quinta-feira, 16 de junho de 2011


Até o fim da tarde desta quarta-feira não houve acordo de proposta salarial.
Movimento mantém reivindicação e quer anistia administrativa e criminal.

Aluizio Freire Do G1 RJ
 
Bombeiros compareceram à Auditoria Militar nesta quarta (15) (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Bombeiros compareceram à Auditoria Militar nesta

quarta (15) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Continua em clima de impasse a negociação de um possível acordo de reajuste salarial entre o governo do Rio e o movimento dos bombeiros. O cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do núcleo de reivindicações dos bombeiros, se queixou de “falta de sensibilidade do governo”, depois de comparecer à Auditoria Militar nesta quarta-feira (15), onde foi citado para audiência na Justiça em processo contra os 429 bombeiros acusados de motim devido à invasão ao quartel central da corporação.
“Até o momento não fomos convidados para sentar com o governo para negociar. Isso é uma demonstração da falta de sensibilidade pela causa dos bombeiros”, disse Daciolo, acrescentando que na tarde de quinta-feira (16), o movimento volta a se reunir nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para avaliar a campanha.
Um grupo de bombeiros se reuniu, na noite desta quarta-feira, com a bancada de deputados que apoia as reivindicações da corporação. Mais cedo, representantes da categoria estiveram reunidos com o presidente da Alerj, Paulo Melo, quando relataram suas propostas para negociar com o governo. Também nesta quarta estava previsto um encontro dos líderes de partidos, sem a participação dos bombeiros, mas o resultado do encontro não foi divulgado.
O movimento dos bombeiros insiste na proposta de um piso salarial de R$ 2 mil e mais o vale-transporte, mas sem incluir gratificações. “Essa é a nossa posição. Mas, a maior preocupação do movimento é com a anistia administrativa e criminal. Isso é essencial para que a gente negocie com o governo”, afirmou o cabo.
Até o momento, no entanto, a intenção do governo do Rio é chegar a um valor próximo a R$ 2 mil incluindo as gratificações, de acordo com informações do secretário de Defesa Civil e comandante-geral dos Bombeiros, Sérgio Simões em entrevista ao RJTV 1ª edição desta quarta-feira (15).

Convocação da Auditoria MilitarNesta quarta (15), 426 dos 431 bombeiros e PMs convocados pela Auditoria da Justiça Militar, na Zona Portuária, compareceram ao local para serem citados no processo. Eles serão ouvidos entre os meses de julho e agosto. A informações são da assessoria do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). 
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, eles vão responder à ação penal militar pelos crimes de motim, dano em material ou aparelhamento de guerra, dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em estabelecimentos militares.
Na segunda-feira (13), a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual contra os 429 bombeiros e dois policiais militares presos no dia 4 de junho. O TJ afirmou ainda que o processo foi desmembrado, formando dois novos: um quanto aos dois policiais militares e outro em relação aos 14 bombeiros considerados "cabeças" do crime de motim, onde se incluem os oficiais. Os demais 415 acusados permaneceram agrupados na ação principal.
Votação adiada
A votação do projeto de lei que antecipa o aumento aos bombeiros do Rio foi adiada na terça-feira (14). A Alerj informou que o projeto recebeu 32 emendas, que deverão ser apreciadas por diversas comissões, e por isso saiu de pauta. No entanto, a expectativa dos deputados é que o projeto retorne ao plenário ainda nesta semana.
Oito deputados que negociam o aumento salarial dos bombeiros entraram com dois pedidos de emendas às leis 5767 e 5768, de junho de 2010. A lei concedeu reajuste mensal aos bombeiros de cerca de 1% no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014. Durante a crise que culminou na prisão de mais de 400 bombeiros, o governo anunciou que adiantaria 5,58% de reajuste salarial à categoria, que antes seria paga até dezembro deste ano.
Anistia administrativa e criminal
Em outra frente de negociação, os bombeiros tentam negociar com o secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, a anistia administrativa, para que os manifestantes pela campanha reivindicatória não sejam punidos.

Sérgio Simões afirmou que "tem o dever de abrir procedimentos administrativos para analisar caso a caso envolvendo os bombeiros que invadiram o quartel. No entanto, segundo ele, a medida não significa seu ânimo em aplicar alguma punição." De acordo com Simões, todos os militares que estavam presos já voltaram a seus postos.

Em Brasília, os líderes partidários da Câmara dos Deputados decidiram, também na terça-feira, votar o regime de urgência do projeto que prevê a anistia criminal para os bombeiros. O regime de urgência do projeto, de autoria do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), deverá ser colocado em votação na próxima semana.

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