quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vamos investigar "dentro de casa", diz secretário de Segurança do Rio

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou, em entrevista à Folha, que os militares darão "show" no Complexo do Alemão e que as Corregedorias de polícia devem ser "proativas", informam Paula Cesarino Costa e Plínio Fraga na edição desta segunda-feira da Folha (a entrevista está disponível na íntegra para assinantes do jornal e do UOL).

Beltrame coordenou na semana passada a mais incisiva ação policial contra o tráfico em décadas, com a retomada do Complexo de Alemão, na zona norte, após a onda de ataques e incêndios a veículos registrada em diferentes pontos do Rio no fim de novembro.

No último sábado, governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciaram que o Exército permanecerá por tempo indeterminado e poderá fazer operações de patrulha e revista dentro dos Complexos do Alemão e da Penha. Beltrame não se mostra preocupado com eventuais efeitos da ação dos militares nas favelas.

"Porque ali onde eles vão ficar, não vai mais haver confronto. A Polícia Militar já retirou o colete no Alemão. Ali é uma questão de manutenção da ordem para fazer vasculhamento. Acho que o Exército vai dar show, tem oportunidade de dar show", afirmou.

O secretário afirma ter uma proposta para levar às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) policiais "sem vício", recém saídos da academia. "Não é só o vício da corrupção, mas não tem o vício da guerra. É um policial composto para trabalhar em um lugar que tenha paz, para que possa desenvolver aquilo para que foi treinado".

Beltrame também defende uma Corregedoria proativa. "Vamos investigar 'dentro de casa'", disse. "As corregedorias têm posicionamento mais reativo do que proativo. A proposta, em que vou mexer pesado, é inverter essa lógica. Temos que antecipar essas situações."

O secretário disse que o governador Sérgio Cabral finaliza decreto para que policiais sejam obrigados a apresentar declaração de Imposto de Renda. O objetivo é analisar a compatibilidade entre o que se tem e o que se ganha.

Fonte: Folha

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