Trinta policiais da unidade da Coroa, Fallet e Fogueteiro são investigados por envolvimento na ‘caixinha do tráfico’ local
POR JOÃO ANTÔNIO BARROS
Rio - Uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no caderno do tráfico. Criada para colocar um ponto final no domínio do crime organizado nos morros do Catumbi, a UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro se rendeu ao dinheiro das drogas. Um grande esquema de corrupção foi descoberto na unidade, onde propinas fixas são pagas regularmente pelos traficantes a policiais. O mensalão da UPP abastece os agentes com quantias que variam de R$ 400 a R$ 2 mil e no mês totalizam mais de R$ 53 mil.
Trinta homens da unidade são investigados por envolvimento na caixinha do tráfico. Eles foram monitorados durante um mês por policiais da Coordenadoria de Inteligência da PM. Terça-feira, três agentes foram presos pela Corregedoria — um sargento e dois soldados. Com eles, no carro, havia R$ 13,4 mil. O dinheiro estava em envelopes, que continham valores entre R$ 100 e R$ 500 e o nome dos policiais.
Trinta homens da unidade são investigados por envolvimento na caixinha do tráfico. Eles foram monitorados durante um mês por policiais da Coordenadoria de Inteligência da PM. Terça-feira, três agentes foram presos pela Corregedoria — um sargento e dois soldados. Com eles, no carro, havia R$ 13,4 mil. O dinheiro estava em envelopes, que continham valores entre R$ 100 e R$ 500 e o nome dos policiais.
Pacificação chegou ao Catumbi, mas investigação mostra que grupo fez acordo com tráfico| Foto: Léo Corrêa / Agência O Dia
VALORES DIFERENCIADOSO valor das propinas era fixado de acordo com a patente e a importância do agente na estrutura do policiamento. Durante a apuração, os policiais do Setor de Inteligência descobriram que no dia de plantão dos investigados não havia repressão ao tráfico. Os bandidos agiam livremente e vendiam drogas nos principais becos das favelas da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Mas sem ostentar armas.
A unidade pacificadora do Catumbi tem 206 policiais e a possível ligação com as propinas do tráfico atinge 14,5% do efetivo. O comandante e o subcomandante da UPP — capitão Elton Costa e tenente Medeiros — também são investigados sobre o ‘mensalão’, que teria o sargento detido terça-feira como operador do esquema.
Seria ele a pessoa que aparece nas investigações negociando com traficantes a retirada dos PMs das áreas onde há venda de drogas nos morros e os valores da propinas. Inquérito Policial Militar, aberto no Comando da Polícia Pacificadora, será analisado esta semana pela juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, que decidirá se decreta a prisão dos PMs.
Intervenção e 30 policiais investigados afastados
O Comando de Polícia Pacificadora, que participa da investigação, resolveu na quinta-feira intervir na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Os 30 policiais investigados pela Corregedoria da PM foram afastados, conforme a publicação no Boletim da Polícia Militar, e destacados ao batalhão de origem. Todos são recrutas e foram selecionados no ano passado por unidades do Interior do Rio (Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis).
Os policiais estavam lotados na UPP Coroa, Fallet e Fogueteiro desde a inauguração da unidade, no dia 25 de fevereiro deste ano. A ideia de selecionar homens novos na carreira policial e do Interior era justamente para impedir a contaminação dos agentes com esquemas de corrupção do tráfico de drogas. Eles serão substituídos, agora, pelos novos recrutas que estão sendo formados pelo Centro de Aperfeiçoamento de Praças (Cefap).
Vítimas de atentado estava fora de esquema
A investigação do envolvimento de PMs na caixinha do tráfico levou à descoberta de que o atentado a três agentes, em junho deste ano, não foi mera coincidência. Lotados na UPP, eles estavam fora do esquema do mensalão das drogas e, em todo plantão, faziam exatamente o que se espera de um policial: tentavam prender os criminosos.
A ação dos PMs irritou os bandidos, que resolveram dar um corretivo em quem insistia em se ausentar do caderninho do tráfico: jogaram uma granada no momento em que os três agentes patrulhavam os becos do Morro do Fallet. O soldado Alexander de Oliveira foi atingido na emboscada e perdeu parte da perna direita e teve fratura do braço esquerdo. Outros dois PMs foram atingidos por estilhaços.
O trabalho dos agentes da Coordenadoria de Inteligência mostrou que nem todos os policiais da UPP estão envolvidos no esquema de corrupção. Mas um bom número de homens sabia da ligação de alguns colegas com os traficantes. O sargento e os soldados presos na terça-feira alegaram na 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) que os R$ 13,4 mil encontrados com eles no carro não era de nenhum deles. E nem sabiam o que faziam os nomes dos agentes nos envelopes.
Controle do tráfico na cadeia
O tráfico nos morros do Catumbi é controlado por Valquir Garcia dos Santos, o Valqui. Dono de uma extensa ficha criminal — são 17 anotações —, ele é foragido do Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói, de onde saiu pela porta da frente, em fevereiro do ano passado.
O traficante ganhou o benefício da visita periódica ao lar, após ser preso, em 2005, ao ser baleado numa troca de tiros com policiais quando mantinha uma família como refém. Enquanto esteve preso, Valquir dos Santos mostrou que seu poder vai além das grades: determinou o fechamento do comércio na região do Catumbi, em luto pela morte do irmão, Valcinei Garcia dos Santos, o Caê, que foi morto pela polícia.
Toda a quadrilha responsável pelo tráfico de drogas está identificada no inquérito aberto da 6ª DP (Cidade Nova) pelo delegado Luiz Alberto Andrade e com prisão decretada pela Justiça.
Números
R$ 13.400
Valor apreendido no carro com três policiais que foram presos, após investigação. Envelopes tinham nomes de PMs
14,5%
Percentual do efetivo — de 206 policiais militares que atuam nos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro — que estaria comprometido com traficantes para recebimento de dinheiro
R$ 2 MIL
Valor a que chegavam as quantias pagas a cada policial para fazer vista grossa para a atuação dos traficantes. Esquema foi descoberto depois de três meses de monitoramento
Um policial militar da UPP Fallet/Fogueteiro, em Santa Teresa, foi baleado com dois tiros durante um confronto com bandidos, no início da noite de ontem, por volta das 18h. A ação ocorreu na área conhecida como Cajueiro, no Morro do Fogueteiro. Uma bala ficou alojada na traqueia e a segunda não atingiu o corpo da vítima, graças ao colete protetor.
O PM, que até às 21h de ontem não havia sido identificado pela Secretaria de Segurança (Seseg), foi internado no Hospital da Polícia Militar, no Estácio, para ser operado. De acordo com a Seseg, ele estava lúcido, e o estado de saúde dele não era grave.
O PM baleado estava ao lado de outros sete colegas de farda, que foram checar uma denúncia anônima. No caminho, eles se depararam com homens armados. Integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o apoio do Batalhão de Choque, tiveram que entrar na comunidade a bordo do caveirão para resgatar os colegas. Cerca de 30 policiais do Bope realizaram buscas em toda a comunidade, durante a noite, à procura dos criminosos.
Inaugurada em fevereiro passado, a UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro conta com um efetivo de 206 homens. Esta foi a 15ª UPP inaugurada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Seria ele a pessoa que aparece nas investigações negociando com traficantes a retirada dos PMs das áreas onde há venda de drogas nos morros e os valores da propinas. Inquérito Policial Militar, aberto no Comando da Polícia Pacificadora, será analisado esta semana pela juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, que decidirá se decreta a prisão dos PMs.
Intervenção e 30 policiais investigados afastados
O Comando de Polícia Pacificadora, que participa da investigação, resolveu na quinta-feira intervir na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Os 30 policiais investigados pela Corregedoria da PM foram afastados, conforme a publicação no Boletim da Polícia Militar, e destacados ao batalhão de origem. Todos são recrutas e foram selecionados no ano passado por unidades do Interior do Rio (Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis).
Os policiais estavam lotados na UPP Coroa, Fallet e Fogueteiro desde a inauguração da unidade, no dia 25 de fevereiro deste ano. A ideia de selecionar homens novos na carreira policial e do Interior era justamente para impedir a contaminação dos agentes com esquemas de corrupção do tráfico de drogas. Eles serão substituídos, agora, pelos novos recrutas que estão sendo formados pelo Centro de Aperfeiçoamento de Praças (Cefap).
Vítimas de atentado estava fora de esquema
A investigação do envolvimento de PMs na caixinha do tráfico levou à descoberta de que o atentado a três agentes, em junho deste ano, não foi mera coincidência. Lotados na UPP, eles estavam fora do esquema do mensalão das drogas e, em todo plantão, faziam exatamente o que se espera de um policial: tentavam prender os criminosos.
A ação dos PMs irritou os bandidos, que resolveram dar um corretivo em quem insistia em se ausentar do caderninho do tráfico: jogaram uma granada no momento em que os três agentes patrulhavam os becos do Morro do Fallet. O soldado Alexander de Oliveira foi atingido na emboscada e perdeu parte da perna direita e teve fratura do braço esquerdo. Outros dois PMs foram atingidos por estilhaços.
O trabalho dos agentes da Coordenadoria de Inteligência mostrou que nem todos os policiais da UPP estão envolvidos no esquema de corrupção. Mas um bom número de homens sabia da ligação de alguns colegas com os traficantes. O sargento e os soldados presos na terça-feira alegaram na 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) que os R$ 13,4 mil encontrados com eles no carro não era de nenhum deles. E nem sabiam o que faziam os nomes dos agentes nos envelopes.
Controle do tráfico na cadeia
O tráfico nos morros do Catumbi é controlado por Valquir Garcia dos Santos, o Valqui. Dono de uma extensa ficha criminal — são 17 anotações —, ele é foragido do Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói, de onde saiu pela porta da frente, em fevereiro do ano passado.
O traficante ganhou o benefício da visita periódica ao lar, após ser preso, em 2005, ao ser baleado numa troca de tiros com policiais quando mantinha uma família como refém. Enquanto esteve preso, Valquir dos Santos mostrou que seu poder vai além das grades: determinou o fechamento do comércio na região do Catumbi, em luto pela morte do irmão, Valcinei Garcia dos Santos, o Caê, que foi morto pela polícia.
Toda a quadrilha responsável pelo tráfico de drogas está identificada no inquérito aberto da 6ª DP (Cidade Nova) pelo delegado Luiz Alberto Andrade e com prisão decretada pela Justiça.
Números
R$ 13.400
Valor apreendido no carro com três policiais que foram presos, após investigação. Envelopes tinham nomes de PMs
14,5%
Percentual do efetivo — de 206 policiais militares que atuam nos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro — que estaria comprometido com traficantes para recebimento de dinheiro
R$ 2 MIL
Valor a que chegavam as quantias pagas a cada policial para fazer vista grossa para a atuação dos traficantes. Esquema foi descoberto depois de três meses de monitoramento
Um policial militar da UPP Fallet/Fogueteiro, em Santa Teresa, foi baleado com dois tiros durante um confronto com bandidos, no início da noite de ontem, por volta das 18h. A ação ocorreu na área conhecida como Cajueiro, no Morro do Fogueteiro. Uma bala ficou alojada na traqueia e a segunda não atingiu o corpo da vítima, graças ao colete protetor.
O PM, que até às 21h de ontem não havia sido identificado pela Secretaria de Segurança (Seseg), foi internado no Hospital da Polícia Militar, no Estácio, para ser operado. De acordo com a Seseg, ele estava lúcido, e o estado de saúde dele não era grave.
O PM baleado estava ao lado de outros sete colegas de farda, que foram checar uma denúncia anônima. No caminho, eles se depararam com homens armados. Integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o apoio do Batalhão de Choque, tiveram que entrar na comunidade a bordo do caveirão para resgatar os colegas. Cerca de 30 policiais do Bope realizaram buscas em toda a comunidade, durante a noite, à procura dos criminosos.
Inaugurada em fevereiro passado, a UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro conta com um efetivo de 206 homens. Esta foi a 15ª UPP inaugurada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Comentários:
Qual a melhor opção? Fazer parte da folha de pagamento do tráfico e responder a justiça em perfeito estado, ísto se for pego, ou trabalhar certo, não aceitar propina e sofrer atentados dos criminosos e correr o risco de vida ou ter uma perna ou braço amputado devido a uma granada jogada pelos bandidos e ficar em um hospital mutilado, desamparado e mal pago.
Pois o Estado pouco faz por nós e nem se quer investe na vida pessoal e no profissional do PM, deixa correr frouxo e quando aperta eles vem e arroxa o PM.
Não é apenas na Policia mais em qualquer atividade neste País dependendo de quanto você arrume (roube) vale apena ser preso. Darei um exemplo bens adquiridos pelos banqueiros, chefes do tráfico, Políticos envolvidos com roubos aos cofres públicos, Bicheiros, doleiros que desviam milhões e milhões de dinheiro não declarado, portanto ilícito para fora do País e sendo depositado em algum paraiso fiscal no mundo, quando não é absolvidos pela Justiça são presos tendo direitos de prisão especial e quando pagam os anos saem com a grana roubada e com Formação superior, pois a Justiça não consegue retirar o dinheiro roubado nos paraisos fiscais e ainda usam o tempo que estão presos para estudar e se formar saindo com o famoso canudo de nível superior e se dizendo doutor.
Quer dizer, neste País ou você está certo ou você está errado.....de que lado você está?
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