domingo, 7 de julho de 2013

O Brasil descobre as viagens de Cabral....a vá ninguém sabia disto.

Enquanto o estado de São Paulo prepara venda de helicóptero, governador do Rio mantém sete aeronaves e usa modelo de luxo para se deslocar para o trabalho e viajar com família e empregados nos fins de semana
 
20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros
Dez quilômetros separam a residência de Sérgio Cabral, no Leblon, do Palácio Guanabara, em Laranjeiras. O caminho considera as ruas da Zona Sul do Rio. Diariamente, no entanto, o governador opta por outro caminho, como revela a edição de VEJA desta semana: percorre três quilômetros até a Lagoa, escoltado por três blindados e oito motocicletas, e de lá sobrevoa o engarrafamento em um dos helicópteros do estado, até chegar à sede do governo estadual. No início da tarde do último dia 20 de junho, o governador chegou ao heliporto da Coordenadoria Adjunta de Operações Aéreas (Caoa), na Lagoa, e embarcou com um segurança e um ajudante de ordens exatamente às 12h51. Voou para o gabinete e, de lá, acompanhou a maior manifestação da história recente do Brasil – deflagrada por uma insatisfação popular com a má qualidade e o alto custo do transporte público. A reportagem de VEJA percorreu o trajeto de carro, sem batedores: os sete quilômetros foram percorridos em doze minutos.
Atualmente o governo do estado do Rio tem sete helicópteros à disposição dos gabinetes do Poder Executivo. Além de Cabral, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, já em campanha para o governo em 2014, secretários e até o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Melo (PMDB) voam com frequência quase diária.
A estrela da ‘esquadra fluminense’ foi adquirida em outubro de 2011: o Agusta AW109 Grand New, comprado por 9.732.934 dólares (o equivalente a 15.233.015 reais, à época). Para os entendidos em aviação, trata-se de uma limusine do ar, segura e confortável, a ponto de ser a preferida de Eike Batista e outros bilionários.
No mercado de táxi aéreo, o aluguel do Agusta custa 9.500 reais por hora. “Como o estado opera uma aeronave própria, pode-se dizer que o custo operacional fica 30% mais barato”, afirma o dono de uma empresa que aluga o Agusta para turistas abastados. Estima-se, então, que o custo operacional da aeronave para o contribuinte fluminense é de cerca de 6.000 reais por hora de voo, ou 312.000 por mês. Ou ainda 2,8 milhões anuais. Se considerado este padrão de gasto, uma ida e volta do governador ao trabalho consome 6.000 reais, ou 2.181 passagens de ônibus (de tarifa a 2,75). Os fins de semana em Mangaratiba saem por 54.000.
O Agusta é o favorito também da primeira-dama. No hangar que atende à família, corre a história de que ele só foi comprado porque Adriana Ancelmo não gostou do modelo EC-135, um dos mais novos e modernos bimotores da frota – também com custo da hora de voo em torno de 9.000 reais. “A Adriana não gostou do EC-135. Por isso, o governador comprou o Agusta e deixou esse para o Pezão”, conta um piloto lotado na unidade.
No dia seguinte ao protesto que reuniu 300.000 pessoas no Rio de Janeiro contra o preço das passagens de ônibus, Cabral voou novamente às 10h15. O helicóptero retornou à Lagoa às 10h32 e, quatro minutos mais tarde, a primeira-dama chegou escoltada por seguranças. Exatamente às 10h46, ela, dois filhos, duas babás e um cachorrinho de estimação decolaram. Destino: Mangaratiba, na Costa Verde, onde a família tem uma mansão de veraneio. Uma semana depois, dia 28 de junho, Adriana, as crianças, as babás e o mesmo cãozinho embarcaram no Agusta às 11h19, de novo rumo ao Litoral Sul, apesar do mau tempo. “Pode estar desabando o mundo que eles voam para Mangaratiba todo fim de semana”, diz um funcionário do heliponto.
Voar com essa frequência é para poucos. E custa caro. O governo de São Paulo – o estado mais rico do país – está acertando os detalhes da venda de um de seus dois helicópteros ainda este ano. Uma licitação ou concorrência pública deve arrecadar, segundo estimativa do Palácio dos Bandeirantes, cerca de 2,5 milhões de reais ao se livrar da aeronave, além de todos os custos com a manutenção, combustíveis e a operação de voo – um gasto de cerca de 4,5 milhões de reais por ano. A venda é parte do esforço para conter despesas e amortecer o impacto do subsídio que o orçamento paulista terá de prover para manter passagens de metrô e trem em 3 reais, em vez de 3,20. São Paulo, capital com o mais extenso e caótico trânsito do país, passará a ter, então, um helicóptero para o governador, secretários e emergências envolvendo o Poder Executivo.
No momento, esta não é uma preocupação do governo do Rio. Ao longo das últimas três semanas, a reportagem de VEJA acompanhou o sobe e desce da família Cabral e da frota baseada na Lagoa. Na última quinta-feira, dia 4, o governador saiu de casa às 10h59 e chegou 15 minutos depois à Lagoa. Bateu papo e embarcou às 11h20 não no Agusta, mas no ‘que a Adriana não gosta’. O decola e pousa frequente do governador deixa à vontade outras autoridades para acumular milhas – e gastar fortunas. O peemedebista Paulo Melo, que preside a Assembleia e é o braço forte de Cabral no Legislativo, também é um voador habitual. “Ele vai e volta para Saquarema praticamente todos os dias num dos bimotores”, conta um piloto.
O que a família Cabral e as autoridades talvez não saibam é que, no comando das aeronaves e em terra, os abusos com o vai e volta pelo ar indignam quem testemunha a farra. “Existe o voo das babás. No domingo, depois que eles voltam de Mangaratiba, o piloto tem que voltar lá e buscar as babás. Isso tudo com o dinheiro do povo. É revoltante”, desabafa outro piloto. Um funcionário que acompanha o dia a dia das viagens aéreas detalha outras excentricidades: “Já aconteceu de tudo nessas aeronaves. Levaram cabeleireira, médico, prancha, os amigos dos filhos do governador, convidados. Uma vez, a babá veio de Mangaratiba para pegar uma roupa que a Adriana tinha esquecido. Na outra, uma empregada veio fazer compras no mercado. É o verdadeiro ‘helicóptero da alegria’”, indigna-se.
Sobre a necessidade de tantos deslocamentos diários pelo ar, a assessoria do governo do estado respondeu, por email, que “o governador usa o helicóptero do governo sempre que necessário para poder otimizar o seu tempo e poder cumprir todos os seus compromissos”. Os assessores não responderam sobre o alto custo desse tipo de deslocamento, mesmo em horários sem trânsito.
A respeito da compra do Agusta, o modelo mais luxuoso da frota, a assessoria de Cabral informou que “o cargo de governador de um estado tão importante quanto o Rio de Janeiro exige que o seu ocupante se desloque em aeronaves seguras”, e que esta serve para que ele possa também ir a outros municípios em áreas montanhosas – uma necessidade que o governador do estado de São Paulo, também montanhoso, ainda não percebeu.
O governo do estado não considera que as viagens até Mangaratiba sejam "a passeio": “O governador tem residência também em Mangaratiba, para onde precisa se deslocar com a sua família. Não é verdade que os helicópteros sejam usados por amigos. As babás, por vezes, viajam neles em companhia dos filhos do governador”, diz o e-mail.
Doutor em Direito Administrativo pela Universidade Complutense de Madrid, Fabio Medina Osório enxerga na forma como as aeronaves são usadas pelo Executivo no Rio uma afronta ao princípio da razoabilidade. “Tem que haver finalidade pública para justificar o uso de um helicóptero dessa maneira. A distância para o Guanabara é curta e a questão da segurança não é problema, porque um governador tem à disposição veículos blindados e escolta. Para o uso em lazer, é ainda mais grave”, afirma.
Na última sexta-feira, dia 5, depois do protesto que terminou com pancadaria entre manifestantes e policiais no Leblon, o governador não usou as aeronaves para ir ao Palácio Guanabara. Também não foi de carro: "despachou de casa", informou sua assessoria.

sábado, 6 de julho de 2013

INDÍCIOS DE UMA POSSÍVEL CANDIDATURA DE BELTRAME PARA O GOVERNO DO RJ.

Minha vã observância... 
Todos sabem que as festas e bailes de grande proporção são promovidos por pessoas invisíveis, pois os mesmos não se identificam assim não assumindo a culpa pelos transtornos causados, quanto ao som alto, baderna, consumo de entorpecentes, trafico, associação ao tráfico, prostituição, corrupção de menores e etc....
Autorizar estes eventos é sim ser coniventes com estes crimes e atos infracionais que ocorrem nestes eventos sem a permissão e fiscalização dos órgãos municipais e estaduais e aí se perde o controle e de responsabilizar alguém, pois sem a identificação dos autores e responsáveis destes eventos fica fácil tudo acontecer e nada responder.
Coitados dos moradores destas comunidades que precisarem levantar cedo para trabalhar, pois não iram conseguir dormir a noite.
Só falta legalizar a maconha.
 
VEJA A MATÉRIA DO JORNAL O DIA.

Beltrame legaliza os bailes funk

Secretário quer nova resolução pronta antes do fim deste ano

André Balocco
Rio - O baile funk nas comunidades vai ser legalizado até o fim do ano. Sem alarde, a Secretaria de Segurança entregou à Casa Civil, em abril, um estudo pedindo a flexibilização da Resolução 013, que prevê uma série de pré-requisitos para a realização de eventos, tanto na favela quanto no asfalto. O tema vem avançando e o grupo de estudo que trabalha no assunto deve entregar suas conclusões até setembro. O secretário José Mariano Beltrame já bateu o martelo: quer a nova resolução pronta e publicada no Diário Oficial antes das festas de fim de ano.
“A responsabilidade sobre o baile funk não pode ficar só nas costas da segurança”, diz Beltrame. “É preciso dividir com toda a sociedade, bombeiros, transportes etc”, apregoa. Beltrame sabe que a volta dos bailes às áreas pacificadas pode melhorar a imagem das UPPs entre os jovens, apesar de ter números impressionantes sobre reclamações de barulho nas ouvidorias das unidades. “Não tem nada mais carioca do que o funk”, acredita o secretário.
Bailes funk foram legalizados por Beltrame
Foto:  Fabio Gonçalves / Agência O Dia

Coordenador das UPPs: 'É questão de tempo'
Para o coronel Paulo Henrique, ex-comandante do Bope e agora coordenador das UPPs, a grande questão do funk é a ressignificação do baile, cuja imagem ainda é muito ligada ao tráfico. “Temos de mudar isso aos poucos”, prega.
“A volta dos bailes é questão de tempo”. Enquanto a Resolução 013 não muda, bom senso é o melhor caminho. “Mas é preciso haver algum grau de exigência. Acabou o tempo em que podia tudo”.
'DJ Gordinho' sonha com bailes na Cantar
Espécie de embaixador informal do Complexo do Alemão, Carlos Eduardo Gomes, o DJ Gordinho da ‘Som Digital’, não vê a hora de voltar a fazer tremer a quadra da Rua Canitar — ‘meca’ dos bailes à época do tráfico. “Houve exagero”, diz, sobre os seis eventos que fazia por semana.
“Mas agora só quero fazer um”. Gordinho tenta, sem sucesso, convencer a UPP local a liberar a quadra. Diz que é a opção mais barata de divertimento para o morador. “Funk não é putaria, é a cultura da favela. Não é porque era de um jeito que vai voltar a ser assim”.
Funk e insônia
Além do temor de perder o controle da segurança com a liberação, o coronel Paulo Henrique diz que muitos moradores não gostam dos bailes. “É quem não dorme com o barulho. Tenho que ouvi-los também.”
Má reputação
‘É preciso cuidado com a repercussão da liberação para não dizerem que a bagunça voltou”, diz o coronel. A estratégia é a mesma de Beltrame: dividir responsabilidade. “A questão não é da PM, é da comunidade”.
Para Júlio Ludemir, 'É como proibir sexo'
Criador da ‘Batalha do Passinho’, Júlio Ludemir diz que impedir os bailes é como proibir o sexo. Para ele, o evento caiu no colo do tráfico por ter sido expulso do subúrbio.
“E hoje se repete o mesmo movimento ao proibi-lo nas favelas”, defende. “Está na hora de as pessoas pararem de ter medo de jovens pobres reunidos”. Para ele, a proibição condena os jovens a uma única opção: tornarem-se evangélicos. “É preciso encontrar um caminho entre estes dois estereótipos nas favelas. Quem gosta de funk não é bandido.”
Arraiá da Reciclação
Neste sábado, a partir das 14h, na quadra do Morro dos Prazeres, o Arraiá da Reciclação. Com 20 itens recicláveis, como caixinhas de leite e creme de leite, ou garrafas PET, o morador ganha seis tíquetes para comer ou brincar. Cris dos Prazeres, organizadora do evento, está animada. “Vai ser o arraial da família.”
Olha o Vidigal aí...
Desde 1989 afastada da Sapucaí, a Acadêmicos do Vidigal começa, terça-feira, sua caminhada de volta ao Sambódromo. “Vou à Liesa para ressindicalizar a escola”, diz o presidente Rodrigo Art, há três meses no cargo. No projeto de crescimento, a escola faz, domingo que vem, o ‘Caldos de Julho’, com samba e comida.
Alemão I
A Unisuam oferece atendimento jurídico gratuito toda sexta-feira, na Avenida Itararé 340, ou pelo telefone 3882-9787.
Japeri
Cinco golfistas de Japeri viajam quarta-feira para disputar o circuito mundial de golfe juvenil, em São Carlos, no ABC paulista, entre eles o campeão juvenil brasileiro, Cristian Barcelos.
Arena Dicró
Favela e asfalto se unem na literatura depois de amanhã, na Arena Dicró, na Vila da Penha, na segunda Flip-Flupp.
Alemão II
A CoopLiberdade oferece oficinas de brinquedo e mosaico plástico hoje, das 10h às 15h, na estação Baiana do Teleférico.
SEMANA que vem o Borel receberá o ‘Embratel de Braços Abertos’, com percursos de 5 km e 10 km. As inscrições são gratuitas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Manifestantes voltam a protestar na esquina da rua onde mora Sérgio Cabral

O protesto próximo à casa do governador Sérgio Cabral teve momentos de tensão na noite desta quinta-feira. Por volta das 22h45min, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Um caminhão-tanque chegou a ser usado pelo Batalhão de Choque durante o confronto.
Após quase cinco horas de protesto pacífico, alguns manifestantes começaram a gritar "vamos invadir", e a polícia reagiu jogando spray de pimenta. Os manifestantes, então, revidaram com morteiros, e a polícia começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo. Por volta das 23h, a tropa da PM avançou pela Avenida Delfim Moreira, no sentido Ipanema. Em retirada, os manifestantes atearam fogo em lixeiras e jogaram no meio da via. Pelo menos seis pessoas foram presas e levadas para a 14º Delegacia de Polícia.
PM atirou bombas de gás lacrimongêneo contra os manifestantes na rua de Cabral
PM atirou bombas de gás lacrimongêneo contra os manifestantes na rua de Cabral Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Manifestantes se dispersam quando a polícia começa a atirar bombas de gás lacrimogêneo
Manifestantes se dispersam quando a polícia começa a atirar bombas de gás lacrimogêneo Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Pelo menos seis pessoas foram detidas pela polícia após os confrontos
Pelo menos seis pessoas foram detidas pela polícia após os confrontos Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo


A jornalista Carol Noaves, de 33 anos, foi surpreendida com o confronto. De acordo com ela, tudo estava tranquilo quando as bombas começaram a ser ouvidas. Uma porta de vidro foi estilhaçada e um poste de sinalização, derrubado, na esquina da Avenida Delfim Moreira com a Rua Aristides Espínola, onde se iniciou o confronto.
- Foi uma coisa insana. Estava todo mundo tranquilo, cantando músicas, quando começou. Do nada, surgiram bombas de efeito moral e balas de borracha. Todo mundo seguiu para a Ataulfo de Paiva, que foi fechada - disse.
Muitos manifestantes usavam um guardanapo branco na cabeça, em alusão aos secretários do governo Cabral, flagrados em um jantar em Paris com o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da Delta. Nas fotos, eles apareciam usando guardanapos em forma de bandanas na cabeça.
Muitos manifestantes usavam um guardanapo branco na cabeça, em alusão aos secretários do governo Cabral, flagrados em um jantar em Paris com o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da Delta. Nas fotos, eles apareciam usando guardanapos em forma de bandanas na cabeça. Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

A polícia montou um cerco na rua de Cabral
A polícia montou um cerco na rua de Cabral Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

PM e manifestantes divergem sobre estopim
O advogado Rafael Faria, da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse ao GLOBO que a PM alega ter agido ao ser agredida por uma pedrada. Além disso, uma lata de cerveja teria sido lançada contra os policiais. Já alguns manifestantes ouvidos pelo advogado afirmaram que a ação da polícia foi gratuita e que teria sido decorrente, em parte, do desgaste físico e emocional da tropa.
Manifestantes incluíram slogans como
Manifestantes incluíram slogans como "Fora Renan" e "Transporte de qualidade" durante o protesto Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

No asfalto, manifestantes pintaram
No asfalto, manifestantes pintaram "Fora Cabral" Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

Cerca de dez advogados da OAB estiveram na 14º DP para dar assistência aos presos. Um dos advogados, Raul Lins e Silva, disse estranhar que a PM esteja tentando ligar, sem qualquer prova, o grupo detido a um material apreendido: um pedaço de pau com um morteiro disparado na ponta. Segundo Raul, não há qualquer prova para isso. Um outro advogado da comissão, Rafael Faria, disse que a PM não está agindo constitucionalmente: os nomes dos policiais não estão estampados nas fardas.
Desde as 17h, havia forte aparato policial no Leblon. Uma barreira de policiais foi montada tanto na Aristides Espínola quanto na Avenida General San Martin, que é paralela à Delfim Moreira. Manifestantes estavam muito próximos aos PMs, gritando palavras de ordem. Alguns tentavam negociar com oficiais, que apenas ouviam, sem se manifestar. O grupo pedia melhorias para o transporte público, para a saúde e a educação.
Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

Gerusa Lopes, de 30 anos, que participa do ato desta quinta, fazia parte do grupo que estava acampado perto da residência do governador e foi retirado pela polícia no começo desta semana. A jovem distribuiu 80 guardanapos de papel entre os manifestantes, para protestar contra o que ela chamou de "farra do Cabral em Paris". Durante uma viagem do governador, secretários estaduais, juntamente com o então proprietário da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, foram fotografados na capital francesa usando guardanapos na cabeça.
- Foi um absurdo! Gastaram 100 dólares em uma garrafa de champagne enquanto o povo aqui passa tanta necessidade - disse.
A chef de cozinha Angelica do Nascimento, de 54 anos, aderiu à causa e pôs o lenço de papel na cabeça de seu cachorro labrador, Rocco, de sete anos. Segundo ela, os manifestantes têm razão em protestar e pedir melhorias no serviço público.
Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

Cabral comentou, mais cedo, no Palácio Guanabara, as manifestações nas proximidades de seu prédio:
- Eu lamento, porque manifestação ao governador deve ser feita na porta do palácio. Mas não sou eu quem tem que julgar onde manifestante deve manifestar.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/manifestantes-voltam-protestar-na-esquina-da-rua-onde-mora-sergio-cabral-8923114.html#ixzz2YAGk4sR0

terça-feira, 2 de julho de 2013

Tá nas redes: manifestantes pedem 10 mil na casa de Cabral

Movimento é resposta à desocupação desta madrugada
Jornal do BrasilHenrique de Almeida
 
A reação à desocupação do movimento Ocupa Cabral, que estava em frente à rua do governador Sérgio Cabral desde o dia 21 de junho, foi rápida nas redes sociais. Um evento no Facebook pede 10 mil pessoas no local nesta quinta-feira, às 18h.
No texto do evento, os criadores fazem o apelo. Até as 12h, 874 pessoas haviam confirmado presença:
"Ele tira a ocupação? A gente vai pra la com barraca, guardanapo, arte, música e tudo que tiver direito! Fora Cabral! Pelo impeachment do governador e em repúdio à BRUTALIDADE policial! Todas as tribos, todos os coletivos, todos os grupos, todos os artistas, todos os cidadãos do Estado estão convidados para este evento!
Convocação para nova ocupação em frente à casa de Cabral
Convocação para nova ocupação em frente à casa de Cabral

Retirados durante a madrugada
Os manifestantes do movimento Ocupa Delfim Moreira, que protestavam em frente à casa do governador Sérgio Cabral desde o dia 21 de junho, foram retirados do local na madrugada desta terça-feira (2). Havia 15 manifestantes no local no momento da desocupação, abrigados em dez barracas.
Jair Seixas, um dos líderes do movimento, foi autuado em flagrante no artigo 163 por dano ao patrimônio público por quebrar o vidro de uma viatura. Por volta das 7h desta quinta-feira, no entanto, foi paga a fiança de R$ 800, e Seixas foi liberado.
O grupo chegou a reunir 4 mil pessoas em frente à rua do governador no domingo, dia 23. Os manifestantes, até segunda-feira, diziam que não iriam sair enquanto não tivessem uma conversa com o governador.
Após uma reunião de Cabral com manifestantes de um outro grupo, dissidente ao Ocupa Delfim Moreira e chamado "Somos o Brasil", havia a expectativa de quando a polícia iria retirar os manifestantes do local.
Segundo informações do grupo Anonymous Rio e depoimentos em redes sociais, os manifestantes tiveram barracas quebradas, pertences jogados na rua e foram depois socorridos por alguns poucos moradores e pelo corpo de bombeiros. A advogada Priscila Pedrosa esteve no local,representando a OAB, para prestar apoio jurídico.
 
Pressão por negociação
Segundo Bruno Cintra, um dos líderes do movimento, o secretário de Direitos Humanos do Estado, Zaqueu Teixeira, se encontrou com eles às 23h desta segunda para pressioná-los a se encontrar logo com o governador Sérgio Cabral.
"Ele primeiro pressionava, e depois se acalmava um pouco. A gente decidiu que, primeiro, iria fechar a nossa pauta para uma conversa com o governador. Por volta das 2h, porém, veio uma batida de 40 policiais, quebrando todas as barracas e destruindo tudo", conta Bruno, que faz acusações graves. "Policiais chegaram a chutar uma barraca com uma criança de colo dentro. E em nenhum momento disseram o motivo daquela coisa toda. Simplesmente agiram", conta Cintra, que ainda questionou a legalidade da desocupação.
"Qualquer um sabe que uma desocupação precisa ter uma equipe médica de prontidão, e não havia nada disso. Fomos socorridos depois, pelos bombeiros,e  por alguns moradores", disse.
Bruno ainda contou um fato curioso: segundo ele, um policial teria assumido a ocorrência e levado Bruno juntamente com Jair Seixas no carro da polícia. "No rosto dele, havia todo o constrangimento, de quem sabia que aquela operação estava errada. E foi assim durante toda a viagem até a 14ª DP", finalizou ele.De acordo com Luiza Dreyer, outra das manifestantes, os policiais chegaram destruindo as barracas e pegando os livros que estavam dentro delas. "Eles diziam que era de cunho político. Alguns livros com figuras de Picasso foram rasgados", lamentou.
A 14ª DP se limitou a dizer que apreendeu materiais, embora não tenha informado que materiais seriam esses, embora, a princípio, nada fosse ilícito. O delegado da 14ª, Rodolpho Valdeck, declarou que não irá se pronunciar sobre a ação policial.
 
"Faltou maleabilidade"
O advogado Raul Lins e Silva, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, disse que não possui elementos para indicar se houve abuso por parte da polícia. Silva afirma, no entanto, que faltou "maleabilidade" ao governo do Estado.
"Essa saída poderia ser negociada de forma mais pacífica. Recebi uma ligação por volta das 3h de um homem, que disse que sua esposa havia sofrido um pico de pressão quando a polícia chegou e havia sido levada para o hospital. Não havia nem montagem para apoio médico para a desocupação", criticou.
Segundo Silva, os depoimentos que ouviu dos manifestantes indicam que Zaqueu queria a pauta de intenções para o encontro com o governador no fim desta semana ainda na segunda-feira. "Os manifestantes, no entanto, disseram que iriam decidir essa questão coletivamente. Mas comemoraram a chance de ter um encontro com o governador. E, no entanto, às 3h, aconteceu tudo o que aconteceu", contou o advogado.
A secretaria de Direitos Humanos, em nota, declarou que " o Secretario de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, esteve nesta segunda-feira (1/7), mais uma vez, com os manifestantes acampados na Rua Aristides Espínola, esquina com Av. Delfim Moreira, no Leblon, para ratificar a disposição do Governo em receber as reivindicações do grupo que continuava no local.
Até o inicio da noite, o secretário ainda não havia recebido retorno dos manifestantes acampados quanto à data de uma reunião oferecida pelo Estado entre o grupo e o Governador Sergio Cabral."