácio Guanabara, o prédio centenário será completamente demolido pela Empresa de Obras Públicas. No lugar será erguido um novo prédio da Petrobras. 
A cifra da transação foi de nada menos que R$ 336 milhões. 

MP na jogada
Depois de receber representação da Associação de Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro, o Ministério Público informou ter instaurado inquérito civil, no dia 3 de maio, na 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital, para apurar “a legalidade da operação”. A Lei de Licitações, segundo o MP, prevê “a exigência de interesse público devidamente justificado, prévia avaliação e autorização legislativa" para que a alienação de imóvel público seja concretizada.

Articulação desconhecida
"Quem foi o mediador desta transação?", "A Procuradoria Geral do Estado foi procurada?" e "Quem intermediou as tratativas com a Petrobras?". Estas são algumas das indagações da oposição ao ser surpreendida com a notícia da venda. Uma grande articulação foi iniciada nesta quarta no Palácio Tiradentes para que haja uma reunião com o procurador responsável pela investigação do caso no MP. Por enquanto, o encontro ainda não tem data marcada. 

Revista Veja desmascara farsa do secretário

Reprodução da revista Veja
Reprodução da revista Veja


Conforme podem ver abaixo, esse escândalo também foi noticiado em primeiríssima mão pelo nosso blog, no dia 4 de março de 2011, portanto há um ano e dois meses. Essa foi inclusive uma das primeiras denúncias que fiz na tribuna da Câmara dos Deputados, logo depois de assumir o meu mandato. Cobrei na tribuna como que Beltrame podia ganhar mais que o dobro de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas na época, a blindagem da mídia a Cabral e sua turma, fez com que nem uma linha tenha sido publicada, por nenhum veículo. Mas antes tarde do que nunca. O fato novo da matéria da Veja que vocês poderão ver mais abaixo e irei comentar em seguida são as alegações estapafúrdias da sua defesa que zombam da cara dos trabalhadores brasileiros. Vocês vão ver que é de estarrecer a cara de pau de Beltrame.


Reprodução do Blog do Garotinho (Clique na imagem para ampliar)
Reprodução do Blog do Garotinho (Clique na imagem para ampliar)


Pois bem, como mostra a Veja, na sua defesa, Beltrame alega que faz “sacrifício pessoal” no cargo; que é ovacionado pela população (esse argumento é um disparate) e que o salário ilegal acima do teto da lei se justifica no seu caso por “um reconhecimento à sua competência profissional”. Quanta modéstia! Quanta baboseira para tentar justificar o injustificável!

Assino embaixo, o texto da Veja quando diz: “O resumo da tese (de defesa) é o seguinte: como Beltrame trabalha muito e acumula responsabilidades, a lei que estabelece o teto para os ministros e para todos os servidores públicos não vale para ele”.

E é bom frisar como mostra a Veja e eu cheguei a exibir os contracheques aqui no blog, houve mês em que Beltrame chegou a receber R$ 60 mil reais. Isso é que é uma ovação! Mas, leiam o restante da matéria e vejam que além de ter se apropriado ilegalmente de pelo menos R$ 400 mil reais em salários indevidos, conforme a denúncia feita no blog há mais de um ano, Beltrame ainda debocha da cara de cada um de nós.


Reprodução da Veja
BLOG DO GAROTINHO

sexta-feira, 11 de maio de 2012

PM do Rio estuda fazer ingresso único para soldados e oficiais


 Acesso ao oficialato seria apenas por prova interna, após período no posto mais baixo da hierarquia. Hoje há duas escolas de formação distintas







Foto: Raphael Gomide Recrutas da PM no Centro de Formação de Soldados. Pelo modelo estudado, futuros oficiais terão de ser praças antes

A  Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro estuda inovar no sistema de ingresso de soldados e oficiais na corporação e implantar o acesso único para oficiais e praças. Assim, todos os policiais precisarão primeiro ser soldados para poderem concorrer a uma vaga no Curso de Formação de Oficiais (CFO). O projeto está em estudo há cerca de três meses por uma comissão formada de coronéis e tenentes-coronéis da PM, nomeada pelo comando da corporação.

Leia também: Falta de recrutas gera "boom" de cursinhos preparatórios para a PM







Foto: Marino Azevedo Policiais recém-formados na UPP da Mangueira

Pela nova forma de acesso, a prova inicial para entrar na PM será para soldado, patente mais baixa da hierarquia militar, e o único acesso possível ao oficialato seria por meio de um concurso interno, após tempo ainda (possivelmente três ou cinco anos). Seria criada uma regra de transição para adequar o novo modelo aos atuais oficiais e praças. Leia mais: UPPs, aumento de salário e bolsa federal atraem candidatos a PM
Uma vantagem seria que todos os futuros oficiais terão antes passado pela atividade de ponta da corporação. Aprenderiam na prática o lema impresso no prédio principal da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), escola de formação de oficiais do Exército: “Cadetes! Ides comandar, aprendei a obedecer”.
Leia mais: Falta de policiais militares é calcanhar-de-aquiles de UPPs
Como consequência do atual grupo de estudo, o concurso de 2012 para oficiais da PM foi suspenso em março, como mostrou nota do Poder Online , e não fará parte do vestibular da Uerj neste ano.
Desde 1920, os alunos passam por três anos de formação em regime de semi-internato, para se formarem como aspirantes a oficial. Os postos do oficialato são, pela ordem crescente, aspirante a oficial, segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel; os praças são soldado, cabo, terceiro-sargento, segundo-sargento, primeiro-sargento e subtenente.
Temor de crise no oficialato e desestímulo no Corpo de Alunos atual







Foto: iG São Paulo Pela entrada única, só os soldados poderiam se tornar oficiais, por concurso interno

A nova forma de ingresso na PM seria inovadora nas polícias brasileiras, que seguem o modelo das Forças Armadas – de escolas de formação distintas para oficiais responsáveis por comandar e pela parte estratégica) e praças (executores, parte tática). A avaliação interna e temor dos próprios integrantes da comissão de estudo é que a nova forma de acesso gere tensões e crise no oficialato – principalmente entre os mais jovens – de uma instituição militar, que prima pela hierarquia e disciplina. Outra preocupação é não desestimular o atual Corpo de Alunos, que entrou pela regra antiga.
Atualmente, 331 alunos estão no Curso de Formação de Oficiais da PM do Rio (64 no primeiro ano, 168 no segundo e 99 no terceiro). Há 44.047 policiais na força, e a meta é chegar a 60 mil profissionais em 2016. Em 2011, houve 11 formaturas, somando 4.190 soldados; em 2012, já foram 2.170 novos PMs incorporados.
Missão “extremamente desafiadora”







Foto: Eduardo Naddar / Agência O Globo Comandante-geral da PM, coronel Costa Filho cumprimenta PMs do Batalhão de Choque, após a prisão de Nem da Rocinha

Na opinião de um oficial superior da comissão empolgado com as perspectivas, a missão é “extremamente desafiadora” e seu resultado poderia levar até o próprio Exército Brasileiro a repensar o seu modo de admissão e questionar se ainda faz sentido a divisão de escolas de formação (no caso do Exército com a Aman e a Escola de Sargentos das Armas). De acordo com um dos oficiais que integram a comissão de estudo e implantação do novo acesso, o sistema se assemelharia ao da Alemanha e ao de Nova York – onde é preciso ter cursado faculdade ou ter dois anos de serviço ativo nas Forças Armadas e Ensino Médio.
Um ponto que está sendo estudado é se a corporação passará a exigir graduação em nível superior dos candidatos a soldado para ingressar na PM – assim como a Polícia Civil faz. A academia de oficiais é atualmente um curso considerado de nível superior, que não exige formação além do nível médio para entrada.
Uma consequência do novo modelo estudado, seria a formação de oficiais mais velhos que os atuais cadetes, que podem entrar na PM a partir de 18 anos, logo após completarem o Ensino Médio e prestarem concurso de vestibular.