domingo, 9 de outubro de 2011

Delegada expulsa policial de DP após discussão

Ao tentar cumprir o artigo 6º do Código de Processo Penal - que determina que depoimentos sejam tomados somente com a presença de um delegado - um inspetor lotado na Delegacia Especial de Atendimento às Pessoas da Terceira Idade (Deapti) teria sido expulso do local pela delegada Catarina Noble, titular da especializada. O policial informou o ocorrido em Registro de Comunicação Administrativa (RCA) na 12ª DP (Copacabana), já que teria sido impedido pela delegada de fazê-lo na própria unidade em que trabalha. O incidente teria acontedido por volta das 17h40 da última terça-feira.

"Quando comuniquei à delegada adjunta que ela teria que presidir o termo de declarações e formular as perguntas, ele ficou indignada perguntando que dispositivo embasaria aquela minha solicitação", revelou o inspetor, que tem 33 anos e está há nove na Polícia Civil.

Ele afirmou que mmostrou o conteúdo do Código de Processo Penal em seu artigo 6º e demais regulamentos à delegada adjunta, Dulce Page, e, segundo o inspetor, a mesma denominou o fato como "palhaçada", levantando-se e dirigindo-se ao gabinete da delegada titular, onde permaneceu por cerca de dez minutos. Logo depois, o inspetor teria sido interpelado pela titular da especializada.

"Disse que a adjunta não queria presidir o termo de declaração e que lançaria isso em RCA, além de consignar no termo de declaração que a autoridade policial não o presidiu. Nesse momento, a titular, extremamente nervosa e aos berros, me mandou sair da delegacia", contou.

Em seu registro, o inspetor destacou que a delegada gritou "Você pode ir embora, pois não trabalha mais nesta delegacia. Pode se levantar". Ao avisar que iria lançar o ocorrido no RCA da especializada, ele teria sido impedido pela mesma, que disse que ele não iria usar nenhum terminal da delegacia dela.

O diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sinpol), inspetor Francisco Chao de la Torre, informou que todas as denúncias de pressões sofridas por policiais por cumprirem a lei serão encaminhadas para o Ministério Público (MP) e para a Corregedoria Geral Unificada (CGU) e a Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol).

A Polícia Civil, através de sua assessoria de imprensa, revelou que ainda não tomou conhecimento do incidente e por isso não vai se manifestar sobre providências a serem tomadas.

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