O novo comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, que foi nomeado nesta quinta-feira (29), frisou em um pronunciamento para a imprensa que a Corregedoria da PM vai se antecipar aos problemas e não tolerará erros.
- Ser digno já vem de berço. A corregedoria será pró-ativa, tentando sempre se antecipar aos problemas. Quem for pego será responsabilizado pelos seus atos.
Costa Filho é conhecido dentro da corporação como linha dura e exigente em relação à hierarquia militar. Seu nome foi apontado exatamente por dar importância à corregedoria.
O novo comandante já esteve à frente do Batalhão de São Cristóvão (4º BPM) e, atualmente, estava à frente da Superintendência de Comando e Controle da secretaria. Ele assume o cargo no lugar do coronel Mário Sérgio Duarte, que pediu demissão na noite de quarta-feira (28).
O secretário José Mariano Beltrame realizou uma reunião nesta quinta, que durou mais de sete horas, com a cúpula da pasta para decidir pelo nome do novo comandante-geral da PM.
Costa Filho era ajudante-geral no Comando da Polícia Militar entre os anos de 2007 e 2008, quando oficiais e praças se rebelaram por melhores condições de trabalho e salários, de acordo com o ex-corregedor da PM coronel Ricardo Paúl. Segundo o oficial, Costa Filho não se envolveu nas reivindicações.
- Não há nada desabonador em sua conduta, mas ele faz o jogo do governo. Quem faz o jogo do governo, não faz o jogo da polícia.
Comandante pede demissão
O ex-comandante da PM enviou uma carta ao secretário Beltrame explicando o porquê do pedido de demissão. Na mensagem, enviada por telefone celular, o coronel Duarte diz que o motivo pelo pedido de exoneração do cargo é “não deixar espaço para dúvidas quanto à responsabilidade no processo de escolha dos Comandantes, Chefes e Diretores da Corporação”. Além disso, ele afirma que quer preservar de acusações injustas às pessoas que a ele confiaram o cargo.
O pedido de demissão veio um dia após a prisão do tenente-coronel Cláudio Oliveira, suspeito de ser o mentor da morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros no dia 11 de agosto. Um dos PMs presos, suspeito de envolvimento no caso, aceitou cooperar com as investigações da DH (Divisão de Homicídios) da Polícia Civil e apontou o oficial como responsável pela morte.
Na carta, o coronel Duarte diz que a escolha do tenente-coronel Oliveira para comandar o Batalhão de São Gonçalo (7º BPM) foi uma opção dele.
Beltrame lamentou a saída do coronel do posto de comando da PM, mas julgou procedente o pedido feito por ele, que reconheceu o desgaste causado pela suspeita de envolvimento de um oficial da corporação no caso da morte da juíza.
Atualmente, o coronel encontrava-se de licença médica. Na última segunda-feira (26), ele passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na próstata, no Hospital da Polícia Militar, na zona norte da capital fluminense, e ficaria afastado por pelo menos 30 dias.
Segundo o comunicado divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, o nome do novo comandante-geral da PM será divulgado o mais breve possível.
UM NOVO COMANDO
O coronel Erir Ribeiro da Costa Filho é o novo comandante-geral da Polícia Militar. Ele foi anunciado pelo Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, na tarde desta quinta-feira.
Erir Ribeiro substituirá o coronel Mário Sérgio Duarte, que deixou o cargo na noite desta quarta-feira. De licença médica, Mário Sérgio enviou uma carta a Beltrame pedindo sua exoneração. No documento, Mário Sérgio explicou que seu pedido de demissão se deve à nomeação do tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira do 7º BPM (São Gonçalo) para o 22º BPM (Maré). Claudio Luiz é suspeito de planejar a morte da juíza Patrícia Lourival Acioli.
Erir Ribeiro teve, entre outras funções, a de comandante do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA ), a de coordenador do Serviço de Atendimento de Emergência 190, a de comandante do 4º BPM (São Cristóvão) e de diretor de apoio logístico.
Passou também pelo 14º BPM (Bangu), Batalhão Rodoviário (BPRv), Batalhão de Choque (BPChq) e Superintendência da Secretaria de Segurança.
O coronel Mário Sérgio Duarte comentou na manhã desta quinta-feira os motivos que o fizeram pedir a exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar. Mário Sérgio afirmou que é responsável pelas escolhas de comandantes de batalhões. As informações foram concedidas durante entrevista na rádio Band News FM.
"Compreendo que é o meu dever moral assumir as responsabilidades sobre as minhas escolhas. Não é possível dizer 'eu não sei', eu não vi'", afirmou ele.
O ex-comandante queixou-se da falta de informações de outras instituições que investigam policiais miltares envolvidos em crimes comuns.
"Tivemos o cuidado de tirar a Corregedoria do Quartel General, colocando-a em São Gonçalo, para que ela tivesse toda independência do mundo. Mas por mais que nós nos apliquemos pela inteligência, nós, muitas vezes, deixamos de ter conhecimento de coisas que outras instâncias, que outros órgãos de polícia com poder de investigação têm, e não nos é repassado efetivamente."
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