Daciolo volta ao Rio para reiniciar campanha por reajuste salarial
Um ano após ser expulso do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro por incitar a greve da categoria, segundo o governo estadual, o ex-cabo Benevenuto Daciolo, 37, voltou à cidade para retomar o movimento por melhores salários.
Desde junho morando em São Paulo, Daciolo participou de reuniões, na semana passada, no Rio e em Brasília com representantes de bombeiros, PMs e com deputados.
Em pauta: a anistia para 14 bombeiros e três policiais militares presos e expulsos de suas corporações, além do reajuste salarial. A ideia agora é uma grande reunião em Brasília, no próximo dia 12.
Quando o movimento teve início, em 2011, o salário base de um soldado dos bombeiros no Rio era de R$ 960. Hoje está em R$ 1.700, ainda o mais baixo do país. O salário inicial da categoria em Brasília é de R$ 5.000.
Além de estar fora da corporação, Daciolo ainda responde a processo na Bahia por formação de quadrilha. Ele é um dos acusados pela greve, em 2012, na capital baiana.
"Iniciamos nossa luta por salários e dignidade. Até o momento isso não aconteceu. Estamos sempre procurando as autoridades para dialogar. O que não posso é ser chamado de quadrilheiro. Fui à Bahia com a autorização do comando dos bombeiros", diz.
Os 12 bombeiros e 12 policiais apontados pelo governo do Estado como líderes do movimento grevista afirmam que são vigiados.
Há dez dias, 20 bombeiros médicos foram presos pela corregedoria da corporação por falarem mal do comando por uma rede social.
Na PM não é diferente. Por se recusarem a reprimir o ato de votação da greve no Centro do Rio no ano passado, 100 policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram transferidos da unidade de elite.
"O clima nos quartéis é de muita tensão. Todos se sentem perseguidos. O governo trata o assunto com mão pesada", afirma o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
O deputado lembra que dos 70 deputados da Alerj, 64 foram favoráveis à anistia. Mesmo assim, até hoje o tema não entrou em votação.
*Assista o vídeo: PROJETO DE LEI QUE TRATA DA ANISTIA ADMINISTRATIVA DOS PMS E BMs AQUI
A assessoria do deputado Paulo Melo (PMDB), presidente da Casa, não explicou por que o assunto ainda não foi à votação.
A Assessoria de Imprensa do Corpo de Bombeiros informou que o "secretário (coronel Sérgio Simões) recebe todos que o procuram, exceto os que cometeram crime de incitamento à greve".
Eles negam que esteja ocorrendo prisões por reivindicação salarial.
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