Líderes do movimento grevista irão para unidades militares
Em resposta ao fim da greve por reajuste salarial a policiais e bombeiros, o governo do Estado comunicou que solicitará à Justiça, na manhã de quarta-feira (15), a transferências dos líderes do movimento (bombeiros e policiais militares) presos no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste, para unidades prisionais das respectivas corporações, Bep (Batalhão Especial Prisional) e Gep (Grupamento Especial Prisional). Todos continuarão cumprindo prisão preventiva.
O procedimento de transferência será conduzido pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, e pelo Secretário Estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.
A greve, decretada na última quinta-feira (9), após assembleia na Cinelândia, no centro, foi suspensa na noite de segunda (13). A decisão foi tomada durante nova assembleia geral, na Lapa, também no centro da capital.
Após a reunião, Ana Paula Matias, esposa do sargento Alex Matias, do 2º GMar (Grupamento Marítimo), disse que a manifestação deixou de ser um movimento por dignidade salarial para se transformar em um movimento por dignidade humana. Ana Paula representa a categoria dos bombeiros e se referia aos homens presos durante a paralisação.
- Nunca deixamos de atender à população. O que existe é a luta pela Justiça. A luta neste momento não é mais por dignidade salarial, é simplesmente pela dignidade humana. O único crime será manter esses homens presos.
O primeiro líder do movimento a ser preso foi o cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo. Ele foi detido na noite de quarta-feira (8), quando desembarcava no aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Segundo a Justiça Militar, o decreto de prisão se baseou nos crimes de aliciamento e incitamento a motim.
Depois de Daciolo, nove bombeiros e 17 policiais militares também considerados representantes do movimento foram presos. Todos na penitenciária de Bangu.
Reajuste salarial
Na manhã de quinta-feira passada, horas antes de a greve ser decretada, os deputados do Rio de Janeiroaprovaram o projeto de lei que prevê aumento de 39% a policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários. O texto do governador Sérgio Cabral, que recebeu 78 emendas dos parlamentares, prevê o pagamento do aumento cumulativo em três parcelas.
A última e válida versão do projeto de lei, que foi encaminhada para a votação, assegura aumento de cerca de 39% até fevereiro de 2013. Além disso, em fevereiro de 2014, o governo concederá nova reposição salarial. O ajuste será composto do índice da inflação acumulada pelo IPCA entre o período de fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, acrescido de 100% desse valor.
As quatro categorias passarão também a receber auxílio-transporte no valor de R$ 100 ao mês e não perderão gratificações de qualquer natureza os profissionais que se afastarem do serviço por licença médica decorrente de acidente no trabalho.
O último item do projeto de lei aponta para a criação de um banco de horas extras para que os profissionais da segurança e da defesa civil possam prestar serviços além da sua escala de serviço normal, mediante remuneração adicional.
Apesar de a medida ter sido anunciada como aumento salarial, os manifestantes e deputados de oposição viram a alteração apenas como antecipação de uma verba já prevista. A diferença, no entanto, é que o reajuste, programado em parcelas até dezembro de 2014, seria antecipado para fevereiro de 2013.
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