terça-feira, 25 de junho de 2013

Partido da Segurança Pública nega vínculo com convocação de greve geral na internet

Cerca de 500 mil pessoas já confirmaram presença no evento concocado pelo Facebook
O PSPC (Partido da Segurança Pública e Cidadania) negou nesta sexta-feira (21) que tenha qualquer ligação com a greve geral que está sendo convocada para o próximo dia 1° de julho em todo o País.
A ligação da sigla com o ato se deu porque no perfil do criador do evento no Facebook, o músico Felipe Chamone, o PSPC aparecia como uma de suas preferências.
O vice-presidente da executiva nacional da legenda, Geraldo do Espírito Santo Neto, disse que Chamone não tem autorização para falar em nome do PSPC:
— Ele é simpático ao partido, mas não fala em nome do partido, não é dirigente partidário, e está proibido de falar em nosso nome. Não o reconhecemos como sendo dirigente ou falando em nome do partido
Depois da onda de protestos que tomou as ruas de diversas cidades do País nos últimos dias, Chamone tenta convocar, pela internet, uma greve geral para o dia 1º de julho.
A convocação está sendo divulgada pelo Facebook e, na última sexta-feira (21), tinha cerca de 500 mil pessoas confirmadas.
“Vamos mostrar ao governo que quem faz um país é o povo, e não os políticos”, diz o texto que combina o evento.
O PSPC ainda está em fase de criação. Seus apoiadores estão desde 2008 coletando as assinaturas necessárias para obter a homologação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Neto não soube contabilizar quantos apoios já o partido obteve até agora para sua criação. O PSPC já tem, no entanto, diretório e comissão executiva provisória 16 Estados.
Apesar de fazer questão de se desvincular do chamamento para a greve geral, o dirigente disse que o PSPC é “a favor de todos os movimentos populares, desde que seja pacífico, ordeiro, com as pessoas realmente lutando por seus direitos negados pela administração pública”.
Mas, para essa greve do dia 1° agora o partido jamais fez esse chamamento. É de total responsabilidade do senhor Felipe Chamone.
Após a repercussão do caso na internet, Chamone retirou as referências ao PSPC de seu perfil, enquanto o partido retirou sua página no Facebook do ar. (R7).

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Internautas organizam greve geral no País para o dia 1º de julho

Fim da corrupção e aumento do salário mínimo estão entre as motivações do protesto
 
“Ou o governo nos respeita, ou paramos de jogar”, diz o texto Reprodução/Facebook
 
Depois da onda de protestos que tomou as ruas de diversas cidades do País nos últimos dias, um grupo organiza, pela internet, uma greve geral para o dia 1º de julho. A convocação está sendo divulgada pelo Facebook e, por volta das 11h desta quinta-feira (20), tinha cerca de 150 mil pessoas confirmadas.
“Vamos mostrar ao governo que quem faz um país é o povo, e não os políticos”, diz o texto que marca o evento, criado por perfil com o nome de Chamone Real.
A foto que ilustra a página, uma cena do filme V de Vingança, faz referência clara aos hackativistas do Anonymous. As causas pelas quais os dois grupos dizem estar lutando, entretanto, não são as mesmas.
Em vídeo divulgado na internet, na terça-feira (18), o Anonymous lista suas cinco bandeiras, que são diferentes das causas enumeradas pelos organizadores da greve geral. O texto, que pede à população que pinte o rosto e saia às ruas no próximo dia 1º, cita como motivações para o protesto o “fim da roubalheira”, “um salário mínimo decente”, “redução salarial dos cargos políticos”, entre outras causas.
Além das 150 mil pessoas confirmadas, 22 mil disseram que talvez participem da mobilização. Mais de 2,5 milhões receberam o convite diretamente. (R7).

Reforma política: Dilma propõe plebiscito para Constituinte exclusiva

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff abriu na tarde desta segunda-feira a reunião com governadores e prefeitos das capitais com objetivo de definir uma linha de ação conjunta para melhorar os serviços públicos no país. A presidente destacou que busca soluções para as reivindicações que vem das ruas. Ela defendeu um plebiscito para uma Constituinte exclusiva para a reforma política, além de propor lei para a corrupção ser crime hediondo.
- Mais do que um debate estamos aqui para procurar soluções. Buscamos respostas, todas elas republicanas e participativas, aos problemas que inquietam e mobilizam o povo brasileiro - disse Dilma na abertura da reunião que convocou com todos os governadores, prefeitos das capitais e seus principais ministro - O povo está nas ruas dizendo que quer as mudanças, está nos dizendo que quer mais cidadania. Quer serviços públicos de qualidade, mecanismos mais eficientes de combate à corrupção - disse ainda a presidente Dilma.
Antes do encontro, a presidente recebeu no Palácio do Planalto representantes do Movimento Passe Livre, que iniciou a onda de protestos pelo país com o objetivo de reduzir as tarifas de ônibus.

A presidente listou quais são os cinco pactos que ela propõe agora: o primeiro ponto é a estabilidade fiscal; uma reforma política com a proposição de um plebiscito para uma Constituinte com fim exclusivo de tratar desse assunto; recursos e ações exclusivas para o SUS; plano para o transporte público, com o anuncio de desoneração de PIS e Cofins para o diesel e para a energia que move veículos da rede de transporte; e ações para a educação, com destinação de 100% dos recursos do pré-sal para o setor.
- Estamos passando por um inequívoco processo de mudança, talvez a mais ampla que o país já vivenciou – afirmou a presidente, que reforçou que é preciso ouvir o que dizem as manifestações nas ruas.
Ela deu destaque, dentro do pacto de reforma política, à definição de regras mais severas para corrupção, inclusive prevendo a possibilidade de que seja considerada crime hediondo, quando for dolosa.
Ela destacou que o que está acontecendo no país é reflexo de um processo de inclusão social, e que “agora o povo nas ruas quer mais”.
- Quer uma representação política permeável, uma sociedade em que o cidadão, e o não o direito econômico, esteja em primeiro lugar. É bom que o povo esteja dizendo isso em alto e bom som. Cabe a cada um de nós ouvir.
Dentro do primeiro pacto, de responsabilidade fiscal, Dilma destaca que o objetivo é garantir estabilidade econômica, com controle da inflação.
Sobre o segundo pacto, de reforma política, Dilma afirmou que o segundo pacto gira em torno da “construção de ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular e amplie o horizonte da cidadania”
- Todos nós já sabemos que esse tema entrou e saiu várias vezes na pauta do país, temos a iniciativa de sair do impasse – disse a presidente, que propôs um plebiscito popular para criar uma constituinte específica para a reforma política.
No terceiro ponto, a presidente colocou o SUS, e destacou que a classe médica não precisa se preocupar com a importação de médicos do exterior, já que será dado prioridade aos profissionais brasileiros antes de se oferecer postos de trabalho a profissionais de outros países.
- Não se trata de medida hostil a nossos médicos, mas uma ação emergencial em encontrar médicos em número suficiente e com disposição para as regiões mais remotas. Sempre oferecemos primeiro aos médicos brasileiros as vagas, só depois chamaremos os estrangeiros.
A presidente usou dados de países desenvolvidos para defender a contratação dos estrangeiros. Segundo Dilma, no Brasil, do total de médicos 1,79% são estrangeiros, enquanto na Inglaterra são 37%, nos Estados Unidos, 25% e na Austrália, 22%. A presidente disse que essa será uma ação emergencial. Dilma disse ainda que, até 2017, serão abertas 11.447 novas vagas para graduação em Medicina e 12.376 vagas em residência.
Dentro das medidas de mobilidade urbana – o quarto pacto, Dilma anunciou a aguardada desoneração do PIS e da Confins para o óleo diesel, que movimenta esses veículos do transporte público.
- Decidi destinar mais R$ 50 bilhões em investimentos para obras de mobilidade urbana e investir em metrôs, tivemos a incorreta opção de não investir em metrô.
Por fim, no pacto pela educação pública, a presidente reforçou que nenhuma nação se desenvolve sem educação em tempo integral, creches, ensino profissionalizante, e universidades, e afirmou que condição essencial nesse pacto é a boa remuneração dos professores.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/reforma-politica-dilma-propoe-plebiscito-para-constituinte-exclusiva-8798078.html#ixzz2XBFqg92r

domingo, 23 de junho de 2013

Em ‘inferno astral’, Dilma testará novo estilo de governo para salvar reeleição.

Protestos nas ruas, dólar em alta, popularidade em baixa e aliados em guerra levam presidente, gestora chamuscada, a mudar estratégias.
VERA ROSA / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo
 
Na pior semana de seu governo, com uma onda de protestos violentos sacudindo o País, inflação em alta e popularidade em queda, a presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de gabinete de crise e rompeu o isolamento do Palácio do Planalto. Avessa a negociações e alvo de críticas no Congresso, ela foi obrigada a montar uma agenda de emergência para ouvir as vozes das ruas, conter as insatisfações e abafar o coro do “Volta Lula”, que já começa a ser entoado na seara doméstica para pedir o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na eleição de 2014. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, o PT não enfrenta desgaste tão grande.

Dida Sampaio/Estadão.
Hábito de centralizar decisões apresenta desgaste dentro e fora do governo Dilma.
Com muitos nós para desatar, Dilma pretende agora testar um novo estilo de governo para tentar virar o jogo e traçar a rota do projeto de reeleição. Ajustes na política econômica para reagir à esperada redução de dólares no Brasil, com o fim do programa de estímulos nos Estados Unidos, e mudanças no núcleo político do Palácio do Planalto são aguardados para o segundo semestre.
Habituada a centralizar decisões e a formular sozinha as principais diretrizes políticas e econômicas, a presidente encerrou a semana com a imagem de gerente desgastada, em meio a uma sucessão de más notícias que deixaram o Planalto atônito. É nesse tumultuado cenário que a presidente terá que negociar com aliados as composições para 2014.
O PMDB convocou reunião de sua Executiva para terça-feira, a fim de discutir a crise e os obstáculos à formação dos palanques com o PT nos Estados, como no Rio de Janeiro. “A coordenação política do governo está sem força e ninguém mais aceita essa história de dois palanques para Dilma”, resumiu o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
‘Bicho esquisito’. “Tem um bicho esquisito aí”, admitiu o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. “Quem está na chuva é para se queimar e esses protestos também atingiram o PSDB e o governador Geraldo Alckmin”, completou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fazendo um trocadilho. “Com certeza, alguma lição vamos tirar dessa catarse”, previu o ministro.
Dos problemas com a demarcação de terras indígenas, passando por boatos sobre o fim do programa Bolsa Família, vaias na abertura da Copa das Confederações, escalada da inflação, “Pibinho”, atritos com o PT e o PMDB e, agora, a fúria nas ruas, tudo pareceu conspirar para o inferno astral do governo, nos últimos dias.
Para recuperar o apoio perdido, Dilma acertou com Lula que mudará a estratégia política, chamando, por exemplo, representantes de movimentos sociais para conversas periódicas. Até agora, ela manteve distância regulamentar de todos.
Concertação. A presidente também fez um apelo pela “concertação” com o Legislativo e o Judiciário. Sob intenso fogo cruzado, anunciou que vai se reunir com governadores e prefeitos e propôs um pacto nacional, expressão abominada pela esquerda, em torno da mobilidade urbana.
No Congresso, aliados preparam outra estratégia para aprovar projeto de interesse do Planalto que inibe novos partidos, aproveitando a fragilidade de Dilma para cobrar faturas antigas de cargos e emendas.
No diagnóstico do governo, as manifestações que tiveram como origem o aumento das tarifas de transporte coletivo e desandaram para protestos contra tudo o que está aí assumiram contornos perigosos.
A preocupação é com o clima de instabilidade e confronto, num momento de dificuldades na economia, justamente quando as atenções internacionais estão voltadas para o Brasil, que sedia a Copa das Confederações e está prestes a receber a visita do papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, marcada para julho, no Rio.
Para Bernardo, as manifestações mostraram que o povo não se sente representado pela forma tradicional de fazer política. Atropelada por jovens sem partidos, a cúpula do PT tentou pegar carona no movimento e convocou seus militantes para uma passeata em São Paulo, na quinta-feira, com o objetivo de defender “o legado de Lula e Dilma”, após o recuo no aumento das passagens. O gesto foi visto pelo Planalto como “um tiro no pé” porque pôs o PT, Dilma e o prefeito Fernando Haddad, já derrotado politicamente, na mira de novos protestos.
“As reivindicações sobre transportes são legítimas, porque o serviço de ônibus nas grandes cidades é muito ruim”, afirmou Paulo Bernardo. “Protestar contra a corrupção também é legítimo, mas, levantar bandeira contra a PEC 37 é conversa fiada. A imensa maioria nem sabe o que é isso”, constatou o ministro, numa alusão à proposta de emenda constitucional (PEC) que limita o poder de investigação criminal do Ministério Público.
Coro do Volta Lula. Embora petistas, aliados e até empresários descontentes com o governo ensaiem novamente o “Volta Lula”, o ex-presidente garante que não será candidato, em 2014. Lula antecipou o lançamento de Dilma, em fevereiro, para segurar especulações sobre o seu retorno, mas, nos bastidores do PT, a estratégia foi considerada desastrosa. (Estadão).

sábado, 22 de junho de 2013

“CIA brasileira” monta operação Big Brother para monitorar redes sociais

Abin vai observar Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp por conta das manifestações
ABIN
Sem detectar as manifestações combinadas pelas redes sociais e que nesta quinta-feira (20) terão como alvo o Palácio do Planalto, a Abin ( Agência Brasileira de Inteligência) montou às pressas uma operação para monitorar a internet.
O governo destacou oficiais de inteligência para acompanhar, por meio do Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp, a movimentação dos manifestantes.
A avaliação na agência é de que as tradicionais pastas do governo que tratavam de articulação com a sociedade civil perderam a interlocução com as lideranças sociais.
A decisão foi tomada após uma crise entre assessores civis da presidente Dilma Rousseff e oGSI (Gabinete de Segurança Institucional), que não teriam alertado o Planalto das manifestações da semana passada em São Paulo e que desencadearam em uma onda de protestos no Brasil.
Nos últimos dois meses, os agentes da Abin e de outros órgãos de inteligência foram deslocados para a segurança da Copa das Confederações, negligenciando outras áreas.
Com a eclosão da crise, o potencial das manifestações passou a ser medido e analisado diariamente pelo Mosaico, um sistema online de acompanhamento de cerca de 700 temas definidos pelo ministro-chefe do GSI, general José Elito.
Nos relatórios, os oficiais da agência tentam antecipar o roteiro e o tamanho dos protestos, infiltrações de grupos políticos e até supostos financiamento dos eventos. “O monitoramento, acompanhamento dos assuntos nacionais é dever de todos nós, independentemente de qualquer assunto”, disse o ministro.
O GSI colocou grades duplas em torno do Palácio do Planalto para reforçar a segurança em preparação para um protesto marcado para hoje. Em dias de manifestações, as instalações presidenciais são protegida na parte interna, pelos seguranças do GSI e pela Polícia do Exército, e, na parte externa, pela Polícia Militar do Distrito Federal.

Manifestações
Embora o governo tenha anunciado nesta quarta-feira (19) à noite a redução das tarifas do transporte público no Rio, ativistas sairão em um novo protesto nesta quinta-feira à tarde no centro.
A concentração será às 17h em frente à Igreja da Candelária. A ideia é ir até a sede administrativa da prefeitura e fazer vigília durante a madrugada. Mais de 350 mil pessoas já haviam confirmado presença no ato, por meio das redes sociais.
“Estamos felizes com a redução da tarifa, e o ato desta quinta deve ser uma comemoração, mas a luta está só começando. Exigimos tarifa zero”, disse Raphael Godoi, um dos líderes.
Em Porto Alegre, uma nova manifestação está programada para a noite desta quinta, no Paço Municipal. O ato será acompanhado pela Brigada Militar.
O governador Tarso Genro (PT) disse que manifestações são um sinal de “vitalidade da sociedade”, mas pediu que quem for ao ato não faça depredações.
Em Salvador, a manifestação desta quinta contra o aumento de tarifas deve passar perto da Arena Fonte Nova, onde Nigéria e Uruguai se enfrentam pela Copa das Confederações.
O governador Jaques Wagner (PT) já se disse favorável às manifestações populares, mas alerta que abusos serão coibidos. “A orientação (da PM) é preservar a integridade de todos, esperando a mesma postura dos manifestantes.” (R7).

Senadores cobram pronunciamento de Dilma sobre manifestações.

DO G1
dilma
 
Presidente se reuniu com ministros mas não deu declarações
Parlamentares usaram discursos em plenário nesta sexta-feira (21) para cobrar uma posição da presidente Dilma Rousseff sobre as manifestações que ocorrem em todo o país. Nesta quinta, Dilma se manteve em silêncio enquanto milhares de pessoas protestavam. Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), está no momento de a presidente “se identificar com esse povo que está na rua”.
“Dona Dilma, o seu pronunciamento hoje, desde que a senhora tomou posse na Presidência da República, é o mais importante que a senhora vai fazer. Eu diria mais, presidenta, hoje realmente é o início com relação ao destino do prestígio do seu nome junto à sociedade. Caiu dez pontos? Caiu. Mas, a partir de hoje, vai se decidir o rumo: se ela vai continuar caindo ou se ela vai se estabilizar e começar a subir”, afirmou no plenário do Senado.
A presidente ainda não se posicionou após o tensionamento das manifestações. Nesta quinta-feira, mais de 1,25 milhão de pessoas participaram dos protestos em mais de 100 cidades. Foi o maior dia de protestos desde o início das passeatas. Na maior parte dos casos, os atos foram pacíficos, mas houve confrontos com a polícia, vandalismo e hostilidade contra militantes partidários em diversas cidades.
O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu que Dilma se manifeste sobre a violência praticada por parcela dos manifestantes. “Acho, de fato, que a presidenta tem que fazer um pronunciamento à nação. Claro que é um movimento, como digo, mágico, porque a juventude, que muitos diziam que estava adormecida está aí no campo, está no cenário, está no palco, está como sujeito da história. Agora, a quebradeira, a balbúrdia que aconteceu, isso merece uma posição perante o país, de chefe de Estado,” afirmou.
Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que um dos motivos do protesto se deve à falta de diálogo entre o governo e a população. “A presidenta precisava ouvir, inclusive, a oposição. Ouvir só as pessoas ao redor é monólogo, não é diálogo. É, sobretudo, importante ouvir as forças contraditórias, que têm visões diferentes, mesmo que a gente não adote as visões diferentes”, defendeu.
Para o senador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falhou ao não consultar se o povo brasileiro, de fato, desejava que houvesse Copa do Mundo no Brasil. Um dos motivos dos protestos é o gasto com a Copa da Confederação, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Para os manifestantes, o dinheiro usado para esses eventos esportivos poderia ser gasto com saúde e educação.
“Eu gostaria de ver hoje um discurso da presidenta falando do momento que nós vivemos, reconhecendo os erros dela e dos governos anteriores, reconhecendo que errou ao colocar nas direções dos ministérios pessoas despreparadas, apenas porque representam forças partidárias, que errou ao levar adiante prioridades equivocadas, como essa da Copa, custando R$25 bilhões a R$30 bilhões, quando o Brasil não tem nem segurança para garantir para os turistas”, discursou.
Na manhã desta sexta (21), Dilma se reuniu com ministros para tratar da série de manifestações pelo país ocorridas nesta quinta-feira. O encontro terminou após duas sem que nenhum representante do governo desse declarações.
Pela agenda oficial da presidente, a reunião envolveu somente Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Mas o G1 apurou que pelo menos os ministros Aldo Rebelo (Esportes) e Aloizio Mercadante (Educação) também estavam presentes. A reunião durou das 9h30 às 11h30 desta sexta.
Em entrevista coletiva nesta, o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Raymundo Damasceno Assis, disse acreditar que a presidente Dilma Rousseff fará algum pronunciamento público sobre as manifestações. Ele e a presidente têm audiência marcada para a tarde desta quinta, no Palácio do Planalto.
“Imagino que ela deverá fazer um pronunciamento. Ela deverá é claro trazer uma palavra ao país, talvez um pronunciamento oficial, em rede nacional, talvez o Planalto resolva por esse caminho. Mas isso cabe a ele”, disse Raymundo Damasceno.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dilma ameaça renunciar se protestos continuarem


Agora a porra ficou séria!
Uma fonte extraoficial das imediações do Palácio do Planalto divulgou no twitter essa tarde uma informação sigilosa, cuja a procedência ainda não foi possível aferir, a respeito de suposta ameaça de renúncia da presidente Dilma Rousseff.
“A gente trabalha tanto pra ver o país bem e ainda tem que tolerar essa esculhambação em praça pública!” teria dito a presidente.
Ainda segundo a mesma fonte, “Dilma avalia que se for permanecer no poder, vai decretar estado de sítio, pois só existe, além de tal medida, outro modo de cessar a baderna: renunciando”.
Nossa reportagem tentou falar com a presidente, mas foi informada de que a mesma se encontra com diarreia e não poderá atender o telefone durante o dia todo.

Movimento Passe Livre anuncia que não vai mais organizar passeatas.

Depois de uma grande série de atos hostis contra os militantes dos partidos em meio aos atos para comemorem a revogação do acréscimo nas tarifas dos meios de transportes, que foi realizado no final da noite desta quinta-feira (20), na Avenida Paulista, que fica na região central da cidade de São Paulo, o MPL (Movimento Passe Livre) – que era o grande responsável por fazer a convocação dos atos desde o começo da semana retrasada – decidiu anunciar em uma entrevista concedida à rádio CBN, que agora os atos deveriam acabar.
Segundo o comunicado, o MPL decidiu não convocar mais manifestações e que diversas hostilidades ocorreram com relação aos partidos políticos por parte dos manifestantes e que desde o início a luta pela revogação foi procedente. A informação foi dada por Douglas Beloni, integrante do movimento. Apesar de tudo isso, o acréscimo neste número de manifestantes precisam exatamente de propostas de “pautas conservadoras” e que também motivou tal decisão, já que nos últimos atos a proporção foi tão grande que pessoas estavam pedindo pela diminuição da maioridade penal e por diversas outras causas, ampliando de mais a luta.
O que é o MPL
Sendo organizado nacionalmente desde o ano de 2005, o Movimento Passe Livre está sendo definido como “apartidário, mas não antipartidário”. O movimento defende a “expropriação do transporte coletivo” sem que hajam indenizações e ainda opta por apoiar “movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente”. Seguindo essas novas diretrizes, o MPL aparece da Carta de Princípios, que é um documento que foi aprovado também em paralelo com o 5º Fórum Social Mundial, que ocorrer no mês de janeiro do ano de 2005, na capital gaúcha, Porto Alegre.
Isso quer dizer que única modificação que foi feita desde sua primeira versão foi o aumento do objetivo deste movimento: que passou de passe livre estudantil para o passe livre que é “irrestrito”. Pensando de maneira horizontal, o MPL está evitando que hajam lideranças consideradas individuais. Os documentos, que foram aprovados acabam sendo assinados apenas por integrantes do movimento. O que é orientado é que todos “sejam cautelosos” com relação á “mídia corporativa”, já que ela é completamente ligada “às oligarquias do transporte e do poder público”. (NotíciasBR).

Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B…

1ae33 Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
Salvador…
O medo de Dilma Rousseff, do governo brasileiro é enorme.
Na reunião emergencial que acontece em Brasília, o tema é futebol.
E vai muito além da Copa das Confederações.
Mas a própria Copa do Mundo de 2014.
Para terminar o torneio laboratório, Dilma e os governadores dão garantia.
Vão reforçar ainda mais a segurança nos hotéis onde estão as delegações.
E principalmente os membros da Fifa.
Assim como seus trajetos pelo País serão monitorados.
Restam exatos nove dias para a competição acabar.
São apenas oito seleções envolvidas.
Quatro já irão embora depois deste final de semana, eliminadas.
Japão, México, Taiti e Nigéria.
Ficarão Brasil, Espanha, Itália e Uruguai.
Só quatro equipes por mais uma semana.
O grande problema é mesmo a Copa do Mundo.
A rejeição só cresce à competição de R$ 30 bilhões.
Envolve 32 seleções.
A proteção de 32 delegações espalhadas pelo país.
Torcidas do mundo todo.
12 nova arenas caríssimas, com 80% de dinheiro público.
Elefantes brancos como Cuiabá, Manaus, Natal e Brasília.
Onde o futebol competitivo, de elite não existe.
Há a garantia de que os estádios ficarão vazios durante o ano todo.
Pelo menos R$ 2 milhões irão para o lixo por ano só na manutenção do quarteto.
As obras de mobilidade social não saíram do papel.
As cidades sedes de jogos decretam feriados para os torcedores chegarem nos estádios.
Mesmo assim é um transtorno.
Se perde pelo menos duas horas.
Isso sem os manifestantes atrapalhando.
Os aeroportos não foram modernizados, como prometido.
Não haverá legado algum.
A não ser estádios superfaturados.
E um gasto desnecessário de R$ 30 bilhões.
O cenário só tende a piorar nos próximos 12 meses.
Parte da população percebeu o desperdício.
A prioridade dos gastos deveria ser para a saúde, educação, segurança.
A Fifa quer do governo brasileiro a garantia sobre a Copa do Mundo.
É o principal evento da entidade.
Mais de 150 países acompanham a competição.
E todos pagando caro pela transmissão.
Patrocinadores bilionários estão envolvidos.
Não há a felicidade prometida.
A rejeição ao mundial já afeta as marcas.
O Fuleco, triste tatu símbolo do mundial, é atacado pelo país.
Passaram a ser destruídos em uma mensagem clara da revolta com o Mundial.
3reproducao8 Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
Os R$ 30 bilhões gastos pelo Brasil são ínfimos perto de todo envolvimento.
Um ano é prazo mais do que suficiente para um plano emergencial.
Para que um país rico assuma a competição.
Como os sempre generosos Estados Unidos.
A possibilidade de ter um plano B virou obsessão para a Fifa.
Os países vivem grande convulsão social.
Isso foi levado em conta na escolha das três sedes das próximas Copas.
Brasil, Rússia e Catar deveriam ser opções seguras.
De acordo com jornalistas ingleses, houve três critérios na seleção.
Terem governos seguros, estáveis.
Imprensa fraca, omissa.
E, principalmente, populações dóceis como carneiros.
Quando Lula se envolveu na questão tinha outros objetivos.
Era 2007.
Ele tinha a certeza de que se conseguisse o Mundial o efeito colateral seria fantástico.
A Copa do Mundo cai em anos eleitorais.
Depois de dois mandatos no cargo, ganhar a Copa garantiria Dilma em 2010.
Como garantiu.
E também em 2014.
Ou seja, mais oito anos de poder do PT.
Seriam 16 anos de domínio.
4reproducao4 Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
Subestimou a visão da população.
Nunca imaginou a revolta diante do custo absurdo de uma competição de 30 dias.
Tanto que sumiu do noticiário de propósito.
Não sabe como se colocar em relação à revolta popular.
A Fifa não quer saber.
Aqui em Salvador as pedras dos manifestantes já acertam seus carros.
Assim como houve ontem uma tentativa de invasão ao hotel onde seus membros estão.
Joseph Blatter passou pelo maior vexame como presidente da entidade em Brasília.
Nunca teve a abertura de uma competição vaiada pela torcida.
O vexame que passou ao lado de Dilma pode ser esquecido.
Mas não os bilhões que a Fifa já contabilizava como lucro pela Copa.
A quantia divulgada seria de R$ 5 bilhões.
Mas há a certeza da imprensa internacional que o ganho será bem maior.
As delegações que estão na Copa das Confederações estão tensas.
O Brasil foi vendido como um país de gente pacífica, dócil.
Com mulheres bonitas, alegres, sempre dispostas a festas.
A maior preocupação com a família dos jogadores era o ciúme.
Não poderiam imaginar encontrar manifestantes raivosos.
O futebol foi associado à corrupção, ao descaso do governo com a população.
Os jogadores acompanham assustados os protestos.
A população invadindo as ruas e os governantes sem saber o que fazer.
Não bastasse isso, vexames tradicionais.
Como jogadores da Espanha terem seu dinheiro roubado em hotéis brasileiros.
Repórter inglês que cobriu a reabertura do Maracanã escapou de assalto a faca.
Equipe brasileira que trabalha para o Japão teve suas câmeras furtadas em Porto Alegre.
Fotógrafo japonês viu seu material ser roubado em pleno gramado de Brasília.
Susana Werner anunciando ao mundo pelo twitter que foi roubada.
Com arma apontada para sua cabeça em Fortaleza.
Susana é esposa do goleiro titular da Seleção Brasileira, Júlio César.
Os jogadores de fora estão pedindo para seus familiares irem embora.
Antes mesmo do torneio acabar.
De acordo com jornalistas espanhóis é o que acontece com Shakira.
Mal ela desembarcou com o filho de Piqué, Milan, no Rio.
E já ouviu que é melhor irem embora por causa dos conflitos.
No seu jato particular que os trouxe.
Índios foram expulsos para a construção do novo Maracanã.
E colocados em abrigos para mendigos.
Mais um escândalo internacional.
12ae Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
Os roubos se acumulam nos estádios.
Assim como a repressão violenta da polícia aos manifestantes.
A violência já havia espantado os turistas da Copa das Confederações.
Menos de 3% compraram ingressos para os jogos.
Mais do que um fracasso, um aviso.
O Brasil passou a ser país perigoso, não recomendado.
As autoridades brasileiras não enxergaram o óbvio.
E se prepararam para receber os turistas que não apareceram.
Vários taxistas desonestos continuam trabalhando nas sedes da Copa das Confederações.
Principalmente nos aeroportos.
Os hotéis aumentaram absurdamente o preço de seus quartos.
Os explorados são os próprios torcedores brasileiros que acompanham o torneio.
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, jurou que fecharia os hotéis aproveitadores.
Bravata que não levou a nada.
Eles continuam fazendo a festa, sangrando os nativos.
Os estrangeiros não vieram.
Nos estádios, seguranças imploram para jornalistas.
Pedem que não saiam sozinhos para tentar tomar táxi.
Os assaltos são comuns perto das arenas.
A situação é vergonhosa.
Foi assim em Brasília, Fortaleza e em Salvador.
O medo domina a Copa das Confederações.
A repressão policial é cada vez mais violenta.
1agenciabrasil2 Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
Mistura raiva e despreparo.
Com tiros de borracha dados a esmo.
Spray de pimenta e bombas de efeito moral à vontade.
Mesmo assim é possível levar a Copa das Confederações até o final.
Cancelá-la traria a certeza de desistir do Mundial.
O governo quer mantê-la de qualquer maneira.
Não há como garantir a Copa.
O interessa à Fifa é o acordo assinado com o governo brasileiro.
O comprometimento com o Mundial.
Há uma multa caríssima se o Brasil desistir.
Tudo está assinado desde 2007, pelo então presidente Lula.
Mas ele e Blatter não previam os manifestos.
Há a possibilidade de que os dois lados optem pela desistência.
A Fifa também não vai querer organizar uma competição rejeitada pela população.
Foi o caso da Colômbia em 1982.
O governo se negou a construir 12 novos estádios exigidos pela entidade.
Os da primeira fase deveriam ter 40 mil pessoas.
Os da segunda fase, 60 mil
E os da decisão da competição, 80 mil.
Os colombianos alegaram não ter condição financeira.
A Fifa alegou falta de segurança.
E a competição voltou foi para o México, em 1986.
A decisão da Colômbia aconteceu quatro anos antes do Mundial.
Pela avaliação prévia de pessoas ligadas à Fifa, só há uma opção.
Que possa abrigar a Copa em apenas 12 meses.
Seria os Estados Unidos.
Com estádios modernos e sem grandes problemas de mobilidade social.
Há a crise financeira.
Ela poderia ser até um atrativo, já que a competição levaria dinheiro.
Para Dilma o fracasso seria imenso.
Com reflexo contrário à eleição, sonhado por Lula.
Mas a Fifa não está brincando.
Joseph Blatter diante de tanta pressão foi para a Turquia.
Começa hoje o Mundial sub-20.
Ele não quis ficar para acompanhar a Copa das Confederações.
Mas sabe tudo o que está acontecendo.
As ordens são claras, que não tiver condições se cancele.
Não só o torneio como o Mundial do Brasil.
Os manifestantes estão conseguindo ir além do que sonhavam.
Não é só a Copa das Confederações que está em risco.
Mas o próprio Mundial por aqui.
Como pelo rodízio deve ser mantida na América…
Os Estados Unidos poderia surgir como plano B.
Sim, a Copa do Mundo de 2014.
Aquela que Lula e Ricardo Teixeira trouxeram vibrando para o Brasil.
Teixeira sonhava que, com ela, comandaria a Fifa.
Acabou exilado em Boca Raton.
E o futuro de Lula, Dilma depende do futebol.
Não como sonhava o ex-presidente.
Os protestos devem ser ainda maiores até o final da Copa das Confederações.
O que será péssimo para o governo federal.
E piorar sua relação com a Fifa, que está por um fio.
Foi muito bem escolhido o lema dos manifestantes.
“O gigante acordou…”
7ae Manifestantes conseguiram. Reunião emergencial discute não só a Copa das Confederações, já que faltam só nove dias para acabar. Mas o próprio Mundial de 2014. A Fifa pode tirar a Copa do Brasil. Estados Unidos virariam plano B...
COSME RÍMOLI – R7

Reinaldo Gottino faz balanço sobre as manifestações

 Balanço sobre as manifestações


 

 
O efeito das manifestações já pode ser visto em algumas ações previstas pela organização da Copa do Mundo. O aumento no valor dos ingressos já está sendo estudado. Em alguns municípios, a redução da tarifa é vergonhosa. Veja!


Manifestações levam 1 milhão de pessoas às ruas em todo país; Dilma convoca reunião.

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As manifestações realizadas nesta quinta-feira levaram cerca de 1 milhão de pessoas às ruas em 25 capitais do país. Em ao menos 13 delas foram registrados confrontos. O Rio de Janeiro foi a capital com maior número de pessoas, 300.000.
Em nove das capitais com confronto, houve também ataques ou tentativas de destruição de prédios públicos, como sedes de prefeituras e de governo e prédios da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça.
Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público começaram no início do mês e foram ganhando força em todo o país, sendo registrados vários casos de confrontos e vandalismo. Com isso, 14 capitais e diversas outras cidades anunciaram entre ontem e hoje a redução das passagens.
Em Brasília, um grupo de manifestantes forçou a barreira policial montada na entrada do Congresso Nacional, iniciando um confronto com a Polícia Militar, que revidou com bombas de gás lacrimogêneo.
No Rio, o protesto ficou tenso no início da noite. O problema ocorreu com chegada dos manifestantes em frente à prefeitura, no centro da cidade, ponto final da passeata.
Por volta das 18h50, morteiros foram disparados pelos manifestantes. Em resposta, a polícia disparou bombas de efeito moral. A cavalaria da PM avançou para dispersar pessoas que tentavam invadir a sede da administração municipal.
Em Natal (RN), cerca de 400 pessoas entraram no Centro Administrativo do Estado, que reúne os principais órgãos públicos. Houve concentração de manifestantes em frente à Governadoria.
Um grupo menor, de rostos tapados, queimou objetos, formando uma fogueira na frente da rampa de acesso ao prédio. Também arrancaram placas de sinalização e começaram a jogar algumas na fogueira.
Bombas e pedras foram atiradas contra os policiais. A polícia revidou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Houve prisões.
Manifestantes tentaram invadir, em Fortaleza (CE), o Palácio da Abolição, sede do governo do Ceará, e depredaram o prédio. O local virou uma praça de guerra entre vândalos e Polícia Militar, com balas de borracha de um lado e coquetéis molotov de outro. Ao menos 30 pessoas foram presas, segundo a PM.
Também foram registradas situações de confrontos e depredações em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Salvador (BA), Vitória (ES), Belém (PA), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Teresina (PI) e Macapá (AP).
Após as manifestação, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30 de amanhã com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações por todo o Brasil.
Na reunião, Dilma irá avaliar relatos da extensão dos atos nas cidades brasileiras. A partir daí será decidida uma conduta de governo, como por exemplo medidas ao alcance do Ministério da Justiça ou até um pronunciamento oficial da presidente. (Folha de São Paulo).
Rio de Janeiro
Local:
 Av. Presidente Vargas (entre a Candelária e a Prefeitura)
Público estimado: 300 mil, segundo a UFRJ
O protesto começou pacificamente, mas confrontos pontuais foram registrados e fogueiras foram acesas pela avenida. Por volta das 19h30, quando o ato chegou à Prefeitura, houve confronto com a polícia. Um grupo invadiu o Terreirão do Samba, que foi depredado e incendiado. Uma escola municipal também foi invadida. Um grupo ateou fogo a um carro de reportagem do SBT. Na Av. Presidente Vargas, a polícia usou bombas para dispersar a multidão. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o número de feridos à meia-noite era de 62, a maioria por balas de borracha, pedras e spray de pimenta.
Brasília
Local: Esplanada dos Ministérios
Público estimado: 20 mil, segundo a PM
Os manifestantes se concentraram em frente ao Congresso Nacional, mas também passaram pelo Palácio do Planalto e o Itamaraty, onde um grupo depredou as janelas e incendiou objetos ao redor. A polícia tentou conter o fogo com extintores de incêndio e dispersou os manifestantes com spray de pimenta. Um homem tentou agredir um policial, que revidou com golpes de cassetete. A Força Nacional entrou pelos fundos do edifício para auxiliar a polícia a impedir a invasão. Três pessoas foram presas e 120 ficaram feridas.
São Paulo
Local: Av. Paulista
Público estimado: 100 mil
Ao contrário dos protestos anteriores, nesta quinta o ato em São Paulo ficou principalmente na Avenida Paulista. O policiamento foi reforçado, mas os confrontos pontuais ocorreram entre os próprios manifestantes. Militantes de movimentos sociais e partidos políticos, que já haviam sido hostilizados na terça-feira, decidiram comparecer em blocos. Grupos anarquistas e apartidários trocaram ofensas com os manifestantes partidarizados. Várias bandeiras do PT foram roubadas, rasgadas e incendiadas. Um homem que tentou agredir petistas foi atingido com o cabo de uma bandeira e teve um corte na cabeça. Outro homem foi preso portando um coquetel molotov, segundo a PM.
Salvador
Local: Centro da cidade
Público estimado: 20 mil, segundo a Polícia Militar
O protesto começou pacifico na região do Dique do Tororó, mas com a aproximação de dois garotos no perímetro do batalhão de choque, os policiais começaram a soltar bomba de gás e spray de pimenta. O início do confronto começou por volta das 17h e se estendeu durante horas pela região central de Salvador. Muitos veículos foram queimados e equipamentos públicos foram danificados. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar conter os manifestantes.
 
Porto Alegre
Local: Centro da cidade
Público estimado: 15 mil, segundo a Brigada Militar
O grupo que se reuniu para protestar na capital gaúcha se dividiu em três e seguiu por caminhos diferentes para se encontrar na Avenida João Pessoa. Houve tentativa de depredação, que foi contida pelos próprios manifestantes. Após o início pacífico, um grupo entrou em confronto com a polícia na Avenida Ipiranga. Bombas de efeito moral foram atiradas em direção aos manifestantes, que atiram pedras e paus em direção à polícia.
Vitória
Local: Goiabeiras, Praia do Canto e Enseada do Suá
Público estimado: 100 mil, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública
Manifestantes manifestantes saíram da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pouco antes das 18h, e caminharam, em passeata, pela Reta da Penha até a Assembleia Legislativa e depois até o Tribunal de Justiça (TJ-ES). Um manifestante explodiu uma bomba em frente à Assembleia Legislativa às 19h30, e um grupo quebrou vidraças e soltou rojões no Tribunal de Justiça. Houve confronte entre manifestantes a favor e contra a depredação. Às 21h, depois que o presidente do TJ recebeu a pauta de reivindicações dos manifestantes e deixou o local, a Tropa de Choque interveio com bombas de gás e balas de borracha. Após a dispersão, grupos pequenos promoveram depredações e saques em diversas ruas do Centro, e furtaram o pedágio da Terceira Ponte antes de atear fogo nas cabines.
Fortaleza
Local: Palácio da Abolição
Público estimado: 30 mil, segundo a PM
A multidão de pessoas caminhou até o Palácio da Abolição. Pelas ruas, moradores de apartamentos colocaram lençóis brancos e bandeiras do Brasil nas varandas em apoio. Em frente ao palácio, a polícia afirmou que o governador Cid Gomes não receberia os manifestantes, e solicitou que eles redigissem uma carta de reivindicações para entregar ao governo. Por volta das 21h, uma pessoa detonou uma bomba caseira, e um grupo de manifestantes que se recusou a negociar quebraram a barreira no entorno do Palácio. A polícia interveio com balas de borracha e recebeu, em resposta, pedras atiradas por parte dos manifestantes. Mais de 60 pessoas foram detidas no protesto, incluindo seis adolescentes.
Belém
Local: Prefeitura
Público estimado: 15 mil
O protesto foi pacífico até a frente da Prefeitura de Belém. A confusão começou quando o prefeito Zenaldo Coutinho desceu do gabinete para dialogar com os cerca de 15 mil manifestantes, mas foi recebido com pedradas e disparos de rojões por uma minoria de manifestantes exaltados que acompanhavam o ato pacífico. Os policiais usam bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha para dispersar a população. Um guarda municipal ficou ferido e teve de ser removido do local. O prefeito também deixou o prédio, que teve janelas quebradas pelo grupo. Segundo a polícia, pelo menos 30 pessoas foram detidas.
Campinas (SP)
Local: Centro da cidade
Público estimado: 30 mil, segundo a PM
A manifestação começou às 17h no Largo do Rosário e seguiu o rumo da Prefeitura. Pelo menos duas pessoas foram detidas e coquetel molotov foi apreendido pela polícia. Em frente ao Paço Municipal, alguns manifestantes soltaram rojões em direção à polícia, que dispersou a multidão com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Moradores da região disseram que podiam sentir o gás, e testemunhas afirmaram que os efeitos da bomba chegaram a ferir crianças que participavam do ato. Após o tumulto, manifestantes depredação pontos de ônibus e invadiram uma escola para pegar pedras que atiraram nos polícias. Houve diversos confrontos entre as duas partes pela região.

Dilma convoca reunião de emergência com ministros para esta sexta-feira

A presidente Dilma Rousseff
BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião, marcada para as 9h30m desta sexta-feira, com vários ministros, tendo à frente o da Justiça, José Eduardo Cardozo, para analisar a situação no país, depois dos protestos desta quinta-feira, e determinar providências de governo, principalmente para conter a onda de violência.
Com as manifestações crescendo país afora e ameaçando chegar às portas da Presidência, aumentou a preocupação no meio político, com especulações de que Dilma poderá convocar cadeia nacional de rádio e televisão para falar ao povo. O Planalto negou a convocação de cadeia nacional, mas a ideia ainda não está descartada.
Também entre os políticos havia a informação de que Dilma poderia ser aconselhada a convocar o Conselho da República, um órgão para assessorar o chefe da nação em momentos de crise, presidido por ele e composto pelo vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado e líderes da maioria e da minoria no Congresso.
Além de Cardozo, devem participar da reunião desta sexta-feira no Planalto, os ministros Gleisi Hoffman (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Relações Institucionais), Aloizio Mercadante (Educação) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Nesta quinta-feira à noite, manifestantes tentaram invadir o prédio do Itamaraty. Eles jogaram pedras, cones e garrafas, quebraram vidros, e um rojão explodiu dentro do prédio. A polícia revidou com bombas de efeito moral, gás de pimenta e usou até extintores para dispersar as pessoas que ocupavam as duas rampas de acesso ao prédio. Um dos manifestantes quebrou um refletor dentro do espelho d'água com um cone de trânsito. A PM informou que foram detidas três pessoas e 39 pessoas ficaram feridas, sendo quatro PMs e onze foram levados a hospitais.
Às 20h28m, a presidente Dilma Rousseff deixou o Palácio do Planalto, que continua cercado por tropas do Exército.


Manifestantes incendeiam o Palácio do Itamaraty, em Brasília

Manifestantes incendeiam o Palácio do Itamaraty, em Brasília
Em Brasília, um grupo de manifestantes que participou dos protestos contra o sucateamento do transporte público e valores das tarifas de transporte público, cercaram o Palácio do Itamaraty, um dos mais importantes prédios do país, e chegaram a botar fogo no local. Os focos de incêndio foram rapidamente controlados pela segurança. 
Mais de 20 mil pessoas participaram do protesto no gramado no Congresso Nacional, segundo cálculos da Polícia Militar. Um pequeno grupo de manifestantes tentou romper o cordão de isolamento da polícia, usado para impedir o acesso das pessoas ao Parlamento. O policiamento foi reforçado.
 
Aos gritos de não violência e até vaias, a maioria dos manifestantes pedia que o grupo não tentasse invadir o Congresso. Com camisas e bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres como "O Brasil acordou", os manifestantes protestaram contra os gastos públicos na Copa das Confederações, defenderam mais verbas para educação e saúde e a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, além de outras reivindicações.
Cerca de 3.500 policiais militares participaram da segurança ao Congresso. Eles fizeram um cordão cercando o gramado para impedir que os manifestantes cheguassem à rampa do Congresso, como ocorreu na manifestação de segunda-feira.
As informações entre os manifestantes são trocadas pelo Twitter por meio das hashtags #vemprarua e #ogiganteacordou, mas não há uma liderança única do movimento.
Com Agência Brasil

PM retira manifestantes da Avenida Presidente Vargas para liberar o trânsito

Policiais militares, com apoio do Batalhão de Operações Especiais, tiraram os manifestantes da Avenida Presidente Vargas, para liberar o trânsito da via novamente. Os agentes forçaram a ida dos ativistas no sentido da Candelária. No caminho, um grupo de manifestantes deixou um rastro de destruição: pontos de ônibus virados, postes quebrados e sinais de trânsito arrancados. O Palácio Duque de Caxias foi alvo de bombas e o monumento Panteão de Duque de Caxias foi pichado.
Cabine da PM pega fogo após passagem de manifestantes
Cabine da PM pega fogo após passagem de manifestantes Foto: Marcelo Piu / Globo

Pardal de trânsito foi destruído
Pardal de trânsito foi destruído Foto: Fabiano Rocha / Extra

Relógio danificado; ao fundo a Central do Brasil
Relógio danificado; ao fundo a Central do Brasil Foto: Reginaldo Pimenta / O Globo

Uma viatura do Batalhão de Choque passou jogando spray de pimenta nos manifestantes, mas três policiais do mesmo batalhão foram atingidos e xingaram seus colegas.
Ponto de ônibus é depredado
Ponto de ônibus é depredado Foto: Fabiano Rocha / Extra

Ponto de ônibus pega fogo
Ponto de ônibus pega fogo Foto: Fabiano Rocha / Extra

Os manifestantes entraram na Avenida Rio Branco e caminharam em direção à Cinelândia. Um grupo de 500 pessoas foi ocupar a escadaria do prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Por volta de 21h10, a polícia dispersou os manifestantes com bombas e tiros de balas de borracha.
Manifestantes ocuparam o prédio da Alerj
Manifestantes ocuparam o prédio da Alerj Foto: Paolla Serra

Depois da ação do Batalhão de Choque, manifestantes se dispersaram



terça-feira, 18 de junho de 2013

Tá nas redes: manifestantes marcam protesto em frente à casa de Cabral

Um dos desdobramentos do protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio deve ocorrer na praia do Leblon, no próximo dia 24, uma segunda feira. Manifestantes já estão marcando um protesto na frente da casa do governador do Rio, Sérgio Cabral. Para evitar os manifestantes, o governador pode acabar viajando para Paris, um de seus destinos favoritos.

Cinco mil pessoas já haviam confirmado presença no evento do Facebook até esta segunda. O texto do evento no Facebook diz: "Se nossos "governantes" não ouvem nossos apelos nas ruas, gritaremos em suas Janelas!"
Manifestantes devem protestar na frente da casa do governador
Manifestantes devem protestar na frente da casa do governador

Cabral permanece em silêncio a respeito das manifestações ocorridas no Rio de Janeiro até agora. O governador cancelou todos os eventos oficiais nesta terça-feira após os protestos que levaram mais de 100 mil às ruas ontem no centro do Rio.

Protesto em São Gonçalo termina em confusão

Pequeno grupo quebrou vidraças, ateou fogo em lixos e bloqueou vias
 
Rio - A exemplo da manifestação histórica que reuniu 100 mil pessoas no Centro do Rio nesta segunda-feira, o protesto contra o aumento da tarifa nos ônibus em São Gonçalo, na Região Metropolitana, acabou em confusão na noite desta terça-feira.
Por volta das 19h25, mais de 5 mil manifestantes começaram a se dispersar pela região. No entanto, um pequeno grupo de 50 pessoas começou a quebrar vidraças nas esquinas das Avenidas Nilo Peçanha com Presidente Kennedy, local do fim do protesto.
Mais de 5 mil pessoas protestam em São Gonçalo
Foto:  Leitor Rodrigo Azeredo
Entre as ações, os manifestantes deprederam agências bancárias, atearam fogo em uma caçamba de lixo e arrancaram uma cabine telefônica do lugar, além de quebrar vidraças próximas como as da unidade do Sesc/Senais e chutar portas de lojas de departamentos e cones pelas ruas.
Policiais do 7º BPM (São Gonçalo) reagiram com bombas de efeito moral, mas o grupo revidou lançando malvinas em direção aos PMs. Jovens com panos no rosto gritavam "Acabou o amor, isso aqui vai virar o inferno". 
Os presentes deprederam o prédio do TRE, lanchonetes, picharam muros e lojas e promoveram correria em ruas próximas. Até o momento, cinco deles foram detidos em flagrante depredando lojas. Os manifestantes pediram que eles fossem liberados, mas a PM não cedeu.
Neste momento, os PMs perseguem os manifestantes com cães e os presentes devolvem com pedradas. O clima é de guerra nos arredores.
Protesto reuniu mais de 5 mil em frente à Prefeitura
Mais de cinco mil pessoas protestaram contra o aumento na tarifa de ônibus em São Gonçalo, na Região Metropolitana, na tarde desta terça-feira.
O grupo protestou em frente à sede da Prefeitura local, que ficou cercada por homens do Batalhão de Choque. Cerca de 200 homens do 7º BPM (São Gonçalo) acompanharam a movimentação.
Em toda a região o comércio fechou mais cedo. Muitas lojas fecharam por volta das 17h30. Um dos comerciantes, que não quis se identificar, disse estar com medo. "Você acha que quero ter o risco de ter o vidro da minha loja quebrados. É melhor me prevenir e fechar as portas. Estou com medo de que aconteça a mesma coisa do que no Rio", afirmou.
Muitos carregaram faixas e cartazes
Foto:  Leitor Rodrigo Azeredo
Manifestantes carregaram faixas e cartazes. Muitos pintaram as caras. Em alguns dos cartazes, foi possível ler "Gritamos paz, ganhanhamos gás, como é que faz?" ou "O gigante acordou".
Parte da multidão ficou na Rua Salvatore. Outro bloco do protesto seguiu a 50 metros de distância, permanecendo sentado na porta da Prefeitura.
Ivone Nazaré, 76 anos, aposentada disse estar inconformada com a situação. "Não sou usuária, mas a vergonha é que a passagem está mais cara que a maconha. Um absurdo", disse ela. Um grupo de seis pessoas chegou a ensaiar atos de vandalismo, mas foram duramente repreendidos pelos participantes.
Segundo manifestantes, o prefeito Neilton Mulin prometeu em campanha que a passagem seria R$ 1,50. As escadarias foram ocupadas, mas o bloqueio feito pelo Choque e pela guarda municipal impediu a entrada dos ativistas.
Um princípio de tumulto chegou a ocorrer, mas foi dissipado rapidamente. Poucos participantes atearam fogo em uma pequena quantidade de lixo na Rua Antônio Figueiredo, mas já foi apagado.
Manifestantes gritaram: "Quem tá com a gente pisca a luz". Vários prédios, em sinal de apoio ao protesto, piscaram as luzes no apartamento. Moradores dos prédios vizinhos penduram camisas brancas nas janelas.
NA Avenida Doutor Nilo Peçanha, oito carros da PM bloquearam a via. Na Avenida Presidente Kennedy, ocorreu mesma situação. A polícia pediu que os participantes desbloqueassem a via.
Prejuízo na Alerj é de R$ 2 milhões
O prejuízo no prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) varia entre entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A informação foi dada pelo deputado Paulo Melo, presidente da Casa, na manhã desta terça-feira.
Na noite desta segunda-feira, após a manifestação que reuniu 100 mil pessoas no Centro da cidade, um grupo depredou o prédio histórico. Ainda de acordo com Melo, 30% das vidraças foram quebradas, móveis destruídos e a fachada pichada.
"Lamento profundamento o ocorrido na Alerj, na Igreja São José, no Paço Imperial e no Mosteiro do Carmo. Mas fiquei entusiaamado com o propósito da passeata. Para mim, a passeata terminou na Cinelândia. Acho desonesto se não separarmos a ação pacífica e ordeira da Rio Branco com a desordem que aconteceu nesta parte histórica do Centro. A seguranca da Casa resistiu de forma quase heróica para que nao houvesse uma invasão. Me nego a tratar isso como protesto. Foi vandalismo", disse Melo.
 
 
                                               Funcionário trabalha na limpeza da Alerj
   
 
Paulo Melo disse também que a polícia agiu de acordo com suas orientações. De acordo com ele, quando os manifestantes chegaram ao local havia 75 PMs. "Quem determinou que não houvesse confronto fui eu. A decisao da chegada do Batalhão de Choque foi tomada junto com o governador Sérgio Cabral", reiterou.
O gabinete do deputado Bernardo Rossi (PMDB) foi um dos afetados. "Temos que separar o joio do trigo. Na Rio Branco houve a grande manifestação, um protesto para entrar para a história. O que houve aqui é vandalismo. O que eles ganham com isso? Cometerem um crime contra o patrimônio e contra a própria manifestação", salientou Rossi.
Funcionários da Comlurb trabalham nesta terça-feira para limpar a fachada da Alerj e remover o lixo das ruas próximas. O prédio histórico do Paço Imperial, vizinho da Assembléia foi pichado. No total, 20 PMs e oito civis ficaram feridos, sendo quatro à bala. Um foi liberado. Leandro Silva dos Santos, ferido na perna, e um homem - que a família pediu para o nome não ser divulgado - baleado no tórax, estão em observação no Hospital Municipal Souza Aguiar (HSA), no Centro. Bruno Alves dos Santos está internado no Hospital Federal do Andarai (HFA), na Zona Norte.
Um dos estabelecimentos atacados pelo grupo foi a Churrascaria Ao Vivo, na Rua São José, em frente à Alerj. Segundo Marcos Cunha, de 44 anos, um dos sócios, os baderneiros - muitos mascarados - invadiram o estabelecimento, que estava fechado. O primeiro andar foi totalmente destruído, inclusive as câmaras do circuito de segurança.
Bebidas, TVs e outros eletrodomésticos foram roubados ou quebrados. Os vândalos também chegaram ao segundo andar onde também quebraram pertences e roubaram produtos. Eles não conseguiram chegar ao terceiro andar. O empresário calcula o prejuízo em cerca de R$ 200 mil. Ele criticou a ausência da PM.
"Assisti a tudo da minha casa, quando monitorava a movimentação das cãmeras do circuito de segurança. Liguei e abri vários protocolos de atendimento pelo 190 e nada. A PM, pra gente que paga imposto, não vale nada. Não sei quem vai arcar com o prejuízo. Vou fazer uma faxina aqui e vender o estabelecimento. O seguro que temos é muitio pequeno. Estou atônito", disse Marcos revoltado.

Manifestação reúne 100 mil no Rio e acaba em violência

Pelo menos cinco PMs e sete manifestantes foram feridos, e 77 PMs ficaram sitiados no Palácio Tiradentes. Um carro foi incendiado e até dentro do edifício foi registrado um foco de incêndio, controlado em minutos
 
REUTERS/Sergio Moraes  / Carro é incendiado durante protesto no Rio de Janeiro
 
 



 
Após uma manifestação pacífica que durou três horas e reuniu 100 mil pessoas, segundo a PM, na Avenida Rio Branco, a maior já ocorrida no Rio da série de protestos que tomou conta de várias capitais do País, as imediações da Assembleia Legislativa foram palco de um violento confronto entre policiais e manifestantes, ontem à noite.
Pelo menos cinco PMs e sete manifestantes foram feridos, e 77 PMs ficaram sitiados no Palácio Tiradentes. Um carro foi incendiado e até dentro do edifício foi registrado um foco de incêndio, controlado em minutos. A Tropa de Choque chegou por volta das 23h15, mas a tensão continuava até a conclusão desta reportagem.
 
Cerca de 50 PMs haviam isolado o prédio da Assembleia com grades de ferros e faziam um cordão para evitar que o local fosse tomado pelos manifestantes, como ocorreu na quinta-feira, mas não conseguiram. A confusão começou às 19h45, quando alguns manifestantes lançaram morteiros na direção dos policiais. A partir do quarto ou quinto rojão, os policiais agruparam-se e começaram a lançar bombas de gás lacrimogêneo.
Não foi suficiente. Centenas de manifestantes gritavam para que tudo ocorresse "sem violência", mas nada impediu a tomada da Assembleia. Cerca de 300 pessoas - das milhares que estavam no local - correram aos gritos em direção aos policiais, na escadaria do prédio. A situação ficou totalmente fora de controle. Acuados, os PMs refugiaram-se dentro do prédio da Alerj.
Aquele trecho do centro histórico do Rio vivia cenas de guerra civil. Os invasores comemoraram a tomada da escadaria virando e incendiando um carro que estava estacionado ao lado do prédio e depredando carros e agências bancárias no entorno. Só na Rua da Assembleia, cinco foram destruídas. A do Banco do Brasil foi atacada por um rapaz que arrancou um orelhão instalado na calçada e o lançou contra a porta de vidro.
As grades que os policiais usaram para tentar cercar o prédio da Assembleia foram usadas para fazer barricadas. Os PMs lançaram bombas de gás de dentro do Palácio Tiradentes, pelas frestas da grade de ferro. Mais uma vez, não conseguiram dispersar o grupo. Em seguida, alguns policiais tentaram chegar pela rua lateral, entre a assembleia e o Paço Imperial. Atiraram com balas de borracha e lançaram bombas, mas foram novamente acuados por um grupo de rapazes mascarados, que partiram para cima com rojões, morteiros, pedras e martelos.
Nesse momento, um dos policiais foi espancado - segundo a PM, cinco ficaram feridos. Oficialmente, 150 policiais estavam na região. "Se o Choque vier, vai ter derramamento de sangue. Não dá para a gente insistir com esse armamento não letal. Eles estão em muito mais gente. Não quero morrer, é melhor evitar", disse ao repórter um policial do 5.º Batalhão da PM.
Manifestantes atearam fogo em sacos de lixo, montando fogueiras e barricadas na Avenida Primeiro de Março e na Rua da Assembleia. As fachadas do Palácio Tirantes e do Paço Imperial foram pichadas. Os manifestantes protestavam por diversas causas não só a do transporte público caro e ineficiente, entre elas o uso de dinheiro público em obras para a Copa de 2014. Durante o percurso, a passeata ganhou o apoio de muitas pessoas que ainda trabalhavam em escritórios localizados na via ou esperavam o fim da manifestação para ir para casa. A manifestação começou de forma festiva, com grupos de jovens tocando instrumentos e cantando. Naquele momento, policiais se restringiam a fazer uma escolta discreta. Manifestantes que estavam com bandeiras de partidos políticos foram criticados.
 
Policial é espancado por manifestantes
Um grupo de manifestantes no Rio reeditou, no fim da manifestação desta segunda-feira (17), tumulto semelhante ao da semana passada, ao tentar invadir o prédio da Assembleia Legislativa. A quantidade de manifestantes muito maior do que o número de policiais militares obrigou os PMs a se refugiarem no prédio, de onde atiraram bombas de efeito moral e gás de pimenta para o lado de fora.
Um policial chegou a ser espancado e foi carregado desmaiado pelos colegas. Um grupo virou uma viatura policial. A passeata já havia acabado quando o grupo de deslocou da Cinelândia em direção à Alerj. Muitos pareciam dispostos a iniciar o tumulto. Alguns carregavam pedras nos bolsos e outros acenderam morteiros.
Na lateral da Assembleia Legislativa do estado, um carro foi virado e incendiado. O cenário é de desordem. (Agência Estado)

 

Fifa e COL se posicionam em relação a manifestações: ‘Respeitamos plenamente os direitos das pessoas de se expressarem’

               Manifestantes fizeram protestos no entorno do Maracanã no domingo: houve confronto com a polícia
Manifestantes fizeram protestos no entorno do Maracanã no domingo: houve confronto com a polícia

A Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo se posicionaram, oficialmente, a respeito das manifestações nas maiores cidades do Brasil, entre as quais em várias sedes da Copa das Confederações, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
“A FIFA e o COL respeitam plenamente os direitos das pessoas se expressarem. Continuaremos a acompanhar a situação e temos plena confiança no trabalho de segurança das autoridades locais para a Copa das Confederações da FIFA.”, informaram em nota ao EXTRA.
Na quinta-feira, está programada uma nova manifestação para o Rio de Janeiro, que receberá o jogo entre Espanha e Taiti, às 16h, no Maracanã. Nas redes sociais, mais de 80 mil pessoas já confirmaram presença.
No domingo, antes e depois da partida entre Itália e México, cerca de mil pessoas fizeram manifestações no entorno do Maracanã. Porém, houve confronto com a Polícia Militar, que não permitiu a entrada do protesto no cordão de isolamento feito para o jogo.

Ato de apoio a manifestações no Brasil reúne 300 pessoas em Barcelona

               

Cerca de 300 pessoas, a maioria brasileiros que moram ou estão passando férias em Barcelona, na Espanha, se reúnem neste momento na Praça da Catalunha, a maior e mais importante da cidade. Segundo os organizadores, o ato é em apoio aos protestos que vêm ocorrendo em várias partes do Brasil nos últimos dias. Com bandeiras, cartazes e o rosto pintado de verde e amarelo, os manifestantes cantaram por várias vezes o hino nacional brasileiro e repetiram palavras de ordem como "Copa do Mundo, eu abro mão, quero dinheiro pra saúde e educação" e "fora, corruptos".
Catarina dos Santos, de 25 anos, natural de Natal, no Rio Grande do Norte, é responsável pelo Movimento Democracia
Catarina dos Santos, de 25 anos, natural de Natal, no Rio Grande do Norte, é responsável pelo Movimento Democracia Foto: Luã Marinatto / Extra

Segundo os organizadores, do Movimento Democracia Não tem Fronteiras - criado após o início das manifestações no Brasil -, atos semelhantes irão ocorrer em pelo menos outras 40 cidades espalhadas mundo entre esta terça-feira e os próximos dias. Em Barcelona, o protesto teve início às 17h (12h no horário de Brasília) e está programado para durar quatro horas.
Foto: Luã Marinatto / Extra

Um abaixo assinado com uma carta aberta endereçada à presidente Dilma Rousseff está sendo repassado entre os presentes, com a promessa de que a Embaixada brasileira na Espanha se comprometeu a entregá-la à destinatária. Um dos trechos diz: "Queremos apoiar, ainda que à distância, a luta por uma sociedade mais justa e igualitária".
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- O nosso principal objetivo é a defesa efetiva dos direitos humanos no Brasil. As manifestações que estão acontecendo lá, que vão muito além de serem apenas sobre o preço de passagens e sofreram repressão muito violenta, foram o gatilho para que nós, brasileiros no exterior, também nos organizássemos - afirma Catarina dos Santos, de 25 anos, natural de Natal, no Rio Grande do Norte, e responsável pelo Movimento Democracia Não Tem Fronteiras em Barcelona.
Foto: Luã Marinatto / Extra

Assim como vem ocorrendo no Brasil, a maior parte das pessoas reunidas na Praça da Catalunha é de jovens - muitos deles, como Catarina, vieram à Espanha para um intercâmbio entre universidades. Ela estuda psicologia, com ênfase em psicologia social, na Universitat de Barcelona, e após pouco mais de um ano está prestes a retornar ao Brasil.
- Estou muito ansiosa para saber que clima vou encontrar - revela a jovem, ressaltando a importância das redes sociais para a organização do ato: - Nós fizemos várias conferências virtuais. Hoje mesmo, a convocação de todos foi feita principalmente pelo Facebook. As redes sociais são nossas grandes aliadas.
Foto: Luã Marinatto / Extra

Foto: Luã Marinatto / Extra

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Dilma ficou impressionada com dimensão das manifestações, diz ministro

A presidente Dilma Rousseff ficou “impressionada” com a onda de protestos que tomou conta de 12 capitais brasileiras na noite da última segunda-feira, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ontem, pouco antes de manifestantes subirem no teto do Congresso Nacional, Dilma havia demonstrado naturalidade com o movimento dizendo que “manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia”.
Carvalho é um dos principais interlocutores políticos do governo e é responsável pela articulação com movimentos sociais. Ele disse que pessoalmente acompanhou pela televisão os protestos e revelou que a presidente não apenas acompanhou as imagens, mas também ficou monitorando os atos por meio de auxiliares.
Além da ocupação do Congresso, chamou a atenção do governo o volume de pessoas nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, havia estimativa de 100 mil pessoas nas ruas.
Um dos desafios que o Planalto afirma estar encontrando frente à nova onda de manifestações é a nova modalidade de organização, sem direção ou estrutura hierárquica. O governo alega dificuldade em encontrar interlocutor para dialogar com esses movimentos.
 
 Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, o protesto foi marcado pela repressão e pelo abuso da ação policial. A passeata, que começou pacífica - com jovens cantando, carregando cartazes e distribuindo flores para a população -, terminou com cenas de guerra em diversas ruas do centro.
As primeiras bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam até por quase até meia-noite. Enquanto os policiais atacavam com bombas e tiros de bala de borracha, os manifestantes respondiam com pedras e rojões.
A polícia teria iniciado o confronto porque um acordo com os manifestantes teria sido rompido. Segundo o major Lidio Costa Junior, do Policiamento de Trânsito da PM, o combinado era que a manifestação, que começou na praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, se encerrasse na praça Roosevelt, ao lado da igreja da Consolação. "Se não é para cumprir acordo, não adianta reclamar das consequências", disse o major.
Ônibus estacionados, pedestres que passavam nas regiões onde houve confrontos e veículos de paulistanos viraram reféns da situação. Durante a troca de pedradas e bombas, muitos motoristas fecharam os veículos e se abrigaram no comércio da região. Em ônibus e estações de metrô, mulheres e crianças, além de adultos, sofreram com os efeitos do gás lacrimogêneo.?
O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.
O fotógrafo do Terra Fernando Borges foi um dos profissionais da imprensa presos enquanto cobria a manifestação. Ele portava crachá de imprensa, equipamento fotográfico de trabalho e se apresentou como jornalista, mas foi levado pelos policiais. Ele passou 40 minutos detido junto com outros manifestantes, de frente para a parede, com as mãos nas costas e a cabeça baixa, e depois foi liberado.
O repórter do Terra Vagner Magalhães levou um golpe de cassetete de um policial militar durante a cobertura do evento. Ele foi agredido no braço, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Próximo à praça Roosevelt, no centro, a também repórter do Terra Marina Novaes chegou a ser detida, mas foi dispensada depois que se apresentou como jornalista.
Sete repórteres do jornal Folha de S. Paulo foram atingidos, sendo que os jornalistas Giuliana Vallone e Fábio Braga levaram tiros de balas de borracha no rosto enquanto trabalhavam no protesto. Uma imagem de Giuliana com o olho inchado após o tiro circula repercutiu nas redes sociais. O fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, que foi atingido no olho esquerdo por um tiro de bala de borracha disparado pela PM durante o protesto corre risco de perder a visão.
As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet e obrigaram uma atitude dos governos estadual e municipal. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado afirmou que a polícia não usará gás lacrimogêneo ou balas de borracha para reprimir os novos protestos. Foi informado também que ninguém será preso por levar consigo recipientes com vinagre.
Além disso, diante da persistência dos movimentos em manter os protestos pela causa, o governo de São Paulo convocou representantes para uma reunião com a SSP para o dia 17 de junho. A prefeitura da capital paulista também sinalizou que irá se reunir com os grupos no dia 18 de junho. "O objetivo (do convite) é garantir que todos possam exercer seu direito de manifestação de forma segura e pacífica", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em seu perfil no Twitter. "Preservando assim a liberdade de expressão, o interesse público e os serviços essenciais", complementou.
No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, em entrevista à TV Bandeirantes, o governador declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento que cobra a suspensão do reajuste das tarifas de transporte público na capital paulista e em outras cidades do País. Ele reiterou por diversas vezes "a defesa do direito de ir e vir" da população e garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas.
No mesmo dia, em entrevista ao programa Bom Dia SP, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a Polícia Militar deve ser investigada por abusos cometidos durante a repressão à manifestação, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas. "Infelizmente, na terça, vimos violência contra policiais. Hoje, o Brasil conhece cenas de violência que ensejaram uma abertura de investigação pela SSP”, disse. "São cenas lamentáveis que não condizem com o espírito de São Paulo", afirmou.
A mobilização em torno do aumento da tarifa de ônibus ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Nos dias 15 e 16 de junho, dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.
Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.
O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.