Brasil: esposas dos militares presos reivindicam a liberdade
Durante a reunião informal da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), as esposas dos militares presos no Rio de Janeiro reivindicaram a liberdade de seus maridos.
“Não foi Benevenuto Daciolo que criou a crise na Segurança Pública Brasileira. Meu marido está sendo tratado como um rato de esgoto. Recorro à esfera federal para intervir nessa situação grave. Prendem os guarda-vidas, prendem a topa de elite. A orla do Rio de Janeiro está desguarnecida por que os guarda-vidas estão todos presos”, afirmou Cristiane Daciolo, indignada com a prisão do marido. “Os profissionais do Corpo de Bombeiros são especialistas em salvar vidas! O meu marido se prepara a cada dia para fazer um bom trabalho, por que ele sabe que o trabalho dele é primordial, uma vida pode morrer! Meu marido não roubou, nem matou: ele salva vidas! O que eles estão pedindo é condições de trabalho, equipamento de proteção individual para salvamento da população e, consequentemente, um salário digno.”, afirmou Eliane de Puga Zanota, esposa do Cabo Zanota.
“Dá a impressão de que nosso Estado está vivendo uma ditadura. Entraram na minha casa, revistaram tudo.”, destacou Vera Regina Rabelo, esposa do Coronel Rabelo “A ficha do meu marido é limpa, homem correto como todos os outros. Ao longo dessa caminhada deram a vida por essa corporação. A prisão deles foi arbitrária. O que vemos hoje é um sistema ditatorial. Pessoas são maltratadas por que pedem um salário digno para manter a vida de seus familiares.”, disse Valéria Guedes, esposa do Sargento Guedes.
“Meu marido é uma pessoa exemplar, que como o cabo Daciolo, busca ajudar as pessoas, não só na profissão como em vários outros casos. Nossa luta não vai parar por mais que prendam os nossos maridos. Se for preciso tomaremos a frente por que juntas somos fortes e nem um passo daremos atrás“, enfatizou Daniele Felicissimo, esposa do Cabo Felicissimo. A comitiva é composta por Daniele Felicissimo, esposa do Cabo Felicissimo; por Ieda Andrade, esposa do Sargento Moisés Ferreira; por Adriana de Oliveira, esposa do Cabo Vieira; por Eliane de Puga Zanota, esposa do Cabo Zanota; por Valéria Guedes, esposa do Sargento Guedes; por Vera Regina Rabelo, esposa do Coronel Rabelo; e por Cristiane Daciolo, esposa do cabo Benevenuto Daciolo.
Rio de Janeiro: OAB pede informações sobre militares presos
OAB pede a Beltrame informações sobre militares presos pela greve
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio, Wadih Damous, e a presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, Margarida Pressburger, estão encaminhando um ofício ao secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame, para que informe quem são e onde estão os militares presos pela greve da Segurança do Rio.
O pedido para que a entidade intervenha na questão foi feito em reunião pela manhã, na OAB, por uma comissão de familiares de grevistas que estão desaparecidos e pelos deputados Paulo Ramos (PDT) e Janira Rocha (PSOL).
Segundo Margarida Pressburger, a maioria das famílias não tem notícias de seus filhos e maridos.
— Estamos oficiando o secretário Beltrame para que informe quantos são, quem são e onde estão. Essa agora é nossa prioridade. Eles estão presos administrativamente, não podem ser recolhidos em presídios de segurança porque não foram condenados — afirmou Margarida, acrescentando que a OAB-RJ irá atuar junto à Defensoria Pública para conseguir a transferência dos presos que por ventura estiverem em Bangu 1 ou em qualquer outro presídio, para que cumpram a prisão em quartéis.
— Uma senhora tentou visitar o marido em Bangu 1 e disseram a ela que teria que tirar a carteirinha de familiar de preso. Isto é para condenados. Além disso, são policiais e muitos já prenderam presos que hoje cumprem pena em Bangu. Imagine o risco para a segurança deles em caso de rebelião — afirmou a advogada.