quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Redução da violência premia 18 mil policiais


Secretaria de Segurança separa R$ 11 milhões para o pagamento de bônus de até R$ 1.500. Roubos e homicídios caíram novamente

POR MARIA INEZ MAGALHÃES
Rio - A queda nos índices de criminalidade vai premiar, com valores que variam de R$ 500 a R$ 1.500, 18 mil policiais civis e militares em todo o estado. O pagamento deve ser feito até outubro. Este ano, o número de agentes é o dobro de 2009, quando foi paga a primeira gratificação àqueles que conseguiram reduzir as incidências criminais no segundo semestre do ano passado.


O prêmio faz parte do programa de metas para a redução da criminalidade estipulado pela Secretaria de Segurança e é entregue ao fim de cada semestre. Este ano, serão pagos R$ 11 milhões — quase o dobro do segundo semestre de 2009, quando foram distribuídos R$ 6 milhões. A iniciativa faz parte do pacote de medidas da para melhorar a segurança até 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil.
Foto: Arte O Dia
Foto: Arte O Dia
Para calcular os índices, foram comparados os dados de janeiro a junho deste ano com o mesmo período de 2009. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), entre os números em queda estão os três considerados estratégicos pela secretaria: roubo de veículos, roubo de rua (a pedestres, de celulares e em ônibus) e homicídio doloso — que, em junho, apresentou o menor índice desde 1991, quando começou a ser medido.

A Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) 18, que engloba a região de Jacarepaguá, onde está a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus, foi um dos destaques: a região não registrou homicídio doloso nem latrocínio (roubo seguido de morte).

Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, as metas foram cumpridas além do estipulado porque as polícias passaram a estudar a criminalidade, mas é preciso melhorar. “A gordura que tinha para se queimar de certa forma se queimou. Mas nada está ganho, não tem o que se comemorar. Temos que reduzir mais os índices com meta que seja desafiadora mas passível de ser atingida. Fico muito satisfeito porque as polícias começam a perceber a necessidade de estudar a criminalidade para colocar suas ações”, frisou.

Para Beltrame, essa análise colocou fim ao que ele chamou de ‘policiamento vendido’. “É aquele em que os comandantes e até delegados mandavam as rondas aonde alguém pedisse e que hoje não existe mais. A gente mostra que se trabalha com metas. E elas vão ser mais difíceis a partir de agora porque vamos lutar contra esses índices já alcançados”.

A implantação das UPPs e a criação da Divisão de Homicídios foram apontadas como fatores importantes para a queda nos índices.

Área de conflitos recentes alcançou suas metas


Entre os premiados estão policiais lotados na área do 9º BPM (Rocha Miranda), que engloba seis delegacias. No mês passado, confronto entre PMs e traficantes provocou a morte de Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, 11 anos. O menino estava em sala de aula e foi atingido por uma bala perdida. É na mesma área que está o Ciep Antônio Candeia Filho, em Irajá, assaltado oito vezes, duas delas em dias consecutivos.

“São ações graves, que requerem revisão, estudo de casos, mas são pontos isolados. A análise das metas leva em conta um semestre inteiro de ações”, explicou o subsecretário de Planejamento e Integração, Roberto Sá. “Se os policiais tivessem salários de agentes de Primeiro Mundo, talvez esse valor pudesse ser revertido para outras ações”, disse ele, referindo-se aos R$ 11 milhões em prêmios.

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